Capítulo 21

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Talita

- Que inferno! – eu disse abrindo o portão – Você não trabalha? – perguntei para homem que estava postado a minha frente.

- Eu vim ver como minha noiva está. – ele usou seu melhor cinismo.

- Eu não posso acreditar... – eu estava com raiva e frustrada demais para discutir – Eu estou ótima, e não sou sua noiva. Agora pode ir.

Eu já estava fechado o portão.

- Eu espero que você não esteja fazendo nada de estúpido.

- A maior estupidez que eu poderia cometer eu já fiz, foi engravidar de você. Não há nada mais que eu faça, que possa ser mais idiota do que isso.

Bati o portão e entrei, fui até a cozinha procura da Eduarda.

Ela não estava lá, subi até seu quarto. Bati a mão na maçaneta para entrar, mais sua porta estava trancada.

- Duda! Por favor, abre a porta?!

O silêncio permaneceu, ela não fez qualquer barulho. Bati na porta mais uma vez, sentindo o desespero crescer dentro de mim.

- Eduarda! Por favor! – Implorei – Qual é princesa? Abre a porta.

Encostei minha cabeça na madeira fria, pedindo em silêncio que ela me atendesse.

Porém o silêncio se manteve, fechei os olhos com força me sentindo impotente diante da sua recusa.

- Eduarda, eu vou ficar aqui até que esteja pronta para abrir a porta e conversar comigo.

Eu não sou estúpida, sei que no lugar dela estaria do mesmo jeito, ter que lidar com sentimentos tão profundos não estava sendo fácil.

Depois da noite que passamos, por um momento achei que tínhamos encontrado a paz, ou pelo menos um meio termo para viver no meio desse turbilhão. De repente a ponte que construímos não é forte o suficiente para conseguirmos ao menos tentar.

Já fazia mais ou menos uma hora que eu estava sentada no chão em frente sua porta, meu desespero só aumentava, a paciência eu tinha pouca e o tempo também, já que nossos pais voltariam na segunda-feira.

Vi a porta se abrir e ela sair me olhando com cara de surpresa.

- Você ainda está aqui? – ela perguntou um pouco espantada.

- Não! Eu ainda estou lá fora. – Fui irônica.

Mais não devia, já que essa atitude não iria me ajudar em nada. Me levantei ficando próxima dela

- Eu te odeio, sabia?! – falei me aproximando – Você faz de mim o quer e ainda tem a audácia de fazer de vítima.

Ela se irritou.

- Vítima? Eu? – ela se exaltou um pouco – que porra de domínio você acredita que eu tenho? A já sei... – ela ironizou – o de ficar esperando você atender seu namoradinho...

Eu a beijei. Não queria mais discutir, não queria brigar.

- Para! – pedi ainda colada em sua boca – Eu não quero brigar – senti as lágrimas queimarem meus olhos.

Ela suspirou, continuou com os olhos fechados colando sua testa na minha.

- Eu não consigo suportar essa situação Talita, depois que os nossos pais voltar o que vai ser? Voltamos ao que houve hoje, eu aqui esperando você tentando dispensar o cara que tem todos os privilégios que eu gostaria de ter. – ela respirou fundo mais uma vez – ele é o cara que pode te tocar quando quer, mesmo que você não queira, ele não será impedido de estar com você nos lugares aonde eu gostaria de estar com você. Tocar sua mão, abraçar sua cintura... Isso são coisas que eu não posso fazer, uma vez que sou apenas a sua amante.

Complicações do Amor ( Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora