"O Fazendeiro" (Capítulo 4)Autora: Adriele Lima
Após uma longa jornada, finalmente chegamos ao nosso destino. Descemos da caminhonete: ele pegou sua bolsa e seu violão, enquanto eu segurei minha própria bolsa. Começamos a nos dirigir para a casa da fazenda, quando, de repente, notei um adorável cachorro da raça border collie correndo em nossa direção, transbordando de alegria ao seu redor.
- Olá, amigão, como você está? Sentiu falta do papai, não é?" (Ele disse, abraçando o cachorro, que pulava de felicidade ao seu redor). - Este é o Huck, meu fiel companheiro. Não se preocupe, ele não morde ninguém, é como uma criança. (Acrescentou, sorrindo com alegria por estar com seu amigo peludo).
- Ah, ele é tão adorável! Eu amo cachorros, mas meu pai nunca me deixou ter um só para mim, Os que tinham na nossa fazenda eram só para pastorear a fazenda e não eram muito amigáveis como o Huck. (Falei enquanto acariciava o cachorro, que tinha olhos azuis semelhantes aos do seu dono).
- Bom, você já sabe meu nome, mas ainda não sei o seu. ( Falei enquanto ele me observava).
- Eu estava esperando você perguntar. Meu nome é Johnny. ( Respondeu, estendendo a mão para me cumprimentar).
Eu apertei sua mão, e ele me puxou suavemente e deu um beijo em minha bochecha, foi um ato que eu não esperava, as empregadas do meu pai beijavam meu rosto quando eu era criança, talvez por dó, não sei. Mas o beijo do Johnny era diferente, por um instante me senti alguém querida.
- É um prazer tê-la aqui. Espero que goste. Agora, venha, vou te mostrar a casa...
A casa era deslumbrante por fora, toda construída em madeira, com uma escada de poucos degraus na entrada e um alpendre que a circundava, com várias redes convidativas para relaxar. Antes de entrarmos, ele parou de frente para a porta e pediu para eu fazer o mesmo.
Quando virei, deparei-me com uma vista magnífica de uma parte de sua fazenda. Era espetacular, com currais cheios de cavalos, pastos repletos de gado e cabras, e muitos outros animais. Tudo era verde, cercado por árvores, cercas e celeiros. Também pude ver pequenas casas ao longe.
- Quem mora naquelas casinhas lá no final? ( Perguntei curiosa ).
- São dos peões, a maioria deles moram aqui. (ele respondeu).
- Isso é incrível... ( Respondi, encantada com aquele lugar tão magnífico).
- Venha, vou te mostrar a casa...
Entramos na casa, que estava impecavelmente limpa e organizada. A sala era espaçosa, com várias janelas de vidro que ofereciam vistas deslumbrantes da paisagem circundante. Era tudo tão diferente do lugar onde morava, onde a simplicidade reinava e meu pai não se importava com a beleza.
Além da sala, havia um cômodo que parecia um cinema, com uma enorme TV e um gigantesco sofá de canto, capaz de acomodar um grande número de pessoas. Em seguida, passamos por um corredor com várias portas, que levavam aos quartos. Ele não parou para mostrar os quartos imediatamente; em vez disso, continuou pelo corredor até chegarmos à cozinha.
A cozinha era impressionante, com uma grande mesa e armários sob medida, tudo elegantemente decorado.
- Já te mostrei as áreas principais. Agora, vou te mostrar o seu quarto.
Voltamos ao corredor, e ele abriu a porta de um quarto encantador, com paredes vermelhas e uma cama espaçosa. Uma parede de vidro dava acesso a uma vista espetacular da fazenda, o quarto também dava acesso à uma varanda com uma mesinha e cadeiras, uma porta vermelha no quarto que permaneceu fechada chamou minha atenção.
- Esse é o meu quarto. ( Ele disse, sorrindo).
Fiquei um pouco envergonhada, pois havia deixado minha bolsa em cima de uma mesa, e ele tinha mencionado que me mostraria meu quarto. Não conseguia entender por que ele queria me mostrar seu quarto. Minha curiosidade me levou a perguntar sobre a porta fechada.
- E essa porta?
Ele ficou um pouco desconcertado, e não entendi por quê. Após algum tempo pensando, ele respondeu: "Ah, é apenas o meu closet."
- Venha, agora vou te mostrar o seu quarto. Fica aqui ao lado...
A ideia de ficar ao lado do quarto dele me intrigou, dado que havia tantos quartos disponíveis na casa. Então, seguimos para o meu quarto, que era esplêndido, com paredes amarelas e uma porta de vidro que se abria para uma varanda, que eu não havia notado quando visitei a varanda do quarto dele. Minha cama era menor do que a dele, mas igualmente confortável. Havia um guarda-roupa repleto de roupas, sandálias, chinelos e botas.
- De quem são essas coisas?( perguntei, intrigada).
- Eu já estava esperando por você há algum tempo, então comprei essas coisas com a ajuda de uma amiga. Espero que goste. Agora, vou deixar você descansar e se organizar. Vou verificar como estão as coisas com os peões e voltarei mais tarde para te apresentar à equipe. Você vai gostar deles... ( disse, enquanto andava até a porta do quarto).
- Está bem, até mais tarde...
Ele saiu, eu fechei a porta e me deitei naquela cama incrivelmente macia. Pela primeira vez em minha vida, senti uma profunda sensação de paz.
Continua no Capítulo 5.
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O fazendeiro
RomanceIsabella reside em uma modesta propriedade rural, onde convive com seu autoritário progenitor, que a submete a tratamentos cruéis desde o seu nascimento. A mãe de Isabella faleceu durante o parto, e seu pai a responsabiliza por esse trágico evento...