Versão do Johnny:
"Alguns minutos antes"
Conduzo calmamente a caminhonete pelas estradas de terra em direção à pequena fazenda, meu coração palpita de ansiedade e saudade. Apesar da promessa de não buscá-la mais, ela continua a povoar meus pensamentos constantemente. Já fazem alguns dias desde que ela saiu da minha fazenda. A falta dela é tão intensa que dói no peito. Ao meu lado, no banco do carona, observo o belo buquê que encomendei, esperando que ele a faça se sentir especial e reconsidere nosso relacionamento, pois a amo profundamente. Em meu bolso, guardo um par de alianças, símbolo do meu desejo de construir uma família ao seu lado. Estou determinado a pedi-la em casamento, buscando firmar nosso amor de maneira definitiva.
Finalmente chego até a fazenda, me aproximo até a casa principal e desço com o buquê e as alianças nas mãos. O local está silencioso, será que ela não está aqui? O Leonardo me garantiu que a havia deixado aqui.
Cautelosamente, me aproximo da casa principal com o buquê e as alianças em minhas mãos trêmulas. O silêncio ao redor é ensurdecedor, deixando-me inquieto. O Leonardo assegurou que a havia deixado aqui. Onde ela poderia estar? Sinto uma mistura de ansiedade e esperança enquanto decido explorar a fazenda em busca dela.
Meu coração se aperta ao dar alguns passos em direção aos fundos da casa. Uma sensação de temor cresce em mim, e meu medo se confirma quando vejo a cena diante dos meus olhos. Lá, nos fundos da casa, vejo ela. Ela está com outro homem, ajudando-a a descer do cavalo. Os risos alegres deles cortam o silêncio, como uma faca afiada em meu coração. Uma onda de emoções confusas me invade, enquanto observo a cena atordoado e incapaz de encontrar palavras para expressar a dor que sinto.
Meus punhos se cerram automaticamente, meu coração se partindo em pedaços enquanto o sentimento de impotência me consome. Agora com mais atenção, lembrei do homem com quem a Isabella estava conversando no dia em que brigamos na vaquejada, era o mesmo cara que agora estava com ela, um sentimento de raiva me invade e num breve momento, penso em disparar para cima dele e esbofetear sua cara, só por ele toca-la. Mas decido não reagir dessa forma, paralisado pela dor. As palavras de amor e promessas de casamento agora parecem vazias e frágeis diante da realidade cruel que enfrento. Tento encontrar coragem para confrontá-los, mas minhas pernas parecem incapazes de me levar para mais perto. Fico ali, na sombra da casa, observando a mulher que acreditei ser o amor da minha vida, feliz com outro homem.
Com um olhar duro e com o coração em pedaços, viro-me silenciosamente, jogando o buquê no chão, enquanto tento quebrar a pequena caixinha com as alianças em minha mão, sem dizer uma palavra, afasto-me da cena. Cada passo que dou é pesado, como se estivesse carregando o peso de todo o meu mundo desmoronado. As lágrimas ameaçam cair, mas eu as contenho, engolindo a dor que ameaça me engolir por inteiro.- Johnny, espere... ( a voz dela ecoa no ar, implorando por minha atenção, mas minha determinação é firme).
Ignoro suas palavras enquanto acelero a caminhonete, dando um cavalo de pau que levanta uma nuvem de poeira, obscurecendo tudo ao meu redor. O ronco do motor ecoa minha raiva e dor, uma expressão física do turbilhão de emoções que sinto. No retrovisor, vejo apenas a poeira se dissipando, enquanto despejo socos na direção do carro.
A solidão da noite envolve minha casa quando chego, exausto e despedaçado. Na escrivaninha da sala, alcanço uma garrafa de whisky, buscando consolo nas profundezas de seu calor ardente. Caminho até meu quarto, sou surpreendido com uma pequena figura feminina deitada em minha cama, seu corpo quase nu, vestida apenas com uma lingerie que mal cobre suas partes.
- O que diabos está fazendo aqui? ( pergunto espantado olhando para Olga).
Ela leva seu dedo indicador até seus lábios, suas pernas agora entreaberta em minha direção:
- Bom, fui despejada da minha humilde residência e onde mais eu poderia me refugiar se não na casa do pai do meu filho?
- Eu não estou com paciência para seus joguinhos, Olga. Saia já daqui, ( falei com firmeza enquanto me dirigia até a sacada do quarto, buscando um respiro diante da confusão que dominava minha mente).
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O fazendeiro
RomansaIsabella reside em uma modesta propriedade rural, onde convive com seu autoritário progenitor, que a submete a tratamentos cruéis desde o seu nascimento. A mãe de Isabella faleceu durante o parto, e seu pai a responsabiliza por esse trágico evento...