O fazendeiro - Capítulo 8

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Respirei fundo e, com uma mistura de curiosidade e ansiedade, adentrei o quarto dele. A penumbra revelou contornos familiares, móveis e objetos que eu já havia visto quando ele me trouxe aqui. Na mesinha de cabeceira, notei um livro que ele deveria está lendo recentemente, já que estava marcado com um marcador de página.

Os raios iluminaram brevemente o quarto, revelando um retrato dele na adolescência acompanhado de um senhor que provavelmente seria seu pai, seus sorrisos mostravam o quanto deveriam ser parceiros um do outro. Fiquei observando a imagem por um momento antes de continuar minha exploração silenciosa.

Meus olhos se fixaram na porta vermelha e minha curiosidade aumentou ainda mais, apressei os passos até ela e me decepcionei ao perceber que estava trancada.

Enquanto as gotas da chuva continuavam a bater nas janelas, eu me vi ali dentro espiando suas coisas para tentar descobrir um pouco mais sobre ele, acabei descobrindo o acesso ao seu closet que ficava dentro do enorme banheiro. O que me intrigou ainda mais com aquela porta em seu quarto, ele havia me contado de que seria seu closet mais descobri que não.
Retornei ao quarto e quase soltei um grito estrondoso quando me deparei com a figura masculina que estava parada na porta do quarto, seus olhos azuis que agora me olhavam fixamente enquanto eu procurava por alguma explicação que pudesse explicar o fato de eu estar ali, ele estava ensopado, apenas com uma calça jeans, pés descalços e uma poça se formava no lugar onde estava parado.

- Surpresa, querida? Gostou da exploração que fez por aqui? ( Disse enquanto suas mãos se dirigiram até o botão da sua calça e...)

- Jesus amado, você não pode tirar a sua calça aqui... ( falei enquanto rapidamente levei minhas mãos até meu rosto).

Ele se aproximou, sussurrando em meu ouvido, enviando arrepios pelo meu corpo:

- Você tem certeza de que realmente não posso? A chuva não é a única coisa que está quente aqui. Agora me diga, por que você está realmente aqui?

Minha mente estava em branco, e eu não conseguia encontrar uma resposta adequada. Antes que eu pudesse reunir meus pensamentos, ele se afastou e entrou no banheiro.Tentei balbuciar algo:

- Eu... hum... Eu te esperei para jantar, então achei que poderia estar em seu quarto e vim até aqui para chamá-lo.

- Eu percebi que você já jantou, então, certamente não foi por isso. ( Droga, ele tinha mesmo que ter ido até a cozinha ?) - provavelmente você estaria com vontade de comer algo mais picante... ( Continuou, agora sua voz parecia estar mais perto).

Virei-me para encará-lo, mas me deparei com uma visão que me deixou completamente chocada. Ele estava parado na porta do banheiro, vestindo uma cueca branca que estava completamente encharcada, revelando mais do que eu esperava ver. Meus olhos se arregalaram, minha boca formou um "O" de surpresa, e ele apenas sorriu, claramente se vangloriando da situação.

Então confirmando o que eu já estava esperando suas mãos se dirigiram ao cós da cueca mas antes que ele pudesse ir mais longe, minha reação instintiva foi correr para fora do quarto, e eu ainda pude ouvir sua gargalhada enquanto fechava a porta rapidamente, deixando-me com um turbilhão de pensamentos e emoções confusas.

A chuva continuava a cair lá fora, mas agora eu me sentia mais segura com ele em casa. Minutos se passaram, e eu estava deitada na minha cama, meus pensamentos acelerados. Não conseguia entender completamente o que estava sentindo. Mal o conhecia, mas podia sentir os desejos que meu corpo expressava quando ele estava por perto. E seu jeito descarado só aumentava ainda mais esses desejos.
Os trovões continuavam a ecoar cada vez mais alto, e eu nem percebi quando ele abriu a porta do meu quarto e se sentou na beira da minha cama. Seu cabelo agora estava penteado, embora ainda molhado, vestia uma calça de moletom e uma camiseta de algodão.
Logo ele quebrou o silêncio:

- Você está bem? ( disse, notando que eu ainda estava acordada).

- Estou bem... (Respondi, tentando disfarçar minha inquietação com sua presença).

- Sua comida estava deliciosa, desculpe-me por não ter chegado a tempo de jantarmos juntos.

Eu disse com calma:

-Está tudo bem, não me importei. ( Claro que eu não mencionaria que o esperei ansiosamente, parecendo uma tola).

Ele ofereceu:

- Se quiser, posso te fazer companhia até a chuva passar.

- Eu não tenho medo de chu... ( Antes que eu pudesse terminar de responder, um trovão estrondoso ecoou no céu, fazendo-me pular de susto com o barulho).

- O que você iria falar mesmo? ( perguntou com ironia, enquanto um sorriso de canto surgia em seus lábios).

Eu sorri e afastei, permitindo que ele deitasse ao meu lado. Ficamos alguns segundos nos encarando na escuridão até que seus lábios se moveram até minha testa, deixando um beijo de boa noite. Minhas memórias logo ficaram embaçadas, e adormecemos com o som da chuva batendo no telhado.

Continua...

 O fazendeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora