Eu observo as enfermeiras conduzirem Olga numa maca em direção às partes mais internas do hospital, bloqueando o rapaz no corredor.
- Você pode esperar aqui. Faremos o que for necessário para estancar o sangramento ( diz um médico).
O rapaz, pálido, senta-se numa das cadeiras de espera, suas mãos pressionando a cabeça enquanto parece perdido em pensamentos. Aproveito a oportunidade para me aproximar, Isabella ao meu lado.
- Olá! (falo, minha voz soando firme e autoritária).
O rapaz me encara, tentando me reconhecer de algum lugar;
- Sim, o que deseja? (responde ele, visivelmente desconfortável).
Eu aponto na direção do corredor por onde levaram Olga e pergunto:
- Você é o pai da criança que aquela moça está esperando? ( minha voz torna-se ainda mais intimidante).
- O quê? É claro que sou. Quem mais poderia ser? ( ele responde, parecendo irritado com a minha pergunta).
Percebo a tensão no rosto do rapaz, mas mantenho minha expressão séria enquanto continuo a conversa.
- Preciso que você se acalme, como você se chama?
Ele hesita por um momento antes de responder:
- Sou Lucas.
- Lucas, meu nome é Johnny. Minha noiva e eu estávamos saindo após visitar seu irmão, que está internado aqui. E por coincidência, me deparei com a cena de você com Olga. Antes de mais nada, quero que você me responda com sinceridade: tem certeza sobre a paternidade dessa criança? Olga insiste que o filho é meu, e mesmo tendo muitas dúvidas sobre isso, estava disposto a esclarecer isso com um teste de paternidade após o nascimento. Agora, me explique como você pode ser o pai dessa criança?
Lucas olha para mim, seus olhos demonstrando uma mistura de nervosismo e surpresa diante da minha pergunta direta.
- Eu entendo que isso possa parecer confuso ( ele começa, claramente desconfortável). - Eu e Olga saímos algumas noites, e ela me disse que achava que eu era o pai. Eu não estava certo até ontem, quando o resultado do exame de DNA que ela me obrigou a fazer saiu e confirmou a minha paternidade, ela surtou, falando que eu não seria o pai, que o bebê já tinha um pai e que não aceitaria que eu me aproximasse da criança, só que o filho é meu e eu vou ser o pai dele sim.
Eu absorvo suas palavras, processando a situação complexa em que estamos envolvidos. Mantenho meu olhar firme, buscando a verdade na expressão de Lucas.
- Eu não sei o que passa na cabeça dela, mas ela ficou insistindo nisso e acabamos discutindo e quando eu vi, ela começou a sangrar e eu me desesperei ( Lucas continua, sua voz vacilante).
Eu pondero sobre suas palavras, consciente da tensão que envolve a situação;
- Compreendo que isso seja extremamente complicado para todos nós. No momento, o mais importante é garantir que Olga receba os cuidados necessários. Em relação ao bebê, se o exame de DNA comprovou, então espero que você e Olga se acertem, pelo bem do bebê. Eu vou ser um bom pai, mas somente para a criança que agora cresce no ventre da minha amada. ( termino minhas palavras com um olhar de orgulho e alívio para Isabella).
Ela me olha, compartilhando do meu mesmo sentimento de alívio por não termos mais que nos preocupar com Olga em nossas vidas. Apesar do tumulto emocional, há uma sensação de finalidade no ar, como se uma grande preocupação tivesse sido tirada de nossos ombros. Neste momento, olhamos um para o outro, reconhecendo o desafio superado juntos, prontos para seguir em frente apenas nós três.
Um médico emerge do corredor, seu rosto iluminado por um sorriso genuíno. Todos os olhares se voltam para ele, esperando ansiosamente por qualquer notícia.O médico faz uma pausa, olha para nós e depois solta um suspiro de alívio.
- Tenho boas notícias. Olga e o bebê estão bem. Fizemos o que precisava ser feito, e ambos estão em condições estáveis agora ( diz o médico, sua voz transmitindo uma mistura de profissionalismo e alívio).
Lucas, que estava sentado na cadeira, se levanta, seus olhos marejados de lágrimas.
- Muito obrigado, doutor. ( diz, sua voz embargada pela emoção).
O médico nos conduz até o quarto onde Olga está. Ao entrarmos, percebo seu rosto pálido e surpreso ao nos ver ali.
- Johnny, o que faz aqui? ( Sua voz é fraca).
- Olga, eu sei que não é o momento adequado, mas eu só queria deixar claro que já sei de tudo. Eu espero realmente que você siga sua vida a partir daqui e não interfira mais na minha vida ( falei com firmeza).
-Você contou tudo para ele. ( ela diz com voz repreensiva para Lucas).
- Eu falei, o filho é meu, eu vou criar. ( ele afirma).
- Espero que vocês se acertem e cuidem bem dessa criança. ( digo antes de sair do quarto).
Com um sorriso de alívio nos lábios, eu e Isabella seguimos rumo à saída do hospital, deixando para trás o turbilhão de emoções que vivemos nas últimas horas.
- Depois de tantas emoções, merecemos comemorar com um almoço especial ( digo a Isabella, sentindo a gratidão inundar meu coração).
Ela concorda, seus olhos brilhando com alegria e alívio.
- Com certeza. Vamos encontrar um lugar aconchegante para celebrar juntos e agradecer por esse final feliz. ( responde, colocando a mão sobre a minha).
Continua...
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O fazendeiro
DragosteIsabella reside em uma modesta propriedade rural, onde convive com seu autoritário progenitor, que a submete a tratamentos cruéis desde o seu nascimento. A mãe de Isabella faleceu durante o parto, e seu pai a responsabiliza por esse trágico evento...