Versão do Johnny:
Já se passaram seis dias desde a última vez que a vi, desde que ouvi sua voz ou senti seu toque, e a ausência está começando a pesar em mim. Sinto-me culpado por saber que nossa relação está sendo abalada por minha causa. Pensei em ir até o chalé e trazê-la de volta para casa, mas tenho receio de parecer intrusivo.
Foi reconfortante enviar um bilhete para ela ontem, mostrando o quanto ela está em meus pensamentos e o quanto desejo tê-la novamente nos meus braços. Não sou de tá correndo atrás das mulheres, mas ela me faz perder a cabeça.
São nove e meia da noite, e estou sentado na varanda do meu quarto, esvaziando mais uma garrafa de vinho. Tenho recorrido à bebida nos últimos dias, pois ela me ajuda a suportar um pouco mais a saudade que sinto no peito. No entanto, ao mesmo tempo, essa bebida só intensifica meu desejo de estar ao lado dela a todo instante, e é exatamente isso que estou cogitando em fazer neste momento.
O som do silêncio da noite é interrompido apenas pelo meu próprio suspiro e pelo tilintar da garrafa vazia sobre a mesa. A lua está alta no céu, iluminando o caminho que me separa dela. Meus pensamentos estão em turbilhão, oscilando entre a incerteza e a determinação.Talvez seja hora de buscar o que meu coração anseia. Sinto que não posso mais adiar o encontro com ela, e a distância entre nós parece insuportável neste momento, a ideia de ir até ela é irresistível, mesmo que isso signifique correr atrás de uma mulher. O que importa é que, por fim, eu a terei nos meus braços de novo.
Abandonei a garrafa de vinho vazia e, com o coração acelerado, peguei minhas chaves e saí em direção ao chalé. A noite estava tranquila e o caminho até lá parecia uma eternidade.Minha mente estava cheia de pensamentos sobre como explicaria meu impulso repentino de visita, mas o desejo de reconectar com ela superava qualquer preocupação. Eu sabia que, no fundo, era isso que ambos precisávamos. À medida que me aproximava do chalé, meu coração batia mais forte, e a esperança de resolver nossas diferenças e trazê-la de volta aos meus braços me impulsionava a seguir em frente.
Ao chegar, hesitei por um momento antes de bater suavemente na porta, e eu me perguntava como ela reagiria. A porta se abriu lentamente, revelando seu rosto surpreso. Ela me olhou nos olhos por um breve instante, e então perguntou o que eu estava fazendo ali, enquanto eu só conseguia olhar para sua boca, desejando intensamente sentir seu sabor mais uma vez.
Em um momento de coragem, estendi a mão e segurei a dela suavemente, transmitindo sem palavras o que estava em meu coração.- Você não deveria ter vindo aqui. Cada vez que olho para você, não consigo evitar imaginar você e Olga se beijando. (Ela falou enquanto puxava sua mão, como se meu toque fosse proibido, e isso causou uma pontada de dor no meu coração).
O silêncio pesou no ar por um momento, enquanto eu tentava encontrar as palavras certas para explicar o que sentia. Seus olhos buscavam os meus, mas estavam cheios de incerteza e confusão.
- Eu só queria que você soubesse... ( comecei, minha voz falhando um pouco diante da intensidade do momento) - Sinto muito se te magoei. Não era minha intenção. ( No entanto, as palavras pareciam insuficientes para dissipar a tristeza que pairava entre nós).
Ela olhou nos meus olhos com uma mistura de tristeza e resignação.
- Eu entendo, (ela murmurou suavemente). Mas preciso que saiba que decidi que irei embora amanhã, voltarei para a fazenda do meu pai. Agora que ele se foi, não tenho mais razão para não voltar pra lá. ( Suas palavras caíram como um peso em meu coração, e uma mistura de raiva e insegurança tomaram conta de mim).
Sob o peso do momento, uma onda de emoções me fizeram agir de uma maneira que nunca tinha agido na vida, ainda mais se tratando de uma mulher, deixei minha frustração explodir.
- Mas não precisa ir embora! ! (exclamei, minha voz elevando-se involuntariamente). - Nós podemos resolver isso juntos, encontrar um caminho!
No entanto, minha raiva encontrou apenas resistência em seus olhos tristes. Ela permaneceu calma, quase resignada.
- Acredito que seja melhor assim, ( disse ela, sua voz suave contrastando com minha explosão). - Por favor, me deixe partir em paz.
Apesar da minha raiva momentânea, vi a tristeza em seus olhos e percebi que não podia forçá-la a ficar contra sua vontade. Minhas palavras se perderam no vazio entre nós enquanto eu tentava controlar a raiva e a tristeza que se misturavam dentro de mim. Um silêncio pesado pairou no ar, marcando o momento de aceitação. Finalmente, respirei fundo, deixando minha mão cair ao lado do corpo.
- Tudo bem, ( murmurei, aceitando a realidade que se impunha diante de nós). - Se é isso que você quer, pedirei ao Leonardo que te leve amanhã.( Mesmo que minhas palavras soassem resignadas, meu coração ainda lutava contra a ideia de perdê-la.)
Com um nó na garganta, virei-me lentamente e comecei a caminhar até minha caminhonete, deixando-a para trás. Cada passo parecia mais difícil que o anterior, como se o chão estivesse puxando meus pés de volta, implorando para que eu não partisse. No entanto, meu orgulho não me deixava implorar mais do que já tinha feito, se ela quer ir embora, então que vá. Nunca precisei correr atrás de uma mulher, não será dessa vez que irei. Vou deixá-la seguir seu próprio caminho, mesmo que isso significasse minha própria dor.
Continua...
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O fazendeiro
RomansaIsabella reside em uma modesta propriedade rural, onde convive com seu autoritário progenitor, que a submete a tratamentos cruéis desde o seu nascimento. A mãe de Isabella faleceu durante o parto, e seu pai a responsabiliza por esse trágico evento...