O fazendeiro - Capítulo 10

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" O Fazendeiro" ( Capítulo 10)

Autora: Adriele Lima

Versão Isabella:

A medida que retornávamos à fazenda, o caminho parecia uma eternidade. Eu estava extremamente envergonhada com o que havia acontecido. Johnny, por sua vez, permanecia em silêncio desde que me ajudou a montar meu cavalo para voltarmos.
Minha mente estava em um turbilhão de pensamentos. Sentia-me dividida entre a surpresa do que tinha acontecido e a necessidade de manter minha sanidade quando estiver perto dele. Por mais que eu quisesse mostrar que não me entregaria facilmente, não conseguia evitar que a lembrança daquilo que aconteceu me fizesse desacreditar que conseguiria evitar por muito tempo.
Enquanto cavalgávamos em silêncio, eu voltei meus pensamentos para aquele momento. Foi uma sensação avassaladora, algo que me fez perder o controle do meu próprio corpo. Sorte minha que recuperei a consciência a tempo, antes que as coisas se tornassem ainda mais intensas.
O caminho de volta se estendia diante de nós, e eu sabia que o que aconteceu no chalé seria algo que não poderia ser ignorado. O silêncio entre nós era carregado de significado, e eu me perguntava como isso afetaria nossa convivência e o que viria pela frente.
Finalmente chegamos à fazenda e fomos recebidos pelo delicioso aroma do almoço que Daiana havia preparado. Sentamos à mesa e agora o Johnny finalmente voltou a se comunicar, era incrível como ele agia normalmente depois do que me fez sentir, durante o almoço eles compartilharam histórias enquanto desfrutamos de uma refeição deliciosa, às vezes, sinto-me tão acolhida e amada nesse lugar, que parece que estou vivendo em um sonho, e se isto for um, não desejo jamais despertar dele.
Depois do almoço, Johnny dirigiu-se a um cercado onde alguns peões estavam tentando domar um cavalo jovem que claramente não gostava de ninguém montando nele. O cavalo reagia de forma desafiadora, fazendo com que alguns peões caíssem no chão em várias ocasiões. Essa situação arrancava risos e vaias da plateia formada por outros peões, como se fosse uma espécie de entretenimento para eles.
Daiana e eu nos acomodamos em cadeiras de balanço na enorme varanda da sua casa. Ela era uma mulher muito bonita, com longos cabelos pretos, olhos escuros e um corpo bem definido. Seu esposo também era atraente, formando um casal jovem e bonito.

- Eles adoram isso. ( Daiana comentou, observando o que acontecia no cercado).

Eu concordei, confiante de que o cavalo poderia vencer a disputa.

- Sim, aposto que o cavalo irá vencer; ele parece esperto.

- Não se engane, temos ótimos peões por aqui... (Daiana sorriu).

Não demorou muito e Johnny decidiu enfrentar o desafio do cavalo indomável. Fiquei de pé para ter uma visão melhor, e Daiana, percebendo meu interesse, me convidou para nos aproximarmos da cerca. Uns dez peões estavam ali, servindo como plateia, e pude perceber seus olhares curiosos quando nos aproximamos.
Dentro do cercado, Johnny começou a acalmar o cavalo, olhando nos olhos do animal e acariciando sua cabeça e pescoço. O cavalo parecia entender que Johnny não representava uma ameaça. Lentamente, Johnny investiu mais, alisando o pelo do cavalo e ganhando sua confiança. Com mãos habilidosas, ele se apoiou no lombo do cavalo e tentou montá-lo, mas o cavalo saiu disparado e Johnny acabou caindo. Os peões riram e vaiaram, como haviam feito antes.
No entanto, Johnny se levantou rapidamente, pegou uma corda que estava na cerca e lançou-a de forma habilidosa sobre o cavalo. O animal ficou surpreso e, aproveitando a oportunidade, Johnny o montou novamente. O cavalo se sacudiu e tentou derrubá-lo , mas com carinho e paciência, Johnny conseguiu dominar a fera. A plateia aplaudiu e sorriu, e Johnny piscou para mim enquanto tirava o chapéu como um cumprimento. Ele sabia como se sair ainda mais charmoso quando queria.
Ainda diante das comemorações dos peões Johnny proclamou com confiança:

- Não existe fera que eu não consiga domar.

A frase de Johnny ecoou no ar, carregada de significado. Seu olhar travesso e o tom de voz sugeriram que havia uma mensagem mais profunda por trás daquelas palavras. Era como se ele estivesse se dirigindo a mim de maneira sutil, como se quisesse transmitir que não havia desafio que ele não estivesse disposto a enfrentar.
Ficamos até o escurecer do dia na companhia de Daiana e seu esposo. Aproveitamos para jantar juntos, e ficou claro que Daiana compartilhava comigo o amor pela culinária. Johnny também tinha algumas pendências para resolver com seu esposo durante nossa visita.
Após nos despedirmos, decidimos pegar a picape que estava disponível. Agradeci por essa opção, uma vez que a noite estava bem fria. Eu me perguntei se viria mais chuva, pensando no que o clima reservaria para nós.
Ele guiou o carro pela estrada sinuosa que levava à sua casa, e eu estava ao seu lado, observando a paisagem rural que mal podíamos distinguir devido a escuridão da noite. O céu estrelado iluminava nossos caminhos enquanto nos aproximávamos da casa.
Johnny estacionou o carro perto da entrada e desligou o motor, causando-me uma inquietude.

- Chegamos em casa. (disse Johnny com um sorriso gentil, e eu pude vê-lo apenas pelo brilho das estrelas).

Assenti e devolvi o sorriso na escuridão.

- Sim, foi um dia bastante intenso. (Saímos do carro e caminhamos juntos em direção a entrada da casa, com a expectativa do que nos aguardava).

Enquanto andávamos pela casa escura, nossos passos ecoavam pelo corredor. Apenas o brilho suave das estrelas entrando pelas janelas iluminava nosso caminho. Aquele silêncio envolvente parecia aumentar a sensação de expectativa. Johnny procurou pela parede até encontrar o interruptor de luz e, com um simples movimento, preencheu o ambiente com uma luz suave e calorosa. Revelando o interior do corredor que levava aos nossos quartos.
Andávamos lado a lado no corredor, nossos ombros quase se tocando. O murmúrio suave da noite ao nosso redor tornaram o momento ainda mais íntimo. Antes que eu chegasse até a porta do meu quarto senti Johnny pegar minha mão e sorriu gentilmente, seus olhos transmitindo uma profunda sinceridade.

- "Isabella". ( ele começou com um toque de ternura na voz) - "este lugar é especial para mim, e agora você faz parte disso. Desde o momento em que te vi, eu não sei como explicar mas, sinto uma conexão forte e irresistível entre nós. (Meu coração batia mais rápido, e meus olhos se encontraram com os dele).

- "Johnny," ( respondi com voz suave)
- eu também sinto o mesmo. Esta noite, este lugar... tudo parece um sonho quando estou com você.

Ele se aproximou lentamente, seus lábios encontrando os meus em um beijo apaixonado, repleto de promessas e desejo. Era como se o mundo ao nosso redor desaparecesse, como se a vida que eu tinha vivido nunca tivesse existido, como se a minha vida inteira tivesse sido somente nós dois ali em nosso próprio universo.
Os sentimentos que eu já nutria por ele eram intensos e avassaladores, mesmo que soubesse que mal o conhecia sei que desde o momento em que nossas vidas se cruzaram, algo dentro de mim mudou. Era como se eu estivesse destinada a estar ao lado dele, e eu não hesitaria em me entregar a esse sentimento avassalador, mesmo que isso fosse um território desconhecido. Era um sentimento que transcendia o tempo e as circunstâncias, e eu estava disposta a embarcar nessa jornada incerta, confiando que o destino nos havia unido por uma razão maior.

Continua ...

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