1 ❀ too good to be true ❀ shawn

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— Só pode ser brincadeira! — exclamo ao perceber a cama vazia ao meu lado.

Esfrego os olhos para tentar ajudá-los a enxergar melhor sobre a claridade que entra da janela e faço uma nota na cabeça: Nunca mais esquecer de fechar as cortinas antes de dormir.

Não que eu tenha tido muito tempo pra pensar em qualquer outra coisa além da garota extremamente sexy que eu trouxe pra casa ontem.

Foi uma puta batalha interna decidir se eu a trazia pra cá ou se a levava à um motel e eu acordo e — bem feito, Shawn — ela não está mais aqui.

Normalmente sou eu quem foge das camas pela manhã. Isso nunca aconteceu comigo.

Mas não é como se eu fosse um babaca. Eu não sou um babaca... Pelo menos não ao extremo.

A ressaca é forte demais e nem a fome consegue me fazer levantar da cama. Fico um pouco agradecido por não ter mais ninguém aqui, já que dormi na expectativa de um segundo round pela manhã e... ah, vai se foder Grace — tenho quase certeza de que esse era seu nome.

Em um sinal de desespero repentino, olho para meu braço e lá estava meu relógio. — suspiro aliviado. — Certo, pelo menos ela não era uma sereia e eu definitivamente não sou um marinheiro atraído pelo seu canto.

Ela era perfeita demais pra ser verdade, mesmo.

***

— Eai, Mendes. — Jack me desperta do meu momento de depressão no bar. — Como foi a noite?

— Bebendo pra melhorar a ressaca. Como sempre.

— O que tu tem? — ele se senta ao meu lado e levanta a mão para o garçom, pedindo sua bebida.

— Aquilo que eu menos queria. — admito. — Acho que uma garota me afetou. — digo de forma dramática e ele ri.

— Tá, vou fingir que acredito. — diz e se vira, apoiando os braços no balcão, com sua bebida na mão enquanto observa o bar. — Tá, te liga — também me viro. —, loira e ruiva. Qual tu quer?

— A ruiva, faz tempo que não pego uma.

— Beleza, a loira é mais peituda, mesmo. — ele da de ombros e ri, se virando de volta ao bar. — Mais duas, Lou. — ele pisca pra garota do bar e ela revira os olhos.

— Mais três! — corrijo e viro o último gole do meu copo, batendo-o na madeira.

Lou é uma garota extremamente ruiva muito bonita e eu nunca a vi sem seu costumeiro batom vermelho.

Eu tenho quase certeza de que ela tem uma queda por Jack, mas ele nunca chegou a investir nela e eu não faço ideia do por que, já que, convenhamos, ela é bem gostosa.

Talvez seja por ela ser um pouco mais velha, como trabalha aqui no DeLux Bar e nós dois temos vinte anos — tudo bem, eu ainda não tenho, mas vou fazer em agosto, então já considero. —, mas voltando ao assunto, nós sempre viemos à esse bar para encontrar mulheres mais velhas. Sempre é por provavelmente serem mais experientes e Lou é um pouco... ingênua.

— Obrigado, Lou. — agradeço quando ela nos entrega as três bebidas e sorri pra mim. — Viu? — me dirijo a Jack. — Comigo ela é gentil.

— Aproveita que tu quer uma ruiva e pega ela. — ele diz seco, olhando seu reflexo no vidro de bebidas a nossa frente e se vira, levantando-se em seguida.

É óbvio que ela ouviu, mas ele não ligou. As vezes Jack consegue ser rude na maior facilidade.

O cara consegue ser mais alto que eu, tem cabelo loiro um pouco abaixo da orelha e olhos azuis que tu só percebe a cor se prestar atenção. Ele ganha as mulheres facilmente, mas eu não fico pra trás.

Ele sai na minha frente, então passo a mão pelos cabelo e me levanto, o alcançando e chegando às garotas ao mesmo tempo que ele.

— Boa noite, senhoritas. — uma vantagem dele: seu sotaque. O cara é britânico e isso é quase difícil de combater, mas eu tenho meus meios.

— Oi. — dizem em um uníssono fingindo estarem surpresas.

— O que vocês acham de se juntarem à nós naquela mesa? — indico o lugar escuro com a cabeça e sorrio para a ruiva. Assim que o faço, seus olhos brilham, e é assim que eu as ganho.

Uma olha para a outra e como se naquele pequeno gesto tenham tido uma longa conversa e assentem com a cabeça.

— Meu nome é Shawn, a propósito. — lhe entrego a bebida. — E esse é...

— Jack. — ele me interrompe. — Jack Van der Helst. — babaca, ele sabe que nenhuma mulher resiste ouvindo-o pronunciar seu sobrenome.

— Cassey. — diz a ruiva.

— Liza. — noto a loira molhar os lábios pra Jack.

Desloco minha mão até a base das costas da ruiva e a dirijo até a mesa, já notando o fecho de seu vestido preto centralizado e as alças vermelhas de seu sutiã que, sutilmente aparecem em seus ombros.

Só pra ti não achar que eu sou um completo perverso, esse é um hábito que eu não me permito contar a ninguém. — a não ser pela noite passada. — Eu tenho o costume de tentar descobrir exatamente o tipo, cor e qual o jeito mais rápido de tirar as roupas de baixo de qualquer mulher que eu vejo.

As vezes até considero a personalidade da garota, e pelo jeito que essa tal de Cassey me comeu com os olhos, eu apostaria meu Jeep Wrangler que ela está vestindo renda em cima e uma calcinha que faz conjunto com seu sutiã.

Ela saiu de casa na expectativa de transar e sorte dela que esse também é meu objetivo.

***

— Mesmo de sempre? — Jack confirma, assim que as duas saem da mesa para irem ao banheiro.

— Mesmo de sempre.

Mesmo de sempre significa que eu levarei uma para um motel ou sua casa, enquanto Jack pode levar a dele para a nossa.

Foi um acordo estipulado assim que compramos nosso apartamento, que fica a duas quadras do campus.

Nós dois concordamos que nunca iríamos querer ouvir o outro transando — não que isso nunca tenha acontecido acidentalmente. —, então é justo ele ficar com a casa, já que eu não gosto de levar nenhuma mulher qualquer para os meus lençóis.

Há suas exceções, como ontem à noite — fiz isso sabendo que Jack não iria pra casa. — e pelo jeito aprendi que realmente não vale a pena.

Agora o que me resta é aproveitar essa noite e tentar esquecer a passada.

Where Were You In The Morning ❀ Shawn Mendes ❀ Onde histórias criam vida. Descubra agora