Foi um pouco difícil aceitar essa ideia. Eu provavelmente já teria a levado à um motel, caso transar comigo fosse sua intenção, mas claramente não é, e cá estamos.
— O sofá realmente é confortável. Eu transaria aqui. — ela solta, se acomodando assim que eu volto do quarto.
Coloquei uma calça de moletom e uma blusa preta lisa e até a ofereci alguma roupa, já que a noite tá bem fria, mas ela preferiu continuar com a minha camisa que é comprida demais para seu corpo.
— Certo... — lhe entrego uma manta e ela cobre suas costas, colocando seus pés para cima do couro marrom e envolvendo suas pernas com seus braços.
— Eu nunca transei em um sofá.
— Duvido muito disso.
— É sério. Já fiz em carros, mesas, camas, balcões... até na grama. Mas em um sofá nunca.
— Isso é... eu não poderia dizer incomum, por que muitos casais só transam em camas, mas pra alguém que já transou na grama...
— E na praia, só não aconselho muito. Quer dizer, não foi uma boa experiência. — ela solta o cabelo da colinha e traça os dedos por ele, tentando organizar os fios rebeldes.
— Foi o pior lugar que tu já transou? — rio, e lhe entrego a garrafa de vodka.
— Definidamente não. — ela olha pra restante da casa. — Aqui é muito bonito.
— Qual foi? — ignoro o elogio.
— Ãhm... acho que na banheiro do McDonald's. Foi... nojento. — praticamente gargalho ao ver sua expressão e ela me fuzila com os olhos, deixando transparecer um breve sorriso por trás da cara amarrada. — Qual foi o teu?
— Deixa eu ver... acho que foi no sofá empoeirado do porão de um amigo.
— Eca.
— Pois é, nada agradável.
— Tá, mas e o melhor lugar?
— Essa sim é fácil. No Sky Tower de Auckland, no chão de vidro. Eu posso ter tido uma vertigem, mas foi sensacional. Sério, sem duvidas. E o teu?
— Porra, tu realmente é rico. — eu sorrio pra ela. — Não se atreva a usar esse sorriso contra mim. — ela aponta o dedo e eu o seguro, me aproximando dela.
— E o teu? — repito a pergunta, mas dessa vez um pouco mais baixo.
— Bom, o meu também envolve vidro, mas nada tão sofisticado. Foi na casa de praia do meu namorado na época, Ethan. O teto era de vidro e eu acho que, como eu era bem idiota e inocente, as estrelas deram uma romantizada bem patética, mas mesmo assim, ainda foi uma das melhores noites da minha vida.
— Tu amava ele?
— Não sei se sou capaz disso, sabe... por um cara. Nunca aconteceu. — ela parece desconfortável falando sobre isso. — Tu já amou, Shawn?
— Acho que sim.
— Viu? Era pra ser uma coisa que se tem certeza. Eu tenho certeza de que nunca amei.
— Mas com o que eu poderia comparar? Só teve uma garota pela qual eu achei que não viveria sem... então, acho que era amor, sim.
— Se tu diz... — ela vira mais um gole, enquanto se apoia no sofá e quase se desequilibra.
— Ei, calma aí. Tu não acha que já bebeu demais? — tento tirar o vidro de sua mão, mas ela desvia.
— Tu não acha que tu não deveria ser menos mesquinho? — leva o bico da garrafa até a boca novamente. — Me diz o lugar mais estranho. — suspiro e aceito a derrota.
— Definitivamente a sala do zelador do Louvre.
— O mais proibido?
— A sala do zelador do Louvre. — rio e ela me encara.
— França, Nova Zelândia, onde mais?
— Meu pai tem uma empresa financeira internacional, eu já... viajei pra vários lugares.
— Tu não é daqui, né? — nego com a cabeça.
— O que me entregou? Eu não tenho sotaque.
— O jeito que tu reagiu quando viu aquela arma quando a gente tava na loja de conveniências.
— Que isso! Eu nem sabia que podia ter arma assim...
— Cara, aqui as pessoas têm armas até nos banheiros. De onde tu é?
— Canadá. Mas passei boa parte da minha vida morando na Inglaterra.
— Então por que tu não tem aquele sotaque gostoso do teu amigo? — diz rindo.
— Talvez por que meus pais não falavam com sotaque em casa e eu aprendi a falar na América? — gesticulo e a pego me observando.
— É... tu é educado de mais pra ser daqui.
— O que tu quer dizer com isso?
— Que qualquer outro cara já teria me jogado contra a parede assim que eu botei os pés aqui dentro. E tu continua a dois palmos de distância de mim. — ela tira a manta de seus ombros e começa a se ajoelhar na minha frente, diminuindo a distância entre nós.
— Mas foi o que tu... — agora eu realmente estou confuso. Ela não disse claramente que não transaria comigo essa noite?
Se eu já tinha perdido a ideia de que ela é louca, parece que eu me enganei, por que ela simplesmente me empurra pra trás e começa a me beijar.
— Eu ainda não sei o teu nome.
— Shh! Cala a boca e só... só me beija.
E é isso que eu faço. Ela afasta os lábios e me permite deslizar minha língua sobre a sua, de forma quente e intensa. O ritmo aumenta tanto que sinto que preciso tê-la sob mim, então nos troco de posição.
Minha mão percorre sua pele abaixo da minha camisa preta e ela envolve minha cintura com suas pernas.
Me apoio, mantendo uma pequena distância com meus braços e beijo a pele exposta de seu pescoço e ombro.
Ela me mantém perto de si segurando meu cabelo com uma mão e a outra agarrando minhas costas.
Quando afasto um pouco meu rosto e volto para sua boca, minhas mãos deslizam sob o tecido até seus peitos e ela geme meu nome. Era disso que eu tava falando. Era isso que eu precisava ouvir.
Tiro minhas mãos de sua pele quente e começo a desabotoar a camisa, até que ela preciosa meus dedos contra seu peito e olha em meus olhos. Aqueles grandes olhos azuis negaram que eu desse mais um passo.
— Porra! Tá, tu é só indecisa ou tá tentando me torturar?
— Desculpa! — ela aperta os olhos e eu analiso sua expressão. — Eu quero, mas... não posso.
— Por quê? — ela me olha. — Quer dizer... tudo bem, não tem problema. — me sento e coloco suas pernas em meu colo.
— Shawn... me desculpa, sério. — ela também se senta. — Eu... eu não sou assim, é só um péssimo dia. Eu tenho um motivo, eu... eu não to me fazendo de louca e não é tortura...
Cacete, ela tá muito nervosa. Quando isso aconteceu?
— Tá tudo bem...
— Grace. Me chama de Grace.
— Grace? Sério? Que nome... doce. — ela revira os olhos e se inclina em minha direção.
Eu não consigo evitar olhar para o decote formado por mim mesmo, mas ela não me repreende.
— Hoje não é um bom dia. — ela apoia a cabeça em meu ombro.
— Para de pedir desculpas por não transar comigo.
— É só que... eu alimentei a ideia e não continuei com ela. Tu é legal demais e gentil demais comigo Isso não é bom. — há uma certa confusão em sua voz.
Seguro seu rosto com as duas mãos e me vem uma vontade imensa de conforta-la, então ela se assusta quando beijo seus lábios.
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Where Were You In The Morning ❀ Shawn Mendes ❀
Fiksi PenggemarShawn Mendes tem a chance de manter sua rotina totalmente diferente durante seus quatro anos de faculdade. Seu pai lhe deu essa oportunidade e ele pretende aproveitar ao máximo tranquilamente. O único problema é conseguir enfrentar da mesma forma ap...