11 ❀ good luck in game ❀ shawn

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Foi um pouco difícil aceitar essa ideia. Eu provavelmente já teria a levado à um motel, caso transar comigo fosse sua intenção, mas claramente não é, e cá estamos.

— O sofá realmente é confortável. Eu transaria aqui. — ela solta, se acomodando assim que eu volto do quarto.

Coloquei uma calça de moletom e uma blusa preta lisa e até a ofereci alguma roupa, já que a noite tá bem fria, mas ela preferiu continuar com a minha camisa que é comprida demais para seu corpo.

— Certo... — lhe entrego uma manta e ela cobre suas costas, colocando seus pés para cima do couro marrom e envolvendo suas pernas com seus braços.

— Eu nunca transei em um sofá.

— Duvido muito disso.

— É sério. Já fiz em carros, mesas, camas, balcões... até na grama. Mas em um sofá nunca.

— Isso é... eu não poderia dizer incomum, por que muitos casais só transam em camas, mas pra alguém que já transou na grama...

— E na praia, só não aconselho muito. Quer dizer, não foi uma boa experiência. — ela solta o cabelo da colinha e traça os dedos por ele, tentando organizar os fios rebeldes.

— Foi o pior lugar que tu já transou? — rio, e lhe entrego a garrafa de vodka.

— Definidamente não. — ela olha pra restante da casa. — Aqui é muito bonito.

— Qual foi? — ignoro o elogio.

— Ãhm... acho que na banheiro do McDonald's. Foi... nojento. — praticamente gargalho ao ver sua expressão e ela me fuzila com os olhos, deixando transparecer um breve sorriso por trás da cara amarrada. — Qual foi o teu?

— Deixa eu ver... acho que foi no sofá empoeirado do porão de um amigo.

— Eca.

— Pois é, nada agradável.

— Tá, mas e o melhor lugar?

— Essa sim é fácil. No Sky Tower de Auckland, no chão de vidro. Eu posso ter tido uma vertigem, mas foi sensacional. Sério, sem duvidas. E o teu?

— Porra, tu realmente é rico. — eu sorrio pra ela. — Não se atreva a usar esse sorriso contra mim. — ela aponta o dedo e eu o seguro, me aproximando dela.

— E o teu? — repito a pergunta, mas dessa vez um pouco mais baixo.

— Bom, o meu também envolve vidro, mas nada tão sofisticado. Foi na casa de praia do meu namorado na época, Ethan. O teto era de vidro e eu acho que, como eu era bem idiota e inocente, as estrelas deram uma romantizada bem patética, mas mesmo assim, ainda foi uma das melhores noites da minha vida.

— Tu amava ele?

— Não sei se sou capaz disso, sabe... por um cara. Nunca aconteceu. — ela parece desconfortável falando sobre isso. — Tu já amou, Shawn?

— Acho que sim.

— Viu? Era pra ser uma coisa que se tem certeza. Eu tenho certeza de que nunca amei.

— Mas com o que eu poderia comparar? Só teve uma garota pela qual eu achei que não viveria sem... então, acho que era amor, sim.

— Se tu diz... — ela vira mais um gole, enquanto se apoia no sofá e quase se desequilibra.

— Ei, calma aí. Tu não acha que já bebeu demais? — tento tirar o vidro de sua mão, mas ela desvia.

— Tu não acha que tu não deveria ser menos mesquinho? — leva o bico da garrafa até a boca novamente. — Me diz o lugar mais estranho. — suspiro e aceito a derrota.

— Definitivamente a sala do zelador do Louvre.

— O mais proibido?

— A sala do zelador do Louvre. — rio e ela me encara.

— França, Nova Zelândia, onde mais?

— Meu pai tem uma empresa financeira internacional, eu já... viajei pra vários lugares.

— Tu não é daqui, né? — nego com a cabeça.

— O que me entregou? Eu não tenho sotaque.

— O jeito que tu reagiu quando viu aquela arma quando a gente tava na loja de conveniências.

— Que isso! Eu nem sabia que podia ter arma assim...

— Cara, aqui as pessoas têm armas até nos banheiros. De onde tu é?

— Canadá. Mas passei boa parte da minha vida morando na Inglaterra.

— Então por que tu não tem aquele sotaque gostoso do teu amigo? — diz rindo.

— Talvez por que meus pais não falavam com sotaque em casa e eu aprendi a falar na América? — gesticulo e a pego me observando.

— É... tu é educado de mais pra ser daqui.

— O que tu quer dizer com isso?

— Que qualquer outro cara já teria me jogado contra a parede assim que eu botei os pés aqui dentro. E tu continua a dois palmos de distância de mim. — ela tira a manta de seus ombros e começa a se ajoelhar na minha frente, diminuindo a distância entre nós.

— Mas foi o que tu... — agora eu realmente estou confuso. Ela não disse claramente que não transaria comigo essa noite?

Se eu já tinha perdido a ideia de que ela é louca, parece que eu me enganei, por que ela simplesmente me empurra pra trás e começa a me beijar.

— Eu ainda não sei o teu nome.

— Shh! Cala a boca e só... só me beija.

E é isso que eu faço. Ela afasta os lábios e me permite deslizar minha língua sobre a sua, de forma quente e intensa. O ritmo aumenta tanto que sinto que preciso tê-la sob mim, então nos troco de posição.

Minha mão percorre sua pele abaixo da minha camisa preta e ela envolve minha cintura com suas pernas.

Me apoio, mantendo uma pequena distância com meus braços e beijo a pele exposta de seu pescoço e ombro.

Ela me mantém perto de si segurando meu cabelo com uma mão e a outra agarrando minhas costas.

Quando afasto um pouco meu rosto e volto para sua boca, minhas mãos deslizam sob o tecido até seus peitos e ela geme meu nome. Era disso que eu tava falando. Era isso que eu precisava ouvir.

Tiro minhas mãos de sua pele quente e começo a desabotoar a camisa, até que ela preciosa meus dedos contra seu peito e olha em meus olhos. Aqueles grandes olhos azuis negaram que eu desse mais um passo.

— Porra! Tá, tu é só indecisa ou tá tentando me torturar?

— Desculpa! — ela aperta os olhos e eu analiso sua expressão. — Eu quero, mas... não posso.

— Por quê? — ela me olha. — Quer dizer... tudo bem, não tem problema. — me sento e coloco suas pernas em meu colo.

— Shawn... me desculpa, sério. — ela também se senta. — Eu... eu não sou assim, é só um péssimo dia. Eu tenho um motivo, eu... eu não to me fazendo de louca e não é tortura...

Cacete, ela tá muito nervosa. Quando isso aconteceu?

— Tá tudo bem...

— Grace. Me chama de Grace.

— Grace? Sério? Que nome... doce. — ela revira os olhos e se inclina em minha direção.

Eu não consigo evitar olhar para o decote formado por mim mesmo, mas ela não me repreende.

— Hoje não é um bom dia. — ela apoia a cabeça em meu ombro.

— Para de pedir desculpas por não transar comigo.

— É só que... eu alimentei a ideia e não continuei com ela. Tu é legal demais e gentil demais comigo Isso não é bom. — há uma certa confusão em sua voz.

Seguro seu rosto com as duas mãos e me vem uma vontade imensa de conforta-la, então ela se assusta quando beijo seus lábios.

Where Were You In The Morning ❀ Shawn Mendes ❀ Onde histórias criam vida. Descubra agora