9 ❀ fetish ❀ shawn

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— SHAWN! — ela grita quando eu a solta e seguro minha mão mordida com a outra contra meu peito.

— Vai se foder!

— O que é? — ela tá claramente irritada. Mas, caralho, ela mordeu a porra da minha mão com todos os dente. Eu que deveria estar irritado.

— Eu não to te chamando, idiota. Eu to te xingando. — ela arregala os olhos e empurra meu peito com as duas mãos.

— Vai tu te foder. — faço o mesmo que ela, praticamente encaixando minhas mãos em seus seios e ela arqueia a sobrancelha.

— Ata, agora tu pode me agredir e eu não posso te dar um empurrãozinho?

— Não! Mas é óbvio que não. — ela bufa. — E bem feito. — ela sorri para minha pele marcada por dentes. Seus dentes.

— Isso por acaso é um fetiche? Por que em uma hora tu me mordeu duas vezes.

— Deve ser por que tu fica tocando muito perto da minha boca.

— Ah, entendi. Então tu morde tudo que alguém deixa perto da tua boca?

— Na verdade não, é mais especificamente o que tu deixa perto da minha boca.

— Me sinto lisonjeado, e talvez eu cobre por isso. — abro meu melhor sorriso e ela cruza os braços.

— Aposto que tu coloca todas tuas fichas nesse sorriso, né?

— Do que tu tá falando, Vai-Se-Foder?

— Tenho certeza de que esse é o teu sorriso de arrancar calcinhas. Certeza absoluta. — ela estrala a linha no céu da boca e sorri, dando a volta em mim. — Mas, sabe de uma coisa? — diz ficando nas pontas dos pés perto ao meu ouvido. — Não é tudo isso.

Me viro pra ela e a encaro.

— Eu já consegui muito com ele.

— Tenho certeza que sim. — ela diz irônica.

— Tu tá duvidando?

— Claaaro que não. — ela vira um gole de cerveja que eu nem lembrava que estava em sua mão.

— Certo, tu tá bêbada.

— Ah, para. — ela toca em meu braço e o encara, deixando sua mão ali, até que eu a olho e levanto a sobrancelha. — Só... só me diz uma coisa.

— O que é?

— Por que tu correu até aqui quando eu cheguei naquele cara?

— Quem? O Jack?

— Como é que eu vou saber o nome dele? É aquele alto e gostoso, de cabelo comprido.

— Eu sou alto e gostoso, Jack não. — ela revira os olhos e eu rio.

— Tá, tá, Shawn. Só diz aí.

— Jack é meu amigo.

— E...?

— "E" o quê? — rio nasalado. — Eu não ia querer ver tu te esfregando no meu melhor amigo, daquela forma que tu tava fazendo ali com aquele cara enorme.

— Tu é um cara enorme.

— Eu sou proporcional, ele... não.

— Ah, sim, sim.

— Quando foi que tu ficou bêbada?

— Eu não sei, mas quer saber? Quero ficar mais ainda. — ela se aproxima tanto do meu rosto que chego a pensar que ela vai me beijar. — Vamos sair daqui. — sussurra e segura minha mão, me puxando em seguida.

— Onde a gente tá indo? — ela não responde.

Começamos a atravessar pelo corredor, ultrapassando pessoas, copos, garrafas e muitas poças que eu realmente espero que sejam apenas de álcool.

— Shawn! Onde tu vai? — uma mão segura a minha e eu paro no mesmo segundo, puxando Vai-Se-Foder comigo. — Licença, mas quem é você? — a garota loira pergunta pra morena, que apenas levanta a sobrancelha, quase pronunciando-se, mas eu aperto sua mão.

— Ãhm... ela... ela já tá indo, e eu também. Tchau, Paris.

— O quê? Tem certeza? Eu achava que a gente ia terminar o que começamos sábado passado.

— Acho que não, boa noite. — sorria de forma simpática e saio dali o mais rápido possível. E agora eu estou a puxando.

Quem era ela? — a garota pergunta assim que pego duas garrafas de cerveja.

— Paris Bellard. Uma das seguidoras da Pratt que vive dando em cima de mim e simplesmente ignora o fato da Gina não ter me superado.

— Gina? Pratt? Não te superou?

— Tu não sabe quem é a Gina? Gina Pratt, é a mesma pessoa. É a...

— Garota que tava sentada no teu colo. Parece que tu não ajuda ela a te superar, não, Shawn.

— Ela é meio que a líder disso daqui. Tu deveria conhecê-la se quer ser aceita na KZT.

Ela se apoia no balcão e apenas me encara, virando um gole de cerveja.

— Na verdade tu devia fazê-la gostar de ti. — me aproximo de seu rosto e ela nem estremece, apenas mantém seu olhar fixo no meu. — Mas parece que tu não tá fazendo um bom trabalho.

— Talvez... — ela tira o bico âmbar da boca. — eu não esteja realmente tentando entrar. — diz e sai, esperando que eu a siga e é óbvio que é exatamente isso que eu faço.

— Pra onde nós vamos?

— Sair desse campus.

— E depois? — ela me olha por cima do ombro assim que atravessa a porta.

— Não seja tão planejadinho, Shawn. Assim tu me deixa nervosa.

***

Olho no relógio e pisamos fora do campus assim que o relógio vira para meia noite, as ruas desse lado da cidade ficam bem desertas nessa época do ano. Todos os alunos estão dentro da área residencial da faculdade, nas festas das fraternidades, sendo delas ou não. Não tem como escapar.

Se tu não for extremamente nerd e antissocial, a possibilidade de te deixarem de fora é quase nula, já que cada voto vale.

Eu e Vai-Se-Foder — eu odeio ainda não saber seu nome. — andamos lado a lado tranquilamente até que a sinto puxar a camisa de minha cintura.

— O que tu tá fazendo? — me viro pra ela, andando de costas.

— Eu to com frio. — ela tira sua saída de banho e simplesmente a joga no chão, então a pego atrás dela.

— E por isso tu tá tirando a roupa? — agora ela anda na minha frente e a vejo puxando o laço de seu biquíni. — Ei... ãhm... — paro de andar.

— Se acalma — ela me olha por cima do ombro e puxa o laço de cima. —, eu só to tirando o biquíni pra colocar a camisa.

— Tu sabe que tu não precisa tirar uma peça de roupa pra colocar outra, né?

— Tá tudo molhado, Shawn. Tu molhou, agora arque com as consequências. — ri e me atira a peça, colocando minha camisa em seguida.

Ela nem se presta a fechar toda a camisa antes de se virar, então consigo ver seus peitos de relance antes dela abotoar tudo.

— Não baba, Shawn. Antes disso a gente precisa ir até a igreja.

Where Were You In The Morning ❀ Shawn Mendes ❀ Onde histórias criam vida. Descubra agora