5 ❀ fuck-you ❀ shawn

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— Ok, quantos quartos tem essa casa? — ela diz já irritada e deixa pingar várias gotas de água no carpete, assim como eu.

— Doze, eu acho.

— Porra. — ela diz e abre mais uma porta, fechando-a rapidamente, com uma expressão nauseada. — É sério que tem gente transando em todos os quartos?

— Eles são rápidos. — solto um riso e ajeito minha roupas, que eu já havia pego no muro, em baixo do braço. Quando volto meu olhar um pouco pra cima, percebo que a Vai-Se-Foder me fuzila. — O que foi?

— É tão grotesca a forma que vocês, homens, objetificam e sexualizam as mulheres. — ela continua a andar pelo corredor.

— Disse a garota que nem se deu ao trabalho de dizer seu nome, vestindo o biquíni mais cavado da história da humanidade em uma festa de integração da Kappa Zetta Tau. Sério, Vai-Se-Foder? — ela para e me olha. Sim, agora eu vou chamá-la assim. — Depois eu sou o superficial... — contínuo andando e a ultrapasso abrindo mais uma porta. — Ocupado! Por que essa gente não tranca a porta?

— Eu to aqui pela experiência. Não tá dentro do planejamento ser tratado como brinquedo sexual. Muito menos ser manipulada com joguinhos patriarcais de dominação masculina, como toda essa ceninha de guerra. Como se isso provasse a masculinidade de vocês. — ela diz com um desdém tão grande que de alguma forma fica extremamente sexy em sua voz.

— Se é pela experiência, não venha pra cá querendo se iludir. Isso é a realidade da vida dentro das fraternidades e tu escolheu a melhor pra representar isso. Se elas te selecionarem, não vai ser pela tua cabeça, muito menos pelos seus conceitos feministas. Vai ser pelo teu corpo. Pode ter certeza.

Me aproximo dela e suspiro, dizendo minhas próximas palavras em um tom bem mais baixo e suave.

— E faz sim parte da experiência transar com caras que se dão ao trabalho de criar toda essa... Como tu disse? Ceninha de guerra. Pelo menos pra elas. Já vai se acostumando, Vai-Se-Foder. É natural. — dou de ombros. — E se tu não te encaixa, talvez nem devesse estar aqui.

— É animalesco.

— Homens são animais. É instinto. — volto a andar.

— É excêntrico, esdrúxulo.

— É... ah, pelo amor de Deus. Eu to bêbado demais pra continuar com esse jogo. — abro mais uma porta. — Achei! Vazia.

Ela passa por mim e solta a bolsa em uma das camas. Não há decoração, nem lençóis nos colchões.

— Deve ser um dos quartos das calouras.

— O que tu tá fazendo aqui, Vai-Se-Foder? — me sento com as pernas abertas em uma poltrona um pouco antiquada. Não me importei em estar apenas de boxer. E ela ainda está molhada.

— Para de me chamar assim. — ela puxa os fios de seus cabelos grudados em seu pescoço pra cima, deixando a vista um pedaço de sua pele que me tentava a toca-la.

— Se eu soubesse teu nome... — ela revira os olhos e abre a bolsa.

— O que tu tá fazendo aqui? — ela me olha sobre o ombro. — Se tu quer me ajudar, eu te aconselharia a conseguir bebida pra mim. — eu cerro os olhos pra ela.

— Mesmo que meu instinto diga que isso faz parte de uma estratégia e que tu é bem traiçoeira, eu realmente to afim de álcool. — me levanto e ela novamente encara meu corpo, me olhando de cima a baixo antes de desviar o olhar. Eu rio pra deixar bem claro que percebi e saio.

Desço o mais rápido possível.

— Ei, Shawn. — sinto mãos quentes em minhas costas. Certo, talvez não seja a melhor ideia andar por aí semi-nu.

— Gina! Ah, oi. — ela passa as mãos pelo meu braço e a pousa em meu peito, se aproximando.

Eu não achei nada legal o que vocês fizeram hoje. A casa ficou muito suja e as garotas ficaram bem irritadas. — ela diz, provavelmente tentando parecer sexy com essa voz melosa, mas... não.

— É? — digo olhando para duas pessoas se pegando no canto da sala. — Elas não me parecem irritadas, e de qualquer forma... a ideia não foi minha. — a afasto e sigo andando até os copos. Como eu me livro dela?

Lembra quando eu disse — vou dizer, no caso, por que vai ser sábado, no bar, e hoje é sexta. Da pra entender? Se não der, também, foda-se. — que fazia tempos que eu não pegava uma ruiva? Então, Gina foi a última antes da desconhecida do DeLux.

— Onde tu vai?

— Pegar bebida. — sirvo dois copos e ela ameaça pegar um deles. — Não! Não é pra ti, Gina.

— Vocês são todos uns babacas, sabia? — ela diz fazendo beicinho.

— E tu continua se jogando pra cada um de nós. Isso já tá até ficando feio, se valoriza um pouco mais, Gina. — toco seu ombro e ela olha para minha mão com desprezo.

— Tu não é tudo isso, Shawn Mendes. — ela empurra meu braço, então sai rebolando e mascando um chiclete que eu nem havia percebido que ela tinha na boca.

Tu por acaso já assistiu Mean Girls? Eu tenho certeza que sim. — até eu já assisti, mas foi por que Mia Van der Helst, a irmã de Jack, sempre foi uma garota muito insistente. — Então, Gina Pratt é a encarnação da Regina George. Líder dessa merda de fraternidade e trata todas as outras garotas como seus zangões.

Ela até pode ser gostosa pra caralho, mas se acha pra caralho também. E não vai ser eu quem vai aumentar mais ainda o seu ego.

***

Vai-Se-Foder? — abro a porta lentamente, com a intenção de pega-la trocando de roupa, mas sem a intenção de deixá-la saber da minha intenção.

— Shawn? — ela sussurra meu nome e porra, eu poderia ouvir isso repetidamente, bem perto do meu ouvido, enquanto a fodo.

Eu odeio como essa garota, em menos de uma hora que nos conhecemos, já me fez ter dezenas de fantasias sexuais com ela.

— Por que tu desligou as luzes? — largo as bebidas no móvel ao lado da porta e me aproximo de sua silhueta. É tudo o que consigo ver e ela está de costas pra mim, com algum tipo de caderno nas mãos.

— Eu pensei sobre o que tu disse. — sua voz sai suave demais. Isso só pode ser uma farsa.

— Sobre o que exatamente? — pergunto tentando manter minha respiração regulada. Essa garota não pode ser normal, ela tá me torturando.

Assim que me aproximo ao máximo de seu corpo, minha respiração aquece sua nuca e quando passo meus dedos por ela, para afastar seus cabelos, sinto seus pelos se arrepiarem.

— Sobre... as experiências. — por acaso é sobre a parte de transar? Especificamente comigo?

— O que tu quer dizer? — fala logo, merda.

Ela se vira pra mim e a luz que entra pela janela ilumina os azuis de seus olhos.

Eu levo a mão até seu rosto e traço seus lábios carnudos com meu polegar. Ela solta o ar e em seguida o caderninho de suas mãos, que cai direto na cama.

— O que é isso? — tento olhar, mas ela segura meu rosto.

— Meu incentivo. — e em um passe de mágica, ela surpreende, me girando e empurrando contra a cama. Em seguida sobe em mim, com uma de suas pernas entre as minhas e a outra na altura de meu quadril.

Where Were You In The Morning ❀ Shawn Mendes ❀ Onde histórias criam vida. Descubra agora