Eu era apenas um jovem frustrado, com o rosto cheio de espinhas e a fama de nerd feio e desengonçado da escola, o cara que tinha um péssimo desempenho e reputação com as garotas.
Mas as merdas sempre podem ficar piores!
Eu , Logan, não contava em te...
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Dez anos atrás, Rio de Janeiro, Março de 2008.
Eram dias infernais, com adolescentes falando alto em cada corredor e pátios ou simplesmente se pegando em algum beco ou banheiro da escola.
Eu apenas me perdia no meio de dezenas deles, sempre caminhava sem destino, vestido em casacos com capuz na cabeça e mochila nas costas.
No início até era considerado um nerd esquisito e inteligente, mas depois as chacotas aumentaram e eu não consegui lidar com as perturbações e raiva crescente em mim, por isso, as coisas começaram a mudar na minha vida, e, sempre no final das aulas eu corria para o banheiro em busca de ar, em busca de alívio, queria me sentir vivo e extravasar as angústias, e por isso, eu simplesmente desenvolvi o vício de me cortar.
Era uma situação terrível! Me sentia um lixo depois.
Mas eu fazia dessa ação uma rotina diária nos fins das aulas, e quando os insultos, empurrões, apelidos e desprezos começavam mais cedo, eu saia até no meio das aulas para rasgar meus pulsos.
Os casacos eram meus maiores aliados!
Eu era um estudante do nono ano de uma escola terrívelmente enorme cheia de predadores adolescentes!
E o dia tinha começado com indícios de cortes não superficiais, mas talvez alguns mais profundos e dolorosos.
A aula tinha acabado quando sai da sala em direção ao banheiro quando vi a garota dos meus sonhos aos beijos com o maior babaca do Colégio.
Ela nunca sequer olhou para mim!
Totalmente indignado e cego, virei no final do corredor próximo ao banheiro e me esbarrei com um grupo de garotos. Sem motivos aparentes, fui pressionado na parede após um empurrão e senti minha respiração falhar.
Estava sendo asfixiado!
- Nerd de merda, já pedi para não cruzar meu caminho. _ Um dos garotos, o líder do grupo, rangiu perto do meu ouvido enquanto apertava a gola do meu casaco e me prensava na parede.
- Eu não sabia.... _ Tentei justificar baixinho.
Fui lançado no chão que estava um pouco molhado e escorregadio já que estava quase na porta do banheiro.
- Vai se cortar seu viadinho de merda e não ouse cruzar mais meu caminho, não quero ser contaminado com sua sina de fodido perdedor. - O grandalhão que havia me lançado na parede gritou já caminhando.
Não ousei responder ou olhar para trás, entrei rapidamente no banheiro e me tranquei.
E naquele momento, a gilete que vivia constantemente no bolso traseiro de minha calça fez um grande estrago nos meus pulsos enquanto uma lágrima quente corria no canto do meu olho.
