Como um anjo...

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Eu nem sequer sei o seu nome, só sei o olhar com que me disse

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Eu nem sequer sei o seu nome, só sei o olhar com que me disse.”

-Mario Benedetti-

Eu sempre soube que o choro é algo importante que liberta as angústias e dores, já que acalma o corpo trazendo a sensação de alívio, mas o fato de estar com minha mãe a minutos de choro compulsivo em meus braços já estava me deixando preocupado.

Logo que dona Linda, minha mãe, conseguiu abrir o portão que nos separava ela havia se jogado em meus braços e se aconchegado em meu ombro com um choro compulsivo.

Consciente de que ela não iria se acalmar, toquei em seu cabelo e beijei sua cabeça em um gesto simples de carícia e consolo.

- Mãe, como a senhora está? _ Eu mal sabia o que falar, mas tínhamos que sair daquela situação.

- Hoje, estou voltando a viver, meu filho. Hoje sim posso dizer que estou bem. _ Um outro abraço surgiu mais apertado e os soluços ficaram mais contidos. _ Eu te amo meu Lolo.

- Mãe! _ A repreendi. Consciente que odiava o apelide.

Mas foi suficiente para arrancar um sorriso um pouco sem graça da minha velha que naquele momento olhava cada parte do meu rosto e em seguida o corpo.

- Meu filho, seu corpo está todo desenhado. O quê você fez?

- Ah mãe, são só algumas tatuagens. _ Disse sem graça consciente dos sermões.

- Meu Lolo, vão confundi-lo com pessoas de má índole. Você sabe dos preconceitos das pessoas. _ Sua mão pairou sobre meu rosto em uma carícia de mãe enquanto falava.

- Mãe, eu serei sempre julgado independente das tatuagens. _ Me afastei um pouco de seus braços em buscar de ar.

Ela sabiamente não insistiu na conversa sabendo da gravidade dos rumos daquele assunto.

Eu sempre seria um ex-presidiário.

Seus olhos estavam ansiosos ou talvez uma mistura de alegria com temor.

- Vem filho! Seu bolo de cenoura está te aguardando à muito tempo.

Caminhamos juntos até a mesa da cozinha e saboreei meu bolo favorito juntamente com um suco de laranja, e enquanto eu comia, minha mãe me informou sobre meu quarto, algumas coisas que havia comprado para mim que também estariam lá, além de falar sobre sua nova vida.

Ela era assídua na igrejinha do bairro, fazendo parte de alguns serviços sociais, além de adquirir sua fonte de renda de suas costuras e uma pequena loja com roupas exclusivas. Ela era formada em moda antes de encontrar meu pai e então abandonar tudo.

- Mãe, eu fico muito feliz que tenha aprofundado em seu sonho de juventude.

- Você sabe que sempre sonhei em fazer isso e seu pai nunca deixou. Ele me queria só do lar e eu cedi.

- Acho que investiu muito bem nosso dinheiro. _ Levantei da cadeira levando o prato e copo até a pia quando a ouvi falar.

- Meu dinheiro... Apenas investi minha parte, pois a sua está intacta. Vendi os bens maiores e paguei o advogado e então mudei para uma casa mais simples afim de usar o que sobrou na loja, roupas, tecidos e acessórios para costura.

- Não existe nada meu. Tudo será nosso, mãe. Afinal o dinheiro sempre foi da senhora, como parte de sua herança de meus avós. _ Segurei suas mãos e levei até os lábios, beijando-as.

- Bom, vamos esquecer esse assunto por ora, usaremos o dinheiro juntos, mas acho que agora é hora de agradecer.

- Como? _ Fiquei confuso.

- Vamos à missa hoje a noite, meu filho! Preciso pagar minha promessa! _ Meu rosto foi precionado entre suas mãos e um beijo estalalado surgiu na minha bochecha.

Não tive reação para revidar a sua fala, afinal de contas, ela precisou se amparar em sua fé para se manter firme e de pé até hoje. Mas a verdade era que a religião e a fé era uma das últimas coisas que se desenvolvia na cadeia.

Mas enfim, a noite estaríamos na missa!

*******

Dona Linda realmente achou pouco me vestir com uma calça e uma camisa de manga longa para me arrastar para a igreja, e ainda sentou-se no primeiro banco perto do altar. Eu realmente estava tendo uma segunda chance, havia saído de um inferno e agora conhecia palavras que me conduziria ao paraíso.

Mas no fundo, estava sendo muito difícil mudar a rotina de loucura para a calmaria do nada, eu me sentia inquieto, ansioso ou talvez tenso, porém uma coisa eu tinha certeza, jamais magoaria minha mãe outra vez. Ficaria ali até o final.

Em meio a um turbilhão de pensamentos e ao estado de pequeno nível de concentração que exigia o momento, olhei para trás em busca de algo que fizesse o tempo passar um pouco mais rápido, e nesse momento senti um êxtase quando os meus olhos se depararam com um anjo.

Olhei para a cruz erguida no altar a minha frenge em forma de um diálogo silencioso.

Isso, na igreja tem anjos!

Mas Deus , esse anjo é humano! _ Olhei para trás novamente.

Ela era linda.. De um olho angelical que chegava a brilhar. Um sorriso envolvente, mesmo sendo lançado discreto para sua companheira. Ela também tinha um cabelo esvoaçante envolvido pelo vento que adentra a porta principal, e isso me deixou preso na beleza da imagem que meus olhos captaram.

Porém a merda toda piorou quando ela me olhou de volta! Droga! Ela era uma aparição de tão linda!

- Logan, olha pra frente e respeita a casa de Deus! _ Um beliscão deu fim aos meu encantamento.

Posicionei meu corpo de volta virado para o altar e cravei os olhos no homem de batina à minha frente em buscar de reestabilizarr meu corpo.

Logan desgraçado, acalme esse corpo e foca no padre!_ Repreendir-me mentalmente.

- Então pessoal, manhã quero todos aqui na quermesse! Vamos deixar essa praça linda! _ Essas foram as palavras do aviso de final de missa, e enfim havia acabado aquela pressão.

- Vamos mãe? _ A apressei querendo encontrar talves um anjo na saída da igreja.

- Claro que não Lolo, vamos pagar a promessa e acender as velas na sala das promessas.

Merda! _ Praguejei mentalmente!

Olhei para trás e não há vi mais, talves Deus estivesse me castigando pelo excesso de palavrões que falei na igreja.

Senti minha mão ser conduzida pela dona Linda para um canto da igreja próximo a uma porta.

- Agora entre, agradeça a Deus por estar aqui são e salvo e ascenda essas velas, ande! _ Sua ordem veio com um empurrão que quase me lançou para dentro da salinha de uma só vez.

Com o corpo quase dentro, senti que jeito não havia que não fosse aproveitar o momento e agradecer a Deus pela minha liberade, além de pedir perdão pelas besteiras pensadas na igreja.

Mas novamente a vida me dá uma rasteira, quando me deparo com uma bela " anja" de joelhos à acender suas velas.

Senhor, não complique minha vida, eu realmente queria me redimir e buscar uma forma de seguir em paz, sem pecados ! _ Fiz uma prece mental.

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Pessoas lindas, não custa nada votar e comentar, isso me ânimo para continuar postando rápido.

Bjooos.

Logan, em busca de um recomeço( LIVRO ÚNICO E COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora