Consequências do passado

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Suor

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Suor.

Agitação.

Lágrimas.

Aperto no peito.

Batimentos cardíacos acelerados.

Assim eu acordava constantemente todas as madrugadas. Faltava-me o sono pelo resto da noite todas as vezes que acordava com pesadelos.

As lembranças eram sempre as mesmas, cenas do fatídico dia, a data que vivenciei a pior experiência da minha vida, na qual matei três pessoas.

Era uma dor sem cura!

Eu não imaginava que aquelas chateações de jovens as quais eu tanto reclamava eram apenas pequenas gotas de água no deserto de minha vida.

Agora eu tinha a certeza que as coisas sempre podem ser piores.

- Hora de levantar suas donzelas! _ Era a voz de um carcereiro gritando, enquanto batia seu cacetê nas grades da sela, fazendo-me recordar da minha situação atual.

Eu era um detento!

- Como se alguém tivesse dormido! Esse marica do meu parceiro gemeu e se debateu a noite inteira. - Reclamou meu parceiro de sela, o Rato, já sentado na cama.

- Vai se foder sua ratazana._ Rebati já alcançando a escova de dentes surrada que eu usava diariamente.

O carcereiro não se encontrava mais no ambiente quando Rato falou perto do meu ouvido.

- Acho que você que vai se foder na despedida de hoje a noite. _ O desgraçado sorriu.

Esse era o ritual na prisão de Dalton, o nosso diretor era um verme sanguinário, e todos que entravam ou saiam da prisão era submetido nas lutas clandestinas à noite.

Tinha uma luta na chegada da prisão, que segundo eles servia para demonstrar o tamanho de sua força corporal e a força que também teria dentro da prisão, já a luta da saída servia apenas como um último aviso para ficar esperto ou apenas acabar com nossa cara mesmo.

E eu, Logan Petros, estava à um dia de minha liberdade.

Há um dia para reencontrar minha mãe.

Há um dia do meu recomeço.

- Vai perder o banho de sol para ficar olhando para a pia como um marica? _ Recebi um tapa no topo da cabeça no final da fala de Rato.

- Cara, nem vou mandar você se ferrar porque só o fato de você continuar aqui dentro já vai ser sua merda. Me deixe em paz.

Eu só percebi o peso de minhas palavras quando saímos acompanhados por um carcereiro e Rato não mais me dirigiu a palavra.

Ele tinha sido meu parceiro por muito tempo, e aqui, nesse inferno de cadeia, isso era quase inédito. Então tive a certeza de estar agindo como um mal agradecido prestes a sair do inferno.

Me aproximei do meu único amigo, aquele que me aceitou sem paranóias, o qual estava sentado em um canto qualquer do pátio já recebendo seu banho de sol e acertei um tapa rápido no topo de sua cabeça como forma de estender uma bandeira branca.

- Foi mal, cara!

Ele ainda não se manifestou e se manteve olhando para o nada à frente. Por isso, sabia que tinha que ser mais convincente quando sentei ao seu lado.

- Cara, eu sempre escondi, nunca abri o jogo nesses dez anos vividos entre Senan e penitenciária, mas hoje talvez seja o último dia que nos encontraremos, por isso, não quero sair daqui dessa forma, não quero perder o único amigo que construir em toda a minha vida.

Percebi seus ombros desarmarem e sua respiração ficar um pouco agitada quando ele respondeu.

- Você é mesmo um idiota! Logan, meu problema não é ficar aqui, meu problema é estar sem o marica do meu amigo.

Aquelas palavras foram fortes para mim, logo eu que nunca tive amigos. E sem pensar, o abracei de surpresa.

- Logo será você. Só mais um ano, cara. _ Falei com voz meia embargada.

Ele se afastou de meus braços depois de um tempo com os olhos marejados sorriu.

- É por isso que te chamo de marica. _ Rato se recompôs e acertou um tapa rápido em minha cabeça.

Ouvimos gritos e assobios dos marmanjos ao lado.

- Seus viados, vocês não comem umas mulheres nas visitas íntimas? E porque estão se agarrando? _ Era um dos detentos zombando.

- Cala a boca Bufão! _ Respondi.

Não houve tempo de replica do Bufão pois nosso tempo de banho de sol tinha acabado, e ele se foi e nós também seguimos.

O retorno aconteceria apenas a noite, no momento que pedia forças aos céus para sair vivo e poder ver minha mãe.

A noite seria a luta final...

****

-Acaba com ele!

- Levanta imbecil, não quero perder essa aposta.

- Eu vou perder toda a minha droga que investi, seu desgraçado. LEVANTA!

Eu ouvia gritos e mais gritos da torcida! A luta tinha começado!

Me senti mais tenso e nervoso naquela merda de situação, eu tinha que lutar para sair vivo daquele jogo se desejasse ir pra casa e rever minha mãe, já que eu havia afastado ela por todos esses anos. E só de olhar aquele cara ensanguentado no chão me sentia um fraco por não poder sair dessa enrascada e chegar em casa mais apresentável.

Em partes ficava feliz em ter o rato, meu parceiro de sela, fera em artes marciais, já que ele aproveitava nossos momentos livres onde fazíamos alguns exercícios e me ensinava varias golpes.

- E agora, não teremos mais lutas com novatos, e sim, com os que estão de partida. Precisamos alerta-los o quê os aguarda se quiserem retornar. E para abrir o momento, convidamos o terror das noites, o sem alma, o destruidor como é conhecido, O GRANDE BOLA! _ Anunciou um dos homens que organizava a merda toda.

Ouvi gritos, assobios e diversas palavra de vários lados, quando ele, o bola, adentrou ao espaço circular reservado às lutas.

O cara parecia uma bola mesmo!

- E para enfrenta-lo, vamos empurrar para o ringue, ele, o imbecil que não deixou -se marcar sua história aqui, por Isso, vou chama-lo de, O MISTERIOSO LOGAN.

- Merda_ Praguejei. - Eu iria abrir a rodada!

*****

Essa história será um doce...
A demora é nosso Logan encontrar o Mel...

Quem entendeu o recado ?

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