Encantado

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Uma oração!

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Uma oração!

Eu apenas precisava me concentrar, juntar as mãos e fechar os olhos para fazer uma oração a pedido de minha mãe , mas a centímetros de distância de mim estava a representatividade do meu pecado, uma linda mulher envolta em um brilho fascinante de seus olhos e cabelos brilhantes a qual não me deixava concentrar-me em mais nada.

Eu precisei segurar o impulso da minha mão para não tocar em seus cabelos loiros ou na sua pele macia em busca de veracidade.

Busquei me concentrar, mas não foquei sequer um segundo ou fechei os olhos, sempre espiando pelo canto dos olhos, seus simples movimentos tão seguros de pura fé.

- Algum problema senhor? _ Sua pergunta me deixou embaraçado e assustado quando olhei para ela diretamente.

Fui pego no flagra!

Era uma voz simplesmente suave e discreta, longe dos gritos e sons melosos ouvidos pelas mulheres levadas às visitas íntimas na cadeia.

Mas eu tinha que buscar controle e compostura para responde- la com tranquilidade, e assim, fugir da enrascada a qual me meti. Talves eu não tivesse conseguido disfarçar direito como imaginei que estava fazendo.

Era óbvio que ela me viu espionando...

- Desculpe, é que estou afastado da igreja a algum tempo e não consigo fazer nenhuma oração coerente. _ No fim das contas não era pura mentira, mas foi um brecha para um papo.

- Eu entendo. Posso te ajudar se preferir. _ Ela olhou-me de forma penetrante enquanto falava calmamente.

Calma, Logan! Calma Logan! Pare de agir como um marica. _ Lembrei do Rato.

- Nesse momento esqueça orações formadas e fale com Deus o que clama em seu coração. _ A orientação foi simples.

Ela mal terminou a sua fala ou voltou a olhar para mim quando uma voz um pouco agressiva a chamou.

- Mel, vamos embora já que não está rezando!

- Titia, claro que estou! _ Sou voz tentava ser firme, mas apenas percebi um choro escondido na voz embargada.

- Não é o que parece. Vamos! _ A senhora ordenou.

Em questão de segundos não vi mais ninguém ao meu redor, além de mim e as velas que estavam quase esquecidas na minha mão.

Havia algo estranho naquela relação e com certeza alguém com segredos bem escondidos no fundo do coração.

Mas aquilo não era de minha conta, eu já tinha uma vida cheia de merda para seguir em frente. Assim, fechei os olhos e agradeci a Deus pela minha vida e pela minha liberdade.

*****

Foi uma noite relaxante com lençóis limpos e cheirosos , além de um banho renovador que me deixou leve pela manhã. Vesti uma bermuda folgada que encontrei na cômoda organizada pela minha mãe, e depois seguir para a cozinha.

- Lolo, estou indo arrumar a nossa festa da quermesse. Seu café está na mesa, e se desejar nos ajudar na ornamentação tem um endereço e rota na geladeira.

- Vou dar uma corrida nas proximidades e talvez eu apareça mais tarde. _ Respondi a dona Linda já envolto em suas mãos que apertavam meu rosto em um beijo molhado.

- Tudo bem. Te amo filho! _ Falou já saindo.

- Também te amo, mãe!

Depois que ela saiu, concentrei minha atenção no café da manhã super reforçado da Dona Linda. Ela abusou dos ovos mexidos que eu amava com torradas, panquecas e sucos. Eu estava muito feliz por ser minado e amado, mas a verdade era que eu tinha que arrumar um emprego para seguir a vida como um homem de verdade, mas por ora, só queria correr, extravasar, sentir a liberdade e ser feliz.

*****

Foram aproximadane uns 50min de corrida, meu corpo não estava em forma para corrida mas eu tinha muita resistência e força no corpo graças às atividades que eu praticava com o Rato na prisão.

Decidi diminuir o ritmo e observar a movimentação na rua à frente e logo percebi ser o local da quermesse. Lá tinham barracas, bandeirolas no ritmo do São João, além de várias pessoas se movimentando rapidamente, pendurando enfeites e colocando objetos e comidas nas mesas.

Depois que analisei tudo a minha frente decidi que deveria mesmo era ir para casa olhar alguns anúncios de empregos nos jornais ou na internet. Direcione meu corpo para frente e a vi.

Ela vinha caminhando na rua à qual eu seguia, com as mãos cheia de flores em arranjos prontos, além de vasos que provavelmente serviriam também para arrumar o espaço.

Não pensei com razão quando corri a seu encontro afim de ajudá-la.

- Precisa de ajuda? _ Falei já segurando algumas flores.

- É que... Hum... Obrigada! _ Ela soltou um sorriso sem graça e olhou para meu corpo como se eu estivesse pelado.

Droga! Eu estava sem camisa, suado e com parte do short abaixo da cueca.

Ela estava vermelha!

- Lolo meu filho, eu disse para você vir ajudar, mas por favor, vestido. Quer matar a nossa ex-noviça de constrangimento?

Como? Freira? Era isso?

Deus, eu sabia que ela era um anjo de tão Linda e delicada, mas freira ?

- Anda Lolo, vai tomar um banho e se vestir.

Só naquele momento percebi estar sendo chamado pelo apelide que odiava e me infantilizava.

- Mãe! _ Quis repreendê-la pelo apelide tão pessoal.

- Sem mais, Logan! Vai para casa. _ Ordenou.

Entreguei as flores para ela ciente de que devia seguir seu conselho sem questionamentos, afinal, ela tinha me chamado de Logan.

Dona Linda era boa, mas conseguia ser muito brava quando queria.

Mas eu ia voltar, com certeza, para arrumar e curtir a quermesse e o emprego, eu procurava outro dia.

*****

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