30 - Partida

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NESSE CAPÍTULO, VOU DIZER EM QUAL PARTE VOCÊS DEVEM COLOCAR A MÚSICA, OK? BOA LEITURA, AMORES ♥

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Com um suspiro, Kan retirou uma mecha macia do cabelo de Diana da frente de seu rosto, ele havia retirado pequenas folhinhas e resquícios da úmida terra do bosque, enquanto ela se aconchegava ao lado dele.

— Diana... se está se sentindo melhor, devemos sair.

— Eu não quero.

— Vários minutos já passaram, seu irmão deve estar sendo mantido sob pressão esse tempo todo... — Explicou ele. — Não estou dizendo para você se intrometer, apenas deixe que eles a vejam, afinal, estavam à sua procura.

— Eros... ele...

— É verdade que grande parte da escola o incriminará... mas não acredito que ele poderá ser realmente considerado um suspeito, já que ele estava entre os que procuravam por você.

Diana se sentou na cama, desembaraçando o cabelo com os dedos.

— Tem razão... eu preciso sair. — Ela esperou que Kan saísse da cama antes dela mesma descer. — Que desculpa eu darei pelo meu sumiço?

— Tão problemática...

— Já sei, posso falar dizer que fiquei o tempo inteiro com você.

— De jeito nenhum. — Rebateu o anjo, olhando-a com tédio.

Ela suspirou.

— Por quê? — Exclamou. — Mesmo que eu diga que conversávamos sobre o treinamento.

Com os olhos fechados, ele respirou fundo.

— Que seja.

Ambos saíam do quarto, quando a nefilim parou abruptamente. Kan olhou para trás com certa preocupação.

— O que foi? Não consegue fazer isso?

— Eu... acabei de perceber algo.

— É sobre o que houve?

Diana balançou suavemente a cabeça, de forma negativa, então decidiu que guardaria seus pensamentos para si.

— Não é nada... vamos. — Murmurou ela.

Caminhando atrás do anjo pelo corredor, não pôde deixar de se sentir segura por ter ele ao seu lado naquele momento.

Você não percebeu também, Kan? Não percebeu que é sempre você quem está ao meu lado nos momentos ruins?

Embora ainda sentisse todo o peso da culpa de deixar seu irmão tomar responsabilidade por ter "encontrado" o corpo de Davi, Diana se manteve firme no que ele próprio, assim como Kan, haviam lhe sugerido: não se intrometeu. Pelo contrário, manteve-se firme enquanto contava que ela e seu tutor conversaram sobre suas aulas particulares. Roberta chegou perto da menina, decidida a contar sobre a morte de Davi, sem saber que a amiga fora a primeira a descobrir. Diana não queria mentir para ela, mas sabia que era a melhor opção, pelo menos a princípio. Kan chegou mesmo a admirar a capacidade de autocontrole dela, que geralmente desabava por qualquer razão. Ele agradeceu pela garota ter sido capaz de se manter calada sobre o que vira, ainda que estivesse chorando outra vez.

Naquela noite, todos os alunos foram mandados aos seus quartos e não era permitida a saída de nenhum, sob qualquer condição, quem fosse visto perambulando pelos arredores do campus, seria imediatamente tomado como suspeito, embora a maior parte do colégio desconfiasse de apenas um. Em qualquer um dos dormitórios, em qualquer canto, ouvia-se comentários sobre a possível Revolta do Besta Relâmpago, como começaram a chamar. Inclusive, havia quem dissesse que seu gene era amaldiçoado, por ser descendente de Devon, o demônio que virara lenda, devido aos seus grandes e medonhos feitos no passado, aquele que havia sido capaz de aprisionar Lúcifer por longos anos e deixá-lo num mar de tortura e solidão. Eros estava sendo comparado ao seu avô, o qual nem mesmo havia conhecido. Não que o rapaz gostasse de ser comparado a Luca, mas ser relacionado a um parente que fizera tantas coisas ruins foi o estopim para ser tomada sua decisão.

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