43 - Um furacão em Angelus Discipulis

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Eros e Eva foram para seus respectivos quartos depois do pequeno passeio que compartilharam no lago, de modo que não puderam ver o furacão que estava a caminho do refeitório naquele momento.

Diana estava prestes a se levantar, a fim de falar com Kan – que aparentemente a tinha mantido a certa distância naquela noite, talvez devido ao fato de, Magno, seu pai, estar presente -, quando, de repente, as amplas portas do salão ao abertas com um estrondo, e uma figura peculiar surge ali.

— Desculpem-me pelo atraso — disse a intrusa, levando pirulito que segurava até os lábios pintados de vermelho.

Todos no imenso salão a observam, boquiabertos, talvez não pelo seu traje absurdamente provocante, um cropped preto com detalhes de renda ou o shorts de seda rosa, mas sua beleza natural chamou a atenção de todos. Enquanto a garota caminhava com passos firmes e confiantes, todos os garotos ali presentes não foram capazes de tirar os olhos dela... bem, nem mesmo as garotas. Diana a observou se dirigir à mesa de Kan e seus pais, e notou que o olhar de seu namorado demonstrava preocupação, até que a novata, após cumprimentar os pais de Kan, curvou-se um pouco para beijá-lo na bochecha, depositando ali uma marca rubra devido ao seu batom. Diana teve de se obrigar a desviar o olhar, embora já tivesse visto as madeixas rosadas da garota caírem sobre os ombros de Kan, enquanto ambos se abraçavam.

— Oh, meu Deus... — murmurou Roberta, percebendo a expressão nada contente de Diana, embora ninguém estivesse compreendendo coisa alguma da cena.

Ela observou a menina arrumando a aba do chapéu casual que usava, enquanto se dirigia à mesa onde se encontravam Juliana e todo o restante de diretores e professores da Angelus. Todos a viram cumprimentar Heloíse com simpatia, então ambas permaneceram à frente dos presentes.

— Bem, pessoal... Esta é Penélope. Contratamos uma nova tutora para vocês, devido às novas aulas que teremos a partir de agora.

Diana notou que, com a ajuda do salto que usava, Penélope se equiparava à sua tia Heloíse em altura, e que seus corpos eram bem parecidos, extremamente bem esculpidos, a visão de ambas lado a lado era algo a se invejar, realmente. Ela virou o rosto para o outro lado do salão, e dessa vez, Kan a observava, seus olhos se encontraram, e por uma fração de segundas, um sorriso sutil adornou seu belo rosto. Com um suspiro, ela retribuiu minimamente o sorriso.

— Pai, mãe... eu estou cansada — levantou-se. — Foi bom ver vocês.

Luca notou um semblante abatido na filha, mas preferiu não comentar, pois pensou que talvez fosse algum problema de garota – o que era, de fato. Ele e Susana a abraçaram fortemente, enquanto a nova tutora da Angelus se apresentava, não que Diana prestasse atenção, ela não se importava. Então, rapidamente se dirigiu à mesa onde estavam Nicolas, Angel e Rafaela, e cumprimentou as duas, dando um abraço consideravelmente longo nesta segunda, de quem tanto gostava.

— Não pode sentar aqui, comigo? — Rafaela indagou, os olhos verdes brilhando em expectativa.

— Rafa, eu adoraria, mas... — antes que pudesse terminar, o olhar de Diana voltou para o fundo da sala, onde uma nefilim se encontrava sozinha em uma das pequenas mesas. — Eu vou ficar um pouco aqui, mas posso trazer uma amiga?

Quando a criança assentiu, ela se levantou e foi ao encontro de Roberta.

— Por que está aqui, sozinha? Pensando bem... nunca vi seus pais, Rob.

Com um suspiro, a nefilim a encarou.

— Porque eu não tenho.

Diana abriu e fechou os lábios, antes de piscar seguidamente várias vezes.

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