24 - Desespero

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Quando voltou da enfermaria, Eva caminhou direto para o seu dormitório, com a mente estranhamente pesada, no corredor, acabou por esbarrar em uma nefilim.

— Presta atenção! — Exclamou a menina.

— Sinto muito... — Pediu Eva, embora nem sequer a tivesse olhado, sua cabeça doía tanto, ela só queria deitar em sua cama e dormir um pouco.

Andou rapidamente até seu quarto, e ao entrar, cambaleou até a cama, jogando-se desajeitadamente na mesma. Sem querer, acabara por preocupar sua parceira, e ainda havia falado algo estranho, do qual nem mesmo se lembrava. Perguntou-se mentalmente o que estava lhe acontecendo, qual era a razão de seu peito parecer tão apertado, e o porquê de uma angústia tão forte a estava consumindo. Com os olhos cheios de lágrimas, decidiu que permaneceria ali, para que não incomodasse ninguém com aquele tipo de problema.

No começo da noite, Diana se dirigiu ao refeitório para o jantar, após um rápido banho. No entanto, o local estava estranhamente vazio, não era somente pela falta que seu irmão, Laura e Roberta faziam –devido ao fato de estarem em missão-, havia poucos alunos no recinto, assim como apenas sua tia Heloíse, Hector Enoque estavam presentes, estranhou a ausência de Kan, mas acreditou que o mesmo devia estar fazendo companhia a Eva, já que ela também não se encontrava lá. Alguns alunos do primeiro ano se sentaram à mesa junto de Diana, que se apresentou, simpática. Eles começaram a lhe contar o quão ansiosos estavam para chegar ao segundo ano e enfim começarem suas missões, o que acabou por deixá-la um pouco abatida, lembrando-se de seu fracasso.

— Imagino que estejam ansiosos... Sabem, se querem um conselho: não deixem nada tirar o foco de vocês aqui, vieram para aperfeiçoar suas habilidades? Então tenham isso em mente. — Comentou ela, seriamente, então seu olhar encontrou um rosto familiar surgindo em meio a outros rapazes.

Com um suspiro, desviou o rosto, a última coisa que desejava era encontrar o olhar de Davi, decidira ignorá-lo e era isso o que faria.

— Eu ouvi de uma nefilim na minha sala... — Começou uma garota, cujos olhos brilhavam para Diana. — Você é mesmo filha de Luca... aquele Luca?

— Sim. — Respondeu-lhe.

— Então a sua mãe é mesmo uma fênix?! — Perguntou uma outra, com igual expectativa.

— Bem... digamos que sim. Na verdade, ela possui o espírito de uma fênix dentro dela... é um pouco complicado.

A nefilim de olhos escuros apoiou o queixo sobre a palma da mão, tombando o rosto um pouco para o lado.

— Você herdou algum poder dela? Não seria legal?

Diana desviou um pouco os olhos.

— Não tenho poder algum de fênix, infelizmente... — Murmurou. — Mas sim, seria muito legal.

— Ah, aqui está você! — Exclamou uma voz masculina, e logo sentiu mãos envolverem seus ombros.

Então o rapaz se sentou à mesa, colocando a bandeja ao lado da sua. Compreendendo erradamente, os nefilins que haviam se juntado a ela se afastaram com desculpas bobas, levados a acreditar que ambos eram namorados. Diana não se importou muito, gostaria de conversar a sós com o primo.

— Pensei que você e Sophia pegariam alguma missão... — Comentou ela.

— Não, parece que ainda não estamos prontos. — Respondeu ele, indiferente. — O que é bom, pois assim posso ficar com você até que possa sair também.

— Miguel... foi por isso que não usou seus poderes na apresentação para a tia Ise e para Hector?

— Hum?

DescendentesOnde histórias criam vida. Descubra agora