10 - Complicação

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No caminho de volta, Nicolas, Laura e Roberta acabaram por encontrar Miguel e Diana no meio do caminho, e todos partiram para fora do bosque. Ao chegarem até o instrutor Kan, não encontraram Eros, Davi e Eva, de modo que ficaram preocupados.

— Não voltaram ainda? — Miguel indagou. — Vou procurar por eles...

— Não precisa. — Ouviram a voz de Davi, que saía dentre às altas árvores do matagal, seguido pelos outros dois.

Diana observou o rosto pálido de Eva, e foi rapidamente até ela.

— Você está bem? — Indagou, tocando o fino braço da nefilim.

— Estou... eu apenas desmaiei quando usei meu poder. — Afirmou ela, incapaz de conter um sutil sorriso ao notar a preocupação da moça à sua frente.

Kan esperou que todos fossem até eles, e apanhou a caixa preta das mãos de Roberta.

— Grupo três venceu.

— Confesso que estava torcendo pelas meninas. — Heloíse comentou. — Mas estou curiosa para saber como perderam, rapazes... especialmente você, Eros, achei que seria o primeiro a achar a caixa.

Quando Laura explicou o modo como todo o plano de Roberta havia funcionado perfeitamente bem, Kan e Heloíse ficaram impressionados com toda a preocupação com os detalhes de um planejamento como aquele, diferente dos rapazes, que apenas pensaram na solução mais simples. Kan se curvou na direção da irmã, a fim de falar ao seu ouvido, então sussurrou:

— Bom trabalho.

Eva o encarou, surpresa, então sorriu genuinamente.

— Diana também derrotou alguém? — Heloíse o questionou, curiosa.

Miguel observou a prima abaixar levemente o olhar.

— Sim, ela foi incrível.

Diana ergueu novamente as íris caramelo, e notou a expressão suave que Miguel demonstrava de forma despreocupada, parecendo o mais sincero possível. Laura a parabenizava, assim como Eros, que ficara surpreso pela derrota do amigo, embora feliz pela irmã.

— Como esperado da minha sobrinha! — Heloíse exclamou, orgulhosa. — Não poderia esperar menos da filha de Susana, afinal.

— Ei! — Eros fingiu ter sido ofendido. — Mas é verdade, Diana tem muito a oferecer...

Ao ouvi-los falarem todas aquelas coisas boas sobre ela, Diana se sentiu mal, não podia roubar o mérito de Miguel para si.

— Então você foi bem, Diana? — Yuri apareceu de repente, ao seu lado. — Que bom, fico feliz por...

— Não. — Disse, interrompendo a fala de Yuri. — É mentira.

Kan observou o semblante abatido no rosto da nefilim, sem entender, assim como todos os outros ali, exceto por Miguel.

— Como assim? — Laura indagou.

A filha de Susana respirou fundo.

— Quando Miguel usou seu poder seriamente contra mim, eu não fui capaz sequer de me mexer. — Explicou ela, com um sorriso frouxo nos lábios rosados. — É isso, eu perdi de uma maneira vergonhosa... e ainda tive que ser amparada por ele depois. — Diana observou o rosto preocupado do primo. — Miguel disse que o venci apenas para ser gentil.

Um desagradável silêncio pairou no ar nesse momento, ninguém sabia ao certo como se expressar depois de tal confissão.

Tão... honesta. Pensou Kan, intrigado.

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