— Estamos de acordo em simplesmente confiar nela? — a voz de Sophia soou baixa enquanto caminhavam até a biblioteca.
— Tem razão... — assentiu Roberta. — Penélope acabou de chegar na escola, e mesmo que trabalhe com Kan, não significa que é confiável como ele.
— Uma vez que Enoque também era seu colega — emendou Eva.
— Eu posso ficar no bosque e observá-la de longe — Diana sugeriu, de modo que as demais se entreolharam, preocupadas. — Não recebi nenhum bilhete hoje, está tudo bem.
— Certo... Eva, pode ficar com ela? — Roberta indagou à pequena nefilim, que assentiu.
— Claro.
Diana revirou os olhos.
— De todas as pessoas, você vai me tratar como uma criança, Rob?
A outra nefilim respirou fundo.
— Certo, Eva vai comigo, mas tome cuidado — pediu seriamente.
Então, todas se separaram rapidamente, não podiam perder tempo discutindo quando tinham coisas mais importantes a fazer. Calmamente, Diana fechou os olhos enquanto as demais se dirigiam à biblioteca, e após acender seu animal celeste dentro de si, correu em direção ao bosque, e pôde observar Penélope, percebendo que, até aquele momento, a novata estava apenas contemplando Dante com um olhar melancólico. Inexplicavelmente, sentiu-se triste pela mesma.
— Eu sabia que estava tramando alguma coisa! — esbravejou uma voz masculina, perto dali.
Diana se virou imediatamente e notou que havia alguém entre as primeiras árvores, permaneceu há uma boa distância de quem a tinha pegado de surpresa.
— Quem é você? — indagou Diana, enxergando-o perfeitamente, mas não foi capaz de se lembrar daquela pessoa.
— Acho que a questão é quem é você?! — gritou o rapaz de cabelos escuros. — Sempre que algo acontece aqui, você e o seu irmão estão metidos. Todos vocês! Como foi que só a minha prima se machucou na outra noite? Por que você saiu ilesa daquele lago?!
— Karol... — murmurou Diana, enfim se aproximando — Eu não sei a razão de ter saído viva... mas não tive nada a ver com o que houve com a sua prima.
— Será? Vocês contam uma história e todos acreditam? — as lágrimas surgiram no rosto do garoto, que as encarou com afinco. — Não importa, meus tios vão fechar este lugar...
— Fechar...? — murmurou a menina. — Como assim?
— Você e o seu grupinho já pararam para pensar em tudo o que houve aqui? Eles nunca resolvem nada, claro, porque vocês são os culpados, e eles agem como se fossem as vítimas!
— Eu sei como se sente, Karol era importante e você quer buscar alguma explicação, você precisa de uma resposta... — começou Diana, receosa quanto ao que ele havia dito e o que poderia tentar fazer com ela. — Mas quem quer que esteja por trás disso é discípulo do Corvo... não somos nós.
— Não acredito em você! — esbravejou ele, erguendo o punho para acertar o rosto da nefilim, que estava pronta para se defender, não fosse a mão de Miguel segurar o pulso do garoto.
Antes que o primo de Karol tivesse a chance de dizer qualquer coisa, recebe um soco em sua mandíbula que o faz cambalear um pouco antes de cair sobre a terra úmida, desmaiado.
— Isso deve resolver por alguns minutos... — observou Miguel, indiferente.
— Miguel?! Obrigada! — exclamou Diana. — Mas agora ele meio que tem motivos para desconfiar de nós...
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Descendentes
FantasySPIN-OFF DA TRILOGIA RENASCER. Não leia este livro, caso não tenha lido a Trilogia, os três livros estão completos e disponíveis aqui, no Wattpad, é só procurar no meu perfil. . . . . . Vinte anos se passou desde o conflito com Devon, e com o tempo...