45 - Ímã de cadáver

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Embora com as mãos trêmulas, Diana consegue destrancar a porta, e logo se encontra nos braços de Eros, que a envolve gentilmente enquanto Dante inspeciona o pequeno banheiro.

— O que houve? O que você viu? — indagou Hector.

— Eu não sei... — confessou, enxugando as lágrimas. — Tinha alguma coisa atrás de mim, com olhos escuros...

— Tem certeza, Diana? Não foi o seu medo que projetou algo ali? — Miguel a questionou.

— Não, eu vi mesmo alguma coisa.

— Certo, acabou a brincadeira! — Hector exclamou, notando que a nefilim parecia realmente assustada. — Voltem aos seus dormitórios.

Diana se despede de todos, e enquanto tentava se acalmar, começa a caminhar junto das meninas até o prédio de seus dormitórios, ela agora tinha a companhia de Eva em seu quarto.

— Desculpem-me por estragar a brincadeira... — pediu, caminhando entre ela e Roberta.

Sophia, que andava ao lado da garota de cabelos curtos, respirou fundo.

— Não foi culpa sua... quem ia imaginar que M.B. realmente existe? — observou.

— Não tenho certeza de que foi ela quem eu vi... — murmurou Diana, incerta.

— Ei! — as meninas ouvem uma voz masculina, e encontram um rapaz de madeixas claras indo ao seu encontro. — Posso falar com você?

Roberta assente.

— Sim.

Nicolas desvia o olhar por alguns segundos.

— Na verdade... é com a Diana.

— Ah... claro — murmura Rob, sentindo suas bochechas queimarem.

Ela se vira e recomeça sua ida ao prédio do dormitório, como se nada tivesse acontecido. Sophia e Eva se entreolham, preocupadas.

Quando Nicolas finalmente alcança sua prima, observa seus olhos brilhantes pelas lágrimas de antes e sua expressão se torna terna.

— Aquele desafio era meu... foi uma piada, eu...

— Tudo bem, Nic.

— Não, foi culpa minha você passar por aquilo. Eu sinto muito.

Diana mordeu levemente o lábio inferior, sua mente trabalhando em algo que a tinha incomodado toda a noite.

— Então... como desculpas, pode me dizer o que houve entre a Rob e você?

O semblante ameno de seu primo se desfez.

— Tão curiosa... isso não é da sua conta.

— Eu amo vocês dois como se fossem meus irmãos, então é claro que é da minha conta.

Com os lábios entreabertos, Nicolas a encarou um pouco surpreso, era a primeira vez que a escutava dizer que o amava, e percebeu ainda que a sua preocupação era verdadeira, só de observar seus grandes olhos encararem-no tão insistentemente ao buscarem uma resposta. O garoto suspirou, demonstrando cansaço.

— Não aconteceu nada, na verdade...

— Mas...?

— Ela parece irritada e preocupada com algo nos últimos dias, mas não conversa comigo... É como se tivesse medo da minha reação, ou... como se não confiasse em mim — confessou, encarando o nada, ao passo que se recostava em uma parede. — Eu sei que está acontecendo alguma coisa, mas quando pergunto, sempre muda de assunto. Não quero que ela esconda as coisas de mim... como aquilo.

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