Aproximo-me do sofá e me abaixo dando um beijo na testa de Camily, depois de tanta bagunça elas simplesmente dormiram, e eu preciso ir para casar. Afasto-me e encaro ela e suas irmãs dormindo abraçadas, sorrio e me viro encarando Henry nos braços de Christian, ele também está dormindo, a única que se mantém acordada é Taís.Suspiro e estendo minha mão para ela, recebo um sorriso e logo ela está ao meu lado.
— Eu vou acompanhar vocês até o carro. — Christian murmura ajeitando Henry, balanço a cabeça e ele sorri.
Dou uma última olhada para as meninas, meu coração esteve tão aquecido durante a noite, mas agora eu o sinto tão pequeno e apertado. Há anos eu não me divirto assim, mas agora eu preciso ir, preciso deixá-las, mesmo que me doa de forma estranha, esse não é o meu lugar.
Suspiro e me viro, sigo Christian até o elevador e descemos em silêncio até a garagem, quando chegamos ele coloca Henry no meu carro e ajuda Taís a entrar, fechando a porta em seguida. Encolho meus ombros quando ele se vira para me encarar, agora estou tremendo pelo frio, está bem tarde e eu ignorei todas as ligações da minha mãe, ela vai me matar.
— Você está com frio? — Christian pergunta preocupado.
— Eu vou ficar bem, Sr. Grey.
— Espere.
Arregalo os olhos quando ele começa a tirar seu casaco, mas quando abro a boca para reclamar, recebo um olhar desaprovador. Christian se aproxima e ajeita o casaco sobre meus ombros, seus olhos encontram os meus e pela pouca distância consigo ouvir sua respiração pesada. Com cuidado, ele segura meu rosto e repousa um beijo na minha testa.
Meu coração parece parar de bater por longos segundos quando ele me puxa para os seus braços, sufocando-me em um abraço acalentador.
— Obrigado pela noite. — Diz baixinho, com a boca enterrada entre meus cabelos. — Há anos eu não me divirto assim.
— Eu também gostei. — Confesso.
Sou tomada por um vazio doloroso quando ele se afasta, e tudo o que faço é encarar seus lábios sentindo um desejo ardente, mas eu também sinto culpa. Isso não pode acontecer, não é certo, nem justo. Christian já tem problemas suficientes para se envolver em mais um.
— Me avise quando chegar. — Sussurra, sua voz é rouca e ao mesmo tempo absolutamente suave. — Dirija com cuidado.
— Pode deixar.
— Boa noite, Anastásia.
— Boa noite, Christian.
Encaro-o por alguns segundos e balanço a cabeça, decidida a ignorar tudo o que meus instintos me mandam fazer, eu entro no carro e saio da garagem, deixando-o parado com um olhar perdido. Eu simplesmente não consigo fazer isso.
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Meu Pequeno Ponto Seguro
FanfictionApós uma vida infeliz, que começou ainda na infância com a partida do seu pai e o buraco que sua ausência causou, Anastásia se isolou do mundo, encolhendo-se em uma bolha de sofrimento que parecia que iria durar pela eternidade. No auge da dor, cans...