Após uma vida infeliz, que começou ainda na infância com a partida do seu pai e o buraco que sua ausência causou, Anastásia se isolou do mundo, encolhendo-se em uma bolha de sofrimento que parecia que iria durar pela eternidade. No auge da dor, cans...
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Estaciono meu carro na garagem e desço rapidamente, dou a volta e abro a porta de trás e Emma desce, encantada e sorrindo. O sorriso que aquece meu coração. Fecho a porta e vou pegar suas malas no porta-malas, ela dá um sorrisinho animado e pega sua mochilinha de cachorro.
Eu estou doida para ver isso acontecer, Emma comigo. Nós duas juntas, foi tudo o que eu sonhei nos últimos meses. E somente hoje, depois de sentir que meu mundo ia desabar, eu tive coragem para trazê-la para casa. Não é a nossa casa ainda, mas eu quero resolver isso. Eu quero um cantinho só nosso, aonde dor alguma vai nos alcançar.
Estendo minha mão para Emma e ela encolhe os ombros, ela primeiro cerra as mãos em punhos e sufoca um grito, depois aceita minha mão. Meu coração se enche ao sentir sua pequena mão na minha, minha pequena garotinha cheia de emoções. É tudo o que eu preciso.
Seguimos para a escada e eu vou ajudando-a subir, ela está tão empolgada e feliz que está tropeçando em todos os degraus. Paramos no hall e Emma olha em volta. Ela veio poucas vezes aqui, e eu me arrependo disso, ela deveria poder aproveitar a família, mas agora isso vai acontecer.
— Vovó? — Emma chama.
Segundos depois mamãe sai da sala, com a mão sobre o peito e os olhos cheios de lágrimas. Eu liguei para ela, dizendo que iria trazer Emma. Ela chorou tanto ao telefone ao saber disso. Mamãe sempre disse que eu deveria cuidar dela, mas eu só tinha 16 quando minha filha nasceu e estava tão deprimida com a ideia de ser mãe.
Mas agora tudo é diferente.
— Ah, minha garotinha! — Mamãe exclama sorrindo, ela vem correndo e pega Emma sem seus braços. — Ah, querida, eu amo tanto você.
— Eu também te amo, vovó.
— Emma? Emma?
Emma solta um grito e salta do colo da minha mãe ao ouvir a voz de Henry, ela corre para os braços do primo. Henry a segura, tirando-a do chão, mas logo os dois caem gargalhando. Troco um olhar com a minha mãe e nós começamos a secar as lágrimas.
— A Emma chegou, chegou! — Henry grita sem deixá-la se levantar.
— Ah, meu Deus! — Taís grita saindo da sala, com as outras crianças.
Em segundo Emma está abraçando todos eles, mas sem soltar da mão de Henry. Eles são melhores amigos, nasceram no mesmo dia e são loucos um pelo outro. Eu fico tão feliz por saber que eles têm essa ligação, mesmo Emma tendo ficado fora por tanto tempo.
Sinto algo escalar a minha perna e sorrio ao ver que é Zepp, seguro-o e vou até Emma. Ela olha com desconfiança para ele, talvez com medo.
— Estende a mão. — Peço e ela o faz, coloco Zepp em sua mão e ele corre pelo braço dela até chegar aos cabelos. — Ele gosta de você.
— Ele é esquisito. — Emma diz gargalhando. — Mas é tão fofo. Qual o nome dele?
