Caminho até o sofá e me sento, Zep corre rapidamente pelo meu braço e se aconchega no meio dos meus cabelos fazendo-me sorrir. Ele é a criaturinha mais dócil do mundo, e minha companhia em uma tarde fria e solitária de domingo.Mamãe está trabalhando em seu escritório, resolvendo várias coisas desde o momento em que acordou e meus irmãos, sobrinhos e cunhados estão curtindo as férias em viagens. E eu estou sozinha, com meu pequeno bebê esperando que Christian volte, mas ele sequer me mandou mensagem nos últimos dois dias.
Suspiro e enfio minha mão entre meus cabelos, puxo Zep e ele faz um barulho que talvez possa ser uma reclamação. Rapidamente ele agarra minha mão enrolando sua cauda, sorrio e o aconchego contra meu peito com cuidado enquanto acaricio seu cabeça.
— Vocês dois são um grude.
Sorrio e levanto a cabeça vendo mamãe parada a porta da sala, ela está com o celular em mãos e mandando mensagens. Pelo casaco e botas, algo me diz que ela está se preparando para sair e de alguma forma isso está me assustando.
— Ana... — Mamãe suspira e me encara. — Eu tenho que resolver um monte de cosias e preciso sair.
— Você vai me deixar sozinha? — Pergunto, um pouco de pavor me sobe.
— Eu preciso, querida, eu sei que você não gosta da exposição e eu estou indo no set. Eu não vou demorar e agora que você anda tão bem, acho que você vai ficar bem aqui.
— Hã... ok, eu acho.
— Mas eu quero que você me mande mensagens, ok? Para eu saber que você está bem.
— Ok, mamãe. — Deixo um riso escapar e ela sorri. — Eu vou ficar bem.
— Eu sei que vai. Por favor, não faça nenhuma besteira, ok? Eu não quero ter que dirigir feito louca só para socorrer você.
— Ok. Eu vou ficar bem, e talvez ir ver a Evy depois, eu não sei.
— Ok, vá me avisando.
— Eu irei.
Mamãe sorri nervosamente e solta um longo suspiro. Seu rosto está tomando por uma expressão de pavor, mas posso ver orgulho em seus olhos. Ela se aproxima de vagar e se curva dando um beijo demorado na minha testa, então se afasta e sorri.
— Se cuide, mocinha, eu amo você. Estarei em casa à noite.
— Está bem, eu vou me cuidar. Eu amo você, mamãe.
Ela me encara e suspira, então balança a cabeça e me dá outro beijo para finalmente ir. Levanto-me com o coração acelerado e caminho até a parede de vidro, observo mamãe sair com o carro e suspiro olhando em volta. É tão estranho saber que agora ela confia em mim a ponto de me deixar sozinha, há alguns dias ela decidiu desligar as câmeras aqui de dentro, ela disse que não era mais necessário... e agora ela me deixa sozinha.
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Meu Pequeno Ponto Seguro
FanfictionApós uma vida infeliz, que começou ainda na infância com a partida do seu pai e o buraco que sua ausência causou, Anastásia se isolou do mundo, encolhendo-se em uma bolha de sofrimento que parecia que iria durar pela eternidade. No auge da dor, cans...