Após uma vida infeliz, que começou ainda na infância com a partida do seu pai e o buraco que sua ausência causou, Anastásia se isolou do mundo, encolhendo-se em uma bolha de sofrimento que parecia que iria durar pela eternidade. No auge da dor, cans...
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Abro meus olhos assustada e sento-me rapidamente na cama, suando como o inferno. Encaro meu braço todo enfaixado e respiro fundo tentando me recuperar do pesadelo, corro para fora da cama e encaro Zepp encolhido entre as cobertas, deixo-o e saio do quarto. Lembrando-me vagamente de ter visto as filhas de Christian e de tudo que aconteceu.
Elas ainda estão aqui quando chego a sala, estão sentadas em frente à mesa de centro. Encaro a parede e suspiro ao ver um dos quadros faltando, droga! Eu não acredito que fiz isso, que elas me viram dessa forma.
Meu pai está sentado no sofá, conversando com a minha mãe e eles não estão brigando. As outras crianças estão em frente à televisão. Eu fico parada por minutos na porta, até mamãe me notar.
— Desculpe. — Sussurro e ganho a atenção de todos, as lágrimas alcançam meus olhos e eu suspiro. — Isso foi realmente ridículo, eu não sei o que me deu. Eu só estou tão confusa que eu... eu... eu não sei.
— Eu posso te abraçar agora? — Henry pergunta bravo, sorrio e apenas balanço a cabeça.
Abaixo-me para recebe-lo e ele corre para os meus braços começando a chorar em seguida. Droga! Eu senti tanta a sua falta, como eu pude ficar longe? Como eu pude comentar tantas besteiras? Aperto Henry e sinto outros pequenos braços ao meu redor, afasto-me sorrindo e vejo todos os meus sobrinhos me abraçando, até mesmo Michelle está aqui.
— Eu amo vocês. — Sussurro secando as lágrimas de Henry. — Eu prometo que nunca mais vou ficar longe.
— A gente perdoa você. — Taís diz encolhendo os ombros. — Se você ficar conosco, sem se esconder no quarto.
— Eu vou tentar.
— E você tem que voltar a trabalhar. — João diz preocupado. — E falar com os nossos pais, eles estão muito preocupados.
— Eu vou tentar isso, também. Agora chega, saiam.
As crianças se afastam e eu me curvo pegando Michelle, levanto com ela e vou sentar ao lado da minha mãe. Judy, Winter e Camily estão me encarando em silêncio, e tudo que eu queria era abraça-las, mas seria estranho para minha mãe. Eu não quero ter que explicar sobre Christian... não quando eu nem sei se vou voltar a vê-lo.
— Querida, eu tenho que sair. — Mamãe diz com pesar. — Eu fiquei os últimos três dias em casa, e tenho tanto a resolver. Mas o papai vai ficar com vocês.
— Está bem. — Sussurro me encolhendo no sofá com Michelle. — Eu vou ficar bem.
— Eu sei que vai. E, Ana, eu marquei uma consulta para você com o Dr. Flynn.
