Após uma vida infeliz, que começou ainda na infância com a partida do seu pai e o buraco que sua ausência causou, Anastásia se isolou do mundo, encolhendo-se em uma bolha de sofrimento que parecia que iria durar pela eternidade. No auge da dor, cans...
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Um Mês Mais Tarde...
Christian tem estado agitado ultimamente e, mesmo que eu não queira, estou começando a me estressar com isso. Lúcia tem passado mais tempo com as meninas, de certa forma eu estou feliz por elas, as mais velhas estão completamente felizes porque pela primeira vez a mãe está se aproximando.
Mas Christian não gosta nada disso, e todas as vezes que estamos juntos tudo o que ele faz é reclamar a ausência das filhas, ou simplesmente ficar deprimido. Eu o amo, e amo estar com ele, mas tem horas que isso parece me sufocar.
— Mamãe. Papai!
Rapidamente Christian se levanta do sofá para receber Lizzie, ela entra correndo na sala e segundos depois as mais velhas entram acompanhadas por papai. Lizzie corre para nos abraçar e gargalha quando o pai a enche de beijos. Por um lado, acho que consigo entender o seu medo, ele as criou, é louco por elas, seu maior medo é que Lúcia as leve para longe. Mas isso seria impossível, ninguém conseguiria separá-los.
— Que saudade que o papai estava. — Christian fala enquanto abraça Lizzie. — Você sentiu minha falta?
— Sim. Sim. Sim. E da mamãe também.
Sorrio e recebo-a em meus braços. Christian vai cumprimentar as mais velhas e, por mais que eu estranhe o fato de elas não falarem comigo, prefiro ficar quieta. As três se sentam no outro sofá e pegam os celulares fugindo do mundo real.
Christian volta a sentar do meu lado e começa a brincar com Lizzie enquanto ela gargalha e não perde as oportunidades de abraçar o pai.
— Eu acho melhor colocar a Lizzie na cama. — Sussurro e Christian suspira chateado. — Que tal você contar uma história para ela?
— Claro.
Christian se levanta e sai da sala com Lizzie, levando-a para o andar de cima. Cruzo meus braços e encaro as três meninas entretidas nos celulares.
— Está bem tarde. — Murmuro, mas elas sequer me olham. — Ok... vocês que sabem.
Pego Zepp do sofá e vou para o andar de cima, agora mais angustiada e triste do que de costume. Faz tempo que não me sinto assim e, saber que as meninas estão ficando distantes, talvez seja o motivo. Mas se elas estiverem felizes, é isso que importa.
Entro no quarto de Lizzie e lhe entrego Zepp, ela sorri e o aconchega ao seu lado. Sento-me na pontinha da cama e fico observando Christian contar uma história para ela. Ele é louco por elas, sempre lutou para vê-las felizes, e agora elas estão se afastando. Eu sinto de forma estranha que isso é minha culpa. Se Lúcia não soubesse sobre mim, ela jamais tentaria se aproximar das meninas... ou é apenas loucura da minha cabeça.
— Ela dormiu, e pelo visto você também. — Christian diz, despertando-me dos meus devaneios. — Está tudo bem?
