Capítulo 20

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POV Narradora.

Sana começou a caminhar em direção a porta, nervosa e com suas mãos tremendo abriu a maçaneta do banheiro devagar. Quando entrou acabou pisando no sangue que estava se espalhando pelo chão, ainda com medo olhou para a sua frente encontrando a banheira com a torneira ligada e água avermelhada que já tinha passado do nível da banheira e agora estava escorrendo para fora da mesma. E dentro da banheira estava a sua amiga com o rosto pálido e de olhos fechados, seus pulsos com cortes fundos saiam sangue e se misturavam com a água.

Lágrimas começaram e escorrer pelo rosto de Sana ao mesmo tempo em que ela corria para perto da banheira não ligando para o sangue, Sana começou a chamar por Momo e se desesperando cada vez que a mesma não respondia a seus chamados. Rapidamente ela pegou seu celular e chamou uma ambulância para o endereço de Momo, enquanto a ambulância estava a caminho Sana parou para ver se a amiga ainda respirava, e viu seu peito subir e descer lentamente, Sana se apegou a esse ultimo fio de esperança enquanto tentava estancar o sangue do pulso de Momo segurando os dois firmemente entre as suas mãos.

A ambulância chegou depois de alguns minutos e levaram Momo rapidamente para o hospital alegando que precisavam ser rápidos antes que fosse tarde demais. Sana ficou para traz com suas roupas manchadas pelo sangue olhando a ambulância se afastar com as sirenes ligadas e levando a sua amiga. Ser saber exatamente o que fazer, ainda em choque pelo que tinha visto, voltou para dentro do apartamento e trocou de roupas, pegando algumas de Momo emprestadas. Sana sentou na cama e olhou para seu celular pensando se ligaria para Dahyun e contaria tudo o que tinha acontecido, por mais que não quisesse ver a sua melhor amiga sofrer, ela precisava saber.

-Acho melhor tem uma boa razão para interromper minha crise existencial – Dahyun fala assim que atende o celular.

Sana nervosamente começa a mexer na barra de sua camisa, imaginado como contaria para ela.

-Acho que tenho uma boa razão sim....

Do outro lado da chamada Dahyun estranhou o tom de voz baixo de Sana.

-Então fale logo.

Sana suspirou alto, o que foi ouvido por Dahyun, e tentou se acalmar.

-Eu vim à casa de Momo hoje, queria ver como ela estava e contar tudo o que sabia sobre o Jimin.

-Você o que? Não acredito que contou tudo para ela...

-Eu não contei – Sana interrompeu Dahyun – Nem tive tempo de fazer isso.

-Como assim?

-Bom, eu cheguei aqui e a porta já estava aberta, eu entrei e chamei por ela, mas estava tudo em silencio – Sana deu uma pausa para controlar as lágrimas que queriam começar a cair – Quando eu já estava desistindo eu ouvi som de água escorrendo do banheiro.....a água saia por debaixo da porta e ela estava avermelhada....

-Sana? O que aconteceu? – Dahyun começa a ter um mau pressentimento sobre aquilo tudo, antes que pudesse falar outra coisa é cortada por Sana e pelas piores palavras que ela podia ouvir na vida.

-Dahyun....a Momo tentou suicídio.

A linha ficou muda e nenhuma das duas falava nada.

-Ela esta?...

Sem conseguir completar a frase, Dahyun começa a chorar.

-Não, ainda não....ela foi levada ao hospital que tem perto da sua casa.

Depois disso a linha ficou muda e só se podia ouvir o silêncio do quarto de Momo.

Dahyun desceu as escadas de sua casa correndo quase tropeçando, ignorou os chamados de sua mãe e saiu em direção à rua correndo o mais rápido que podia enquanto lagrimas salgadas escoriam por seu rosto.

Seu peito se apertava cada vez que chegava mais perto do hospital, repetindo na sua cabeça que era tudo culpa sua e se perguntando se isso estava realmente acontecendo. Não queria acreditar assim que sua melhor amiga disse aquelas palavras, não podia ser verdade, pensava que Momo nunca faria isso, sabia que a mesma iria sofrer, mas nunca que tentaria tirar a sua própria vida, Dahyun se pegou pensando o quão importante ela era para Momo, ao ponto de ela fazer isso.

Assim que ela cruzou a esquina da rua onde ficava o hospital correu mais rápido, estava tão perto, mas algo colidiu contra ela, um corpo, Dahyun foi jogada contra o chão assim como a outra pessoa.

POV Dahyun.

Senti meu rosto arder assim que ele foi contra o chão, me levantei rapidamente me preparando para voltar a correr, mas antes dei uma olhada em quem era que tinha trombado contra mim.

Era ele, ele que mostrou as fotos para o meu pai, ele quem foi que começou com tudo isso, ele tinha grande culpa sobre o que aconteceu com Momo, se não fosse por ele eu nem teria terminado com ela e isso não estaria acontecendo. Meu corpo começou a esquentar de raiva que eu estava sentindo por Jimin que ainda estava sentado no chão olhando o arranhão em seu braço causado pelo tombo.

-Esse arranhão é o menor dos seus problemas agora – ele pela primeira vez olhou para cima e viu que era eu.

Mesmo sabendo que ele era mais forte que eu, eu me joguei contra ele empurrando seu peito fazendo com que Jimin batesse sua cabeça no chão e reclamasse de dor, comecei a dar socos e tapas em seu rosto enquanto no meu vinham lágrimas, eu não estava machucando ele muito, minhas mãos deviam estar doendo mais que seu rosto, mas eu precisava descontar a minha raiva nele.

-Para Dahyun – Jimin agarrou meus braços e me tirou de cima dele.

-Você vai se arrepender de tudo o que você fez pra mim, aguarde.

Ele tinha alguns arranhões no rosto e colocava sua mão sua atrás da cabeça aonde tinha batido, mas nada tão grave, infelizmente eu não era tão forte, me levantei e comecei a correr novamente não dando chance de Jimin falar alguma coisa, precisava chegar logo ao hospital, não queria ter parado, mas ver Jimin acendeu a raiva que eu tinha dele, ainda mais agora.

Parei em frente ao hospital com meus pulmões ardendo e lágrimas secas em meu rosto. Não sei se eu estava preparada para entrar ali dentro, eu queria ver como Momo estava, mas e se simplesmente ela não estivesse mais aqui? E se ela estivesse....?

Eu não aguentaria receber uma noticia assim, eu queria chorar mais ainda, mas parecia que não tinha mais lagrimas o suficiente para isso em mim, meus olhos ardiam e meu coração se apertava cada vez mais com a possibilidade de eu nunca mais ver ela.

-Não vai entrar? – me viro para trás e vejo Sana parada me olhando com uma expressão triste.

-E-eu estou com medo...

-Eu sei – ela anda em minha direção e segura a minha mão – Eu também estou, mas não importa o que acontecer eu vou estar aqui pra você.

Começamos a andar em direção à porta, eu apenas queria que ela estivesse bem, eu queria a minha Momo de volta, queria poder abraça-la novamente, beija-la, e dizer que a amo mais que tudo no mundo, eu não estava preparada para perdê-la, não dessa forma. Entrei na recepção do hospital e Sana largou minha mão indo em direção a recepcionista perguntar sobre Momo.

"Momo, por favor, esteja bem, porque se você tiver partido e me deixado eu não irei aguentar, eu não vou viver em um mundo em que você não exista".

RUNAWAY-DahMo(Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora