Capítulo 22

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POV Momo.

Passo meus dedos por meu pulso sentindo a elevação na minha pele que a cicatriz causou, não era uma coisa muito bonita de se ver, amas eu teria que me acostumar com ela de agora em diante. Sai do quarto após um sermão do medico sobre tomar meus remédios e ir a uma psicóloga ainda essa semana para melhor a minha saúde, peguei um taxi de volta para minha casa aonde simplesmente cheguei e deitei na cama pegando no sono no mesmo instante.

Esses eram meus dias depois que sai do hospital, ficava em casa o dia todo apenas dormindo e assistindo TV, não trabalhava mais e fiquei uma semana sem ir para a escola, mas amanhã eu voltaria mesmo não dando muito importância para isso eu queria terminar a escola logo e não precisar mais me preocupar com isso.

Sentimentos como medo e insegurança estavam cada vez mais presentes na minha vida, não tive mais vontade de pintar ou desenhar qualquer coisa, perdi completamente o interesse por isso, que antes eram as únicas coisas que me faziam me sentir bem, depois dela.

Os remédios eram indispensáveis, apesar de me darem mais sono do que o normal e me deixarem inquieta a maior parte do tempo, também uma vez na semana tenho que ir a um psicólogo, fator que vai ser muito importante para a minha melhora de acordo com ele.

No outro dia acordei me arrastando para ir para escola, sem nenhuma vontade me arrumei e fui andando para a minha tortura matinal. Como previsto perdi vários testes importantes e teria que recuperar tudo de novo. Notei que varias pessoas me encaravam toda vez que eu passava perto delas, de todas as expressões a pior que eu poderia ver era a de pena, não queria que tivessem pena de mim, essas pessoas ao menos me conheciam. Em todo lugar que eu ia, seja na cantina, na sala ou na biblioteca, sempre tinha alguém para me encarar e fofocar com a pessoa do lado, as noticias correm mais rápido do que eu imaginava.

Aquilo estava sendo sufocante, uma dor de cabeça horrível começou a se formar em mim, olhei para o lado e mais pessoas me encaravam sem nem disfarçar que estavam falando de mim, eu tinha que sair dali ou ia acabar falando coisas que não deveria. Corri para longe daquelas pessoas em direção ao banheiro, agradeci por ele estar vazio e eu não ter que encarar alguém ali, fiquei de frente ao espelho com minhas mãos apoiadas na pia e fechei bem meus olhos tentando afastar a dor de cabeça, abri a torneia e joguei um pouco de água em meu rosto olhando para meu reflexo no espelho.

Sai do banheiro e segui pelos corredores em direção a minha ultima aula, Jimin estava parado ao lado da porta conversando com seus amigos e assim que me viu ficou me encarando até eu entrar, ele iria pagar pelo o que ele fez com Dahyun ainda hoje. Falando em Dahyun, hoje ela não veio para escola, foi o que presumi já que não a vi em nenhum lugar hoje.

Após o sinal todos saíram da sala, vi que Jimin saiu e fui atrás dele. Jimin sempre ia sozinho para casa quando seu pai não vinha buscar ele de carro, sorte que seus amigos não iam na mesma direção que ele e sim na direção contraria, sem ele perceber o segui pelas ruas a uma grande distância para ele não me notar. Tinha muitas pessoas nas ruas para eu fazer alguma coisa sem elas verem, então apenas continuei o seguindo e torcendo para passarmos por algum lugar sem ninguém a vista.

O que logo aconteceu, as ruas começaram a ficarem mais desertas e sem movimentação, pelo jeito Jimin morava longe já que estávamos andando há bastante tempo e ele não entrou em nenhuma casa ainda, e até tinha escurecido um pouco. Aproximei-me mais dele sem ele ver, olhei em volta para ver se realmente não tinha ninguém e o alcancei tocando em seu ombro, o mesmo se assustou com o contado e virou para trás para ver quem era, ao me ver tentou dizer alguma coisa, mas não deu tempo porque assim que ele se virou acertei um soco bem no meu de sua cara acertando seu nariz, sua cabeça tombou para trás e Jimin levou as mãos em seu rosto grunhindo de dor, minha mão também doeu mas não liguei para isso.

-Mas que merda – seu nariz começou a sangrar, ele se virou para mim e correu em minha direção sem me dar chance de desviar me derrubando contra o chão, Jimin me acertou um soco em meu olho direito com força – Veio se vingar pelo o que eu fiz para a sua namoradinha? – ele começou a rir e puxou se braço para trás para me dar mais um soco, esse que não foi bem sucedido, pois desviei meu rosto o fazendo bater sua mão contra o chão, assim me dando tempo de sair debaixo dele o empurrando.

Me levantei rapidamente assim como ele, nos encaramos e logo começamos a brigar novamente, as vezes eu acertava ele e as vezes ele me acertava, ficamos nessa ate eu me cansar e acertar um chute no meio de suas pernas fazendo Jimin cair de joelhos com as mãos no local.

-Eu entendo que esteja com raiva de mim – ele disse com dificuldade, assim que viu que ia bater nele novamente – Mas tem outra pessoa que merece mais a sua raiva do que eu.

-Do que esta falando?

-Ela não te contou? – ele riu, mas logo gemeu de dor e respirou fundo – Sobre o pai dela?

-O que tem ele?

-Você é mais burra do que pensei, foi ele quem falou para Dahyun terminar com você.

-Por sua causa, você que deixou aquelas fotos na casa dela, enfim, ela poderia ter apenas enfrentado ele.

-Ele bate nela e na mãe dela sua idiota, provavelmente ele ameaçou a mãe dela por isso ela terminou com você, pensei que você era mais esperta Momo.

Fico encarando ele por um tempo processando aquilo, ele tinha razão eu era muito burra, estava tão obvio desde que eu vi seu pulso machucado aquele dia na biblioteca, e eu ao menos dei tempo de ela me explicar tudo. Antes de sair dali, me aproximei de Jimin que ainda estava de joelhos com as mãos no meio das pernas e dei um ultimo soco em seu rosto.

-Não chegue mais perto dela.

POV Dahyun.

A água quente aliviava a dor que eu estava sentindo pelo corpo todo, enquanto a água escorria por meus hematomas roxos, amarelados e outros vermelhos eu pousava a minha cabeça na parede do banheiro e fechava os olhos.

Após sair do banho fui para o meu quarto e vesti um moletom que ia ate as minhas pernas e mais nada, apaguei a luz e deixei minha janela aberta da onde vinha às luzes dos postes lá de fora e o vento gelado da noite.

Fechei meus olhos sem a intenção de tentar dormir e fiquei deitada na cama sentindo o vento bater contra mim. Depois de vários minutos assim escutei um barulho vindo da minha janela que me fez levantar rápido, vi uma sombra do outro lado e corri ligar a luz do quarto.

Vi Momo apoiada com os braços na janela, sua cabeça estava para dentro do quarto e seu corpo estava para fora em cima do telhado.

-Que clichê, essa casa tem porta sabia – Apago na luz novamente e volto para minha cama.

-Oi pra você também – Momo entra no quarto e anda até mim ficando de frente para mim na cama – Sentiu saudades?

Me levanto e fico de frente para ela, puxo Momo pela nuca e a beijo como a muito tempo não fazia, como eu estava com saudades de beija-la e de sentir ela perto de mim. Momo passou seus dedos por minhas coxas desnudas e parou na barra da minha blusa prestes a levanta-la.

-Espera – segurei suas mãos a impedindo de continuar, não queria que ela visse meus machucados – Eu não...

-Eu sei – Momo segura meu rosto entre as mãos e me encara – Eu sei de tudo, não precisa mais explicar nada.

-Como?

-Depois a gente conversa sobre isso – Momo volta as suas mãos até a barra da minha blusa e a puxa para cima me deixando sem nada em sua frente.

Ela encara meu rosto e vai descendo seu olhar pelo meu corpo, sua expressão é uma mistura de raiva e prazer ao mesmo tempo. Momo leva sua mão direita até meu pescoço e desce ela por meu peito devagar até pousar em minha barriga, ela me empurra levemente até a cama e se deita por cima de mim sem jogar seu peso contra meu corpo para não me machucar mais, Momo beijo cada canto de meu corpo onde estava machucado enquanto dizia palavras doces para mim à noite toda e prometeu que logo tudo isso ia acabar e que eu nunca mais eu ficaria machucada desse jeito, nem eu nem minha mãe, mesmo tendo muitas perguntas em minha mente para fazer a ela, eu apenas esqueci todas elas por essa noite.

RUNAWAY-DahMo(Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora