O encontro do Rei (parte 2)

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     Eu particularmente gostei desse desenho, porque eu imagino a rainha Woong desse jeito


    Jun caminhava apressadamente, o coração batia forte em seu peito, a mente agitada, pensando na decisão que o Conselho tomaria.

Se não fizessem nada, o reino de Chin-Hwa seria atacado, e pessoas morreriam. O exército de zumbis aumentaria, e os navios de guerra seriam usados para atacar os quatro reinos restantes. E então tudo estaria perdido.

Por outro lado, se atacassem, pessoas morreriam, e se perdessem, a conquista da Bruxa e do Alquimista aconteceria de forma mais rápida.

    Jun sabia que deveria escolher as palavras sabiamente, se acabasse ofendendo algum dos Cinco Reis, a Aliança, já fragilizada, se quebraria para sempre, e a situação atual pedia a união dos reinos, caso contrário, a guerra estaria perdida antes mesmo de começar.

       Chegou à entrada do salão, e passou as mãos trêmulas pelas vestes. Ele não era um covarde, tinha estado em várias batalhas e haviam lendas e canções sobre sua habilidade com o machado e a espada, mas se reunir com o Conselho era uma situação totalmente diferente. De fato, se pudesse escolher entre lutar sozinho contra centenas de inimigos, ou se reunir com os Cinco Reis, pegaria seu machado de guerra alegremente. Era bom com armas, mas diplomacia era algo muito mais complicado e frágil. Uma palavra errada e uma guerra começa. Jun não queria guerras, mas estava prestes a entrar em uma.

Abriu a porta com um baque, atraindo a atenção dos quatro presentes.


    A sala era pequena, uma mesa redonda de madeira no centro, os reis em volta. A mesa era uma representação dos  Cinco Reinos, uma maquete bem detalhada de madeira, com traços e cores delicadas. Era iluminada por um candelabro de ouro, com sete velas, que representavam os Sete Espíritos. Cada rei se posicionava no lado que seu reino era representado, e era proibido a entrada de armas. A sala tinha três janelas altas com vidraças escuras, e ficava em uma parte alta do palácio, bem protegida, até mesmo contra magia.

Jun atravessou a sala e passou por Chin-Hwa, que vestia um terno delicado de seda azul claro, e sua coroa branca de pedras azuis só realçava seu olhar de deboche.

Se posicionando em seu lugar reservado, Jun cumprimentou a todos se curvando, e deu início a reunião.

_ Obrigado a todos por comparecerem a nossa primeira reunião do Conselho do ano.

Jun disse, se apoiando na mesa, tentando manter uma pose séria.

_ E tomara que seja a última...

Bong sussurrou, com um ar de brincadeira. Suas vestes com fios de ouro fazia a sala brilhar, a luz do candelabro refletindo em suas vestes dava um ar mágico para o lugar, e também muito irritante. Sua coroa de ouro puro com jóias roubadas de um dragão pesava em seus cabelos longos e cinza.

_ Concordo. Enquanto estamos aqui o meu povo está com medo - Chin-Hwa disse, se aproximando da mesa - Estas vilas desapareceram de ontem pra hoje. Se avançarem por mais três milhas, estarão muito próximos dos muros que cercam o meu reino. E então seremos atacados.

_ Ainda temos tempo.

    A Rainha Woong se aproximou da mesa, estava em um canto escuro da sala esperando para se pronunciar. A luz do candelabro iluminando sua pele pálida, as unhas longas e negras passando pela representação de seu palácio, negro, alto, e cercado pelas águas amaldiçoadas. Seu vestido negro era simples se comparado as roupas espalhafatosas do rei Bong e do rei Chin-Hwa, mas havia algo na negridão de suas vestes, que dava calafrios. Sua coroa negra retorcida, feita do aço amaldiçoado de uma das minas abandonadas, com duas pequenas cabeças de serpente no topo eram um apetrecho singular, que trazia a ela uma feição gótica de magia negra. As joias que trazia no pescoço tilintavam quando ela se virou bruscamente para Chin-Hwa, que a olhava de um modo preocupado.

The Loyal Husband (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora