Expectativas para o Futuro

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Hyo estava cansada, exausta daquela situação. Meditava durante a noite e cuidava do acampamento durante o dia. Hak kun tinha se mostrado um imprestável. Era um alquimista poderoso, inteligente, mas não fazia nada além do que o líder dizia. Tudo dependia de Hyo para funcionar, seus enfeitiçados trabalhavam dia e noite, e os mortos (que agora quase não passavam de esqueletos ambulantes) se tornavam mais fracos a cada dia.

Sua magia estava enfraquecendo.

Não sabia o motivo daquilo, mas a sua conexão com a magia negra estava se estreitando. Depois da "conversa" com a Serpente Hae, a mente da bruxa estava confusa, os sentimentos agitados, e a magia fraca.

Odiava aquela situação e estava exausta. Se continuasse assim não teria o exército de mortos e energia suficiente para a próxima batalha, que se aproximava a cada dia. A caravana de Bon Hwa se aproximava do ponto onde se escondiam e Hyo quase podia sentir a magia de Woong que vinha das vigias que a rainha mandava para vasculhar a área.

Sua mente estava agitada, estressada com tudo, não conseguia se concentrar em nada e por isso estava andando de um lado para o outro, na orla do acampamento, a carruagem dourada de Hak kun ao lado, esperando pelo homem.

As mãos se contorciam, o tecido azul do vestido em sua pele suada e machucada a incomodavam. Tinha se acostumado a ficar nua a maior parte do tempo, em sua cabana. A maioria dos rituais que praticava exigia que estivesse nua. Não se importava, a magia é sobre se conectar com a natureza, com os Espíritos e a Deusa.

Hak kun apareceu, bem quando Hyo se decidiu a sair dali e ignorar sua partida, carregando uma bolsa cheia de livros.

_ Finalmente! - Hyo grita, agitada, levitando a bolsa pesada até a parte de trás da carruagem.

Hak kun bufa, odiava quando a bruxa o ajudava. Odiava estar abaixo dela. A odiava.

_ Acho que agora eu peguei tudo. - ele fala.

_ Acha? Não tem que achar nada. Se tiver se esquecido de alguma coisa eu mando um espírito da noite levar pra você.

Hak kun estremeceu, os espíritos da noite se alimentavam de humanos como as Filhas bebiam café.

_ Não vai precisar. - o homem sobe na carruagem, quase batendo a cabeça no teto - E além do mais, está muito fraca para isso.

Ele fecha a janela, sentindo a raiva de Hyo emanando do lado de fora, quando de repente sentiu a carruagem balançando, a porta se abrindo bruscamente, e um ser das sombras aparecendo, os olhos amarelados o fitando, faminto. Sugadores de alma, não matavam mas tiravam todo o conhecimento, lembranças e alegria da pessoa, a tornando uma casca vazia.

Ele se agarrou ao banco, estremecendo, não tinha nada ali para o proteger, então fechou os olhos e cerrou os punhos, se agarrando ao talismã que carregava no pescoço.

Sentiu a corda fina de ouro sendo puxada, e abriu os olhos lentamente, sentindo o toque frio da criatura em seu corpo, e o bafo de morte e enxofre que emanava de sua boca escancarada.

O Sugador puxou seu talismã, e o que era feito para queimar qualquer espírito mal que se aproximasse, foi sugado pela boca negra do monstro, como um lanche, sem fazer mal a criatura.

Hak kun sentiu os olhos molhados, pensando em como não era uma parte importante do plano e a bruxa podia acabar com ele naquele instante.

Como surgiu, o ser desapareceu pela janela, o ar frio foi se tornando quente e confortável de novo, Hak kun voltou a respirar, ainda sentindo o ar de morte deixado pelo Sugador.

The Loyal Husband (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora