Duas semanas depois...
Pedro Miguel Narrando:
Duas semanas haviam se passados desde que tudo havia acontecido, eu não conseguia parar de pensar naquela patricinha filha de uma puta, ela me falou coisas horríveis, mas eu não deixei barato, falei poucas e boas pra ela também.
Eu não recebia mais notícias dela e nem da minha filha, sempre que alguém tentava me falar eu cortava e ficava irritado, desde então ninguém me diz mais nada.
- Eai bebe, chegou um carregamento forte aí em! - Gabriel falou entendo em minha sala todo animado.
- E cadê? - perguntei confuso.
- Botei o DG pra verificar tudo, aquele Zé mane só fica falando do casamento, que tá chegando, que tá tudo ficando top, e ninguém mais aguenta tá ligado né?
- Deixa o mano ser feliz velho! - Falei rindo e tirando os malotes de dinheiro da gaveta.
- Eu deixo, mas até os vapor tão reclamando chefia, aí não dá não, um homão daquele ficar falando de porra de casamento o dia todo. - falou fingindo um arrepio e eu neguei com a cabeça. - Mas Eai, ficou sabendo da..
- Se for falar daquela garota já pode deixar o bico! - o interrompi e o mesmo me deu o dedo.
- Cala boca, estou falando da sua mãe.. Ela tá todo dia indo no postinho, parece que ela não está muito bem..
- E como caralhos ninguém me fala nada? - gritei nervoso.
- Como? Tu mal sai dessa porra, não dá mais nenhuma assistência, só fica isolado, não vai pra casa, dorme aqui na boca..
- Vai tomar no cu mesmo viu, bando de incompetentes do caralho! - Falei botando minha arma sobre a cintura e seguindo até o postinho, queria saber o porque da minha mãe estar me escondendo algo.
Andava pelos corredores do hospital e todos me olhavam, óbvio porque me conheciam e poucas vezes me viam ali dentro.
- Pedro Miguel, o que está fazendo aqui? - minha mãe falava vindo em minha direção, enquanto arrumava sua bolsa no ombro.
- Que história é essa que você vem pro posto quase todos os dias? Tá trabalhando aqui agora é? E porque não me falou nada? - perguntei e a mesma me puxou até a saída do hospital.
- Mas que mania ridícula Pedro Miguel, eu sou sua mãe, não seus parceiros não! Fale direito comigo! - falou brava. - Em casa, se você decidir ir pra ela hoje, nos conversaremos! - falou por fim e deu as costas, subindo o morro.
- Eai chefia. Tua fiel tava na entrada do Morro moro, to avisando porque gosto de tu.. - um cara que estava totalmente drogado me falou, achando que iria ganhar alguma coisinha pela informação, eu apenas ignorei e voltei pra boca, e subi pra laje, avistando Maria na entrada, sendo barrada, como eu havia informado.
- Sacanagem viu.. ela tem amigas aqui cara, minha Irma tá a dias tentando convencer ela de vir pra cá pra que? Pra passar essa vergonha? - Gabriel falou atrás de mim.
- Tá com o orgulho ferido mesmo em! - DG falou olhando pra mim - Ou! - ele gritou lá pra baixo e todos olharam, inclusive ela. - Libera a patricinha aí! - eles assentiram e Maria cochichou algo pra Laura, logo Maria virou as costas e entrou em um AUDI Q8 preto, que logo deu partida e saiu dali.
- Ihh patricinha tá com o orgulho pior em! - Gabriel falou rindo e DG gargalhou.
- Perdeu Pedrinho. Enquanto você tá aí todo com o orgulho ferido, eu vou ir buscar os convites do meu casamento. - Diego falou e saiu dando pulinhos.
- Viado do caralho! - balanço a cabeça cabeça e tento me concentrar na quantia de cosias que tinha que fazer, ficar pensando nela não iria me ajudar em nada.
***
Maria Luiza Narrando
Como eu podia ser tão besta? Havia deixado meu orgulho de lado, deixei ser vencida por Laura pra que? Pra ser barrada na merda do Morro, estava morrendo de raiva, voltei pra casa e me tranquei no quarto, quando minha mãe bateu na porta e eu levantei pra abrir.
- Está tudo bem querida? - perguntou se se sentando ao meu lado na cama.
- Está sim mãe, Laura teria que fazer algumas cosias, não deu pra ficar muito.. - menti.
- Ah que ótimo! Porque se seu pai descobre que você voltou para aquele lugar ele nos mata! Você sabe como que é! Já foi difícil fazer ele aceitar você voltar pra essa casa, não estrague isso! - falou rígida e eu apenas suspirei alisando minha barriga.
- Ok mamãe, preciso descansar, vou tomar o remédio e dormir um pouco.. - ela assentiu e me deu um beijo saindo do quarto.
Depois de tomar meu remédio, que me deixava um pouco sonolenta, me deitei e tentei dormir, mas Pedro havia invadido meus pensamentos, não conseguia para de pensar nele, estava com saudades até das suas ignorâncias e de seu jeito louco de cuidar de mim, estava apaixonada por ele e não podia fazer nada.
***
Pedro Miguel Narrando
Cheguei em casa e já se passava um pouco das dez da noite, e minha mãe me esperava, esqueci totalmente que ela queria conversar comigo.
- Foi mal aí, estava lotado de coisas na boca hoje! - Falei jogando minha arma na mesa. - O que tá pegando?
- Estou com alguns problemas de saúde, por isso estou indo para o postinho, a cada dois dias preciso ir lá, pra tomar remédios! - falou se levantando. - Nada que você precise se preocupar, estou e ficarei bem!
- Que tipo de problemas? - perguntei confuso.
- Nada que você deva se preocupar, te chamei aqui pra conversarmos sobre a Maria, porque ela foi embora?
- Porque ela não tem peito pra aguentar as loucuras que é morar na favela, e eu não quero falar sobre isso! Ela já era, deixa ela pra lá, vivemos a vida toda sem ela é não vai ser agora que vai ser diferente!
- E sua filha? Esqueceu que está quase chegando? - perguntou cruzando os braços.
- Quer uma neta? Vou ali fazer pra senhora! - Falei brincando e a mesma me olhou feio me fazendo rir. - To brincando, quando ela nascer a gente vê o que faz.. - Falei me levantando. - A senhora está bem mesmo? - perguntei e a mesma assentiu.
- Sim meu filho, é só a velhice chegando.. - Ela sorriu. - Amanhã irei ao shopping com Benício pra vê se ele me deixa em paz, você pode nos levar?
- Claro, só me acorda a hora que quiserem ir. - Ela assentiu e subiu para seu quarto, eu fiz o mesmo, tomei um banho e cai na cama pelado, estava morto de cansaço e amanhã seria um longo dia.
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Grávida do dono do Morro
RomanceMaria Luiza sempre foi o típico de menina meiga e sempre muito educada, mas como toda menina, tinha suas amigas, Laura e Beatriz, que moravam na favela da rocinha, e que sempre que podiam, levava a amiga que morava no bairro nobre de Copacabana pro...