Capítulo 4: Na trave

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Os lábios dele tocaram o meu com urgência, eu levei as mãos até o seu peito, tentando empurra-lo, para desistir daquela loucura, mas logo os braços dele estavam em volta da minha cintura. Minha mente gritava que ele tinha uma namorada, uma filha com ela, que era a segunda vez que nos víamos, mas não conseguia empurra-lo.

Aos poucos fui cedendo, quando percebi, ele havia fechado a porta do apartamento de alguma forma, agora estava contra uma parede do minúsculo hall de entrada. Conseguir afasta-lo um pouco e falar ofegante, com os lábios próximos aos meus.

- Isso é loucura.

- Não é. – Ele argumentou com a voz rouca pelo desejo.

- Tens namorada.

- Não tenho.

- Como assim não tens?

Empurro ele um pouco mais para longe, olhando nos olhos, ele estava disposto a mentir só para continuar tendo aquele momento? É sério isso?

- Eu e a Georgina estamos em processo de separação. É uma longa história.

- Mas ainda não estais separado.

- Estou. Só que as pessoas não sabem...Ainda.

- Ainda?

Ele suspira pesadamente, como se preparasse para uma longa conversa.

- Por que existem outras coisas acontecendo e a notícia da separação não ajudaria nisso.

- A sua saída do Real Madrid.

- Isso mesmo. – Ele caminhou até o sofá se sentando, e eu me sentei ao lado dele. – Na verdade foi isso que fez começar o processo de separação. Ela ficou chateada por que não a consultei, ela tem uma vida toda na Espanha e eu não levei isso em consideração. Mas o que ela não entende é que eu não tinha escolha. O fato do Real Madrid estar entrando em contato com o Neymar que é uma grande estrela, é prova de que eu não era mais o suficiente para eles.

- Mas eles poderiam querer ter os dois melhores do mundo. Já pensou nisso?

- Maria, para que um Clube vai gastar tanto dinheiro? Por que nos manter geraria isso, um custo imenso. Para que ter este custo, se só eu já garanto os títulos? Foram três Champions seguidas e muitos outros.

- Eles iam te descartar.

- Com toda certeza. Mas iam fazer isso só depois de ter certeza que tinham o Neymar. Eu antecipei-me. Começamos a procurar e a negociar antes que eles saíssem me oferecendo para qualquer um. Só que a Georgina não entende isso. Que minha vida é assim, eu sou uma mercadoria que vou para onde me querem. Aprendi isso com 12 anos, quando fui para Lisboa.

- Compreendo. Recomeçar uma vida nova é sempre bom. Um pouco atordoante no início, mas com muita instabilidade.

- Então, por isso, não posso deixar vazar minha separação. Pois o novo clube não ia querer esse tipo de história chamando mais atenção do que a sua aquisição. Estamos segurando tudo isso. Tanto que ela vai para a Copa, fará o papel de namorada modelo, é o mínimo que ela pode fazer em troca dos benefícios que receberá.

- E a guarda da criança? – Pergunto preocupada.

- Ficará com ela. – Ele falou tristemente. – Georgina é uma boa pessoa, uma boa mãe, só é um pouco centrada demais na sua vida, no que é bom pra ela, mas será boa para a Alana. E tirar a criança da mãe não ia repercutir bem para mim.

- E o seu filho? Ele já se apegou a ela.

- Já conversei com o Junior. Ele entendeu, mas na verdade há muita coisa para compreender, a mudança, nova escola, uma nova língua. Estou preocupado.

It's a man's world || CR7Onde histórias criam vida. Descubra agora