It's a man's world || CR7

Capítulo 24: A Máquina

Não pude me conter, se as pessoas achavam que aquela minha explosão de fúria para cima do técnico na Copa da Rússia fosse o ápice, eles iam rever meu conceito diante da imagem do meu celular se estilhaçando contra a parede do meu quarto e o ruído que veio do fundo da minha garganta, do lugar mais sombrio do meu ser.

- Ronaldo! Ronaldo! O que houve? – A voz aflita da minha mãe encheu o lugar assim que ela entrou, olhando de mim para o celular assustada.

- Se você falar mais uma vez da Maria para mim, eu juro Mama, eu juro que deixo de ser seu filho! – Falava em completa fúria, vendo tudo vermelho.

- O que foi que aconteceu, menino? – Ela perguntava sem entender.

- Ela deu o troco, Dona Dolores. Deu o troco a altura. Tem fotos dela em vários sites beijando um gajo! Beijando um gajo! Eu entendi o recado dela, e ela morreu para mim. – Passo pela minha mãe, furioso.

- Ronaldo! O que vais fazer? Onde vais deste jeito, menino? – Minha mãe não parava de falar preocupada.

- Vou treinar, mãe! Treinar! É o melhor que faço! Do que ficar aqui a remoer esta traição. – Saio porta à fora. Precisava focar em algo, nada melhor do que o futebol para passar a raiva.

***

Duas semanas depois

O silêncio reinava na mesa, apenas Junior falava de como havia sido seu dia no treino, dizendo que tinha marcado alguns gols. Eu sorri demonstrando compreensão. Andrade puxava conversa com o miúdo, enquanto minha mãe só revirava a comida.

Ela tem estado assim desde que me separei da Maria, mas piorou ainda mais quando eu tinha desistido de tudo de vez. Ainda tentou argumentar, mas era inegociável, a mensagem havia sido recebida com sucesso. E minha mãe não se conformava, era visível. E nunca ela havia ficado assim por causa de uma ex-namorada minha. Nem por causa da Gio, ela ficou assim.

Levantou-se da mesa, e levou o prato dela para cozinha. Então dei um suspiro profundo. Chateado com a situação.

- Acalma-te, dê um tempo para ela. – Andrade que era como um pai e um amigo, falou compreensivo.

- Ela não quer entender o meu lado. Eu fui machucado também. No meu caso foi injustiça, a Georgina inventou toda esta história para mim. Mas no caso da Maria, não. Ela fez de propósito. – Desabafei, largando o prato e perdendo a fome.

- Você e a tia Maria, estão brigados papa? Por isso ela não veio mais aqui em casa? – Pergunta meu filho, com seus olhos largos e atenciosos.

- Não se preocupe, meu filho. São problemas de adultos. – Passo a mão pelos cabelos dele.

- Eu gosto da tia Maria, estou com saudade dela, ainda não foi ver nem um jogo meu. – Ele fala chateado, pegando o prato e indo para a cozinha com ele. Era um rapazinho muito educado, me dava orgulho. Mas a declaração dele, foi um soco na cara, então passei a mão pelo cabelo, impaciente, por que não podia fazer nada.

- Falando em jogo, o seu de estreia está chegando. É esse domingo. – Andrade muda de assunto para tentar me empolgar. – Te sentes pronto?

- Sim, me sinto. Era atrás deste tipo novo de desafio que eu estava atrás. – Abro um pequeno sorriso, empolgado com a minha vida profissional, ela estava me impedindo de ficar triste totalmente.

***

1 Mês Depois

Cheguei em casa, e estava tudo estranhamente deserto. O silêncio reinava ali. E era muito estranho, ainda mais para um Domingo. Será que todos haviam resolvido fazer algo após o jogo do Junior?