Capítulo 21: O Resultado

789 48 20
                                    

Depois de vários minutos, muitos minutos, minutos demais, minha amiga voltou com 3 marcas diferentes de teste. Um grande copo de água, colocando na minha frente.

- Beba! Precisamos de material! – Olhou para as caixas. – Muito material.

Então começou uma série interminável, seguida de muitos copos d'água, ir ao banheiro, organizar todos os teste na bancada e sair de lá, para sentar na cadeira e esperar o prazo.

- Você sabe que vai dar negativo. Que a médica me disse, que se um dia quisesse ser mãe, ia ter que ficar treinando muito, ia ser quase como uma roleta russa da natalidade. – Tentei argumentar.

- Já tentou pensar se for positivo, o que vai fazer?

- Não preciso pensar, por que não vai ser.

Nos calamos, eu estava nervosa. Quando o timer do celular da Paula tocou, ela me olhou. Eu balancei a cabeça negativamente, então minha amiga foi até o banheiro, depois voltou carregando os três exames, e colocou sobre a mesa. Nos três tinham dois traços, baixei a cabeça e comecei a chorar, não podia, não era para acontecer. Não devia ser assim, eu sempre fui cuidadosa, nunca precisei me preocupar com isso, por que tinha que ser logo neste mês, logo neste período fértil.

Paula ergueu meu rosto, me olhou nos olhos e falou calmamente.

- Calma, amiga! Vai dar tudo certo!

- Não, não vai Paula! É muita criança em uma equação só! Eu me acostumei com a ideia de ser mãe de três crianças, tanto que estou morta de saudade delas, mas são as crianças dele, não são minhas, não posso ser mãe da minha criança, como vou criar a minha criança? E quatro crianças, se vierem gêmeos serão cinco crianças! E eu preciso trabalhar, preciso produzir, sou muito nova para ser mãe de tantas crianças assim. – Eu respirava ofegante, sentia o desespero tomando conta de mim.

- Você está se ouvindo? – Minha amiga fala preocupada.

Eu olho para ela balançando a cabeça.

- Eu vou tirar essa criança. Melhor assim. Já tem criança demais, eu não penso em ser mãe da minha criança.

- Amiga, não pode pensar assim, você imagina a sorte que você deu nesta vida. No primeiro ciclo compartilhado com o cara que você ama, você está grávida. Ainda mais diante das estatísticas. – Ela tenta mostrar o lado bom.

- Amor...E se eu não o amo? Se for só uma coisa de momento? Nos conhecemos tão pouco? Pelos sintomas, pelo enjoo, por tudo, foi na nossa primeira vez. Amiga, quem engravida na primeira vez com um homem? Amiga, quem alguém com o problema que eu tenho engravida na primeira vez com um homem?

- Com o seu namorado. Amiga, com o seu namorado. O homem com quem você vai morar, aquele mesmo que você disse para mim, nesta sala, que você o está amando. – Paula tentava me acalmar a todo custo. – Respira fundo, não vamos tomar nenhuma decisão precipitada. Se você quiser retirar essa criança, eu vou apoiar por que é uma escolha sua, mas só farei isso se perceber que é uma escolha consciente, ponderada, pensada, avaliada, não algo assim, no calor do momento. Pense bem. Avalie bem. O corpo é seu, ele pode ter até milhões de filhos, mas esse é o primeiro filho seu, só seu. Então pense bem. Você compreende o que estou dizendo?

Balanço a cabeça respirando profundamente. De repente escuto batidas na porta, Paula olha pra mim, perguntando se estava tudo Ok. Eu balancei a cabeça afirmando que sim. Então ela disse calmamente.

- Pode entrar.

Hugo abriu a porta com um sorrisinho, estava escrito na expressão dele, o mais transparente da família Aveiro tinha ouvido alguma coisa, tinha esperado as vozes se acalmarem para entrar, o que era obvio.

It's a man's world || CR7Onde histórias criam vida. Descubra agora