Capítulo 9: A Família

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Estava sentada dentro de um jato, eu nunca tinha andado em um antes, mas ali estava eu, sobrevoando o Oceano Atlântico. Sentado na poltrona do outro lado, estava um calmo e amigável, Hugo Aveiro. Ele havia aparecido no meu escritório naquela manhã, com o convite mais louco e inesperado que eu poderia receber...

- Eu vim aqui por que a mama pediu, e ela me explicou o porquê, então eu concordei com ela.

Ele explicava nervoso, sentado na mesa de reunião comigo e Paula. Lancei um olhar para a Paula que encolheu os ombros, não podendo me ajudar. Então me virei para o Hugo e perguntei:

- Por que ela quer me ver então?

- Ela quer conversar com você. – Ele fala como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Por que ela não veio até aqui?

- Por causa dos jornalistas lá fora, por que tem que cuidar das crianças, ela é bem protetora com eles. E Katia só chega amanhã do Brasil e Elma está um pouco ocupada.

Ele falava para mim, como se eu já conhecesse a todos de velha data e fosse um membro da família.

- Mas você vir até aqui atiçou os abutres da mesma forma.

- Como eu resolvo várias coisas para o meu irmão, eles não vão ficar a pensar tanta coisa assim, agora se minha mãe vem até aqui, era a maior confirmação que eles precisavam.

- Nisso ele tem razão. – Finalmente Paula se pronuncia. Mas não ajudou muito. Amiga da onça, quando é pra dar opinião, ela fica calada.

- Mama, acha que precisa conversar com você. Diante de tudo que está acontecendo.

Olho para ele nervosa. Aquilo parecia tão sério. Era conhecer a sogra praticamente, já me via de vestido branco, e aquilo era assustador. Olho para a Paula mais uma vez.

- Eu acho que você deveria ir, amiga!

- Hoje mesmo você está de volta, eu garanto!

- Não é bom que eles vejam a Maria na Ilha da Madeira.

- Vai ser tudo bem discreto. Jorge ajudou.

- Ei! Eu estou aqui!

- Desculpa. – Os dois falam juntos e eu me seguro para não rir.

- O Ronaldo sabe disso?

- Não! Minha mãe não quis preocupa-lo, deixa-lo ansioso. Mesmo ele não ficando ansioso com nada, mas ela vai contar para ele depois, ou você vai contar. Mas ela preferiu ver se você aceitaria.

- Tudo bem. Eu vou.

E aqui estava eu, a caminho da Ilha da Madeira, onde o Cristiano nasceu e cresceu, indo ver a mãe dele, enquanto Hugo me contava histórias, como se estivesse diante de uma velha amiga, e eu apenas demonstrava meu interesse. Aproveitei para conhecer melhor o homem que estava diante de mim, o fato de ter trabalhado com obras, logo nos ajudou a engatar um assunto.

Eu agradeço muito a ele, que tornou tudo menos traumático. Eu nunca tinha passado por aquilo, algo que parecia carregar tanta responsabilidade, e assim me vi, subindo as escadarias que davam acesso a casa que ficava em um nível mais elevado, no topo da escada estava uma senhora, com o olhar brilhante, o sorriso amigável e expressão acolhedora. Assim que encontrou, me abraçou e disse carinhosamente.

- Seja bem-vinda, Maria! Ouvir falar muito de ti!

- Obrigada Senhora Aveiro!

- Podes me chamar de Dolores. – Ela me guiou até um terraço, de frente para o Oceano Atlântico, uma bela paisagem da cidade brindava a varanda, uma mesa havia sido posta de forma farta. – Sente-se e fique à vontade!

It's a man's world || CR7Onde histórias criam vida. Descubra agora