Capítulo 16: A Guerra

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Após o conflito do dia anterior, a matriarca da família Aveiro, andou dando um jeito de acalmar os ânimos e instaurar a paz entre todos os membros, na tentativa de auxiliar na implantação da harmonia na família, Ronaldo e Hugo organizaram um passeio de lancha com direito a mergulho nas águas do Mar Mediterrâneo.

Dona Dolores preferiu ficar na casa para cuidar dos gêmeos, enquanto todos partiram na grande iate para a aventura em alto mar. Eu estava sentada no deck frontal, usando biquíni enquanto observava o mar diante de mim. Quando eu vi, o menino se jogou no colchão do meu lado.

- É muito bonito isso aqui, não é tia?

- É sim Junior! – Ela sorri para o menino. – Pensar que tanta história aconteceu aqui neste mar.

- É mesmo? Você me conta uma delas!

- Deixa eu lembrar aqui de uma...Já sei! – Olho para ele com um sorriso. – Aqui onde estamos, se chama península do Peloponeso, e a muito muito tempo atrás aconteceu a Guerra do Peloponeso. Essa região era território de Esparta.

- Ah tia! Então aqueles homens do 300 vieram daqui? – Perguntou o menino curioso.

- Você viu aquele filme? – Perguntei surpresa, e ele balançou a cabeça afirmativamente com sua ingenuidade infantil. – Seu pai tem que começar a avaliar os filmes que mostra para você, aquele era muito violento.

- Nas partes muito violentas, ele tapava meus olhos.

- Então você passou a maior parte do filme de olhos fechados. – Ela riu, já imaginando a cena.

- Mas meu pai disse que a história era importante.

- É verdade. Mas aqui também saiu outra lenda, o Aquiles, conhece ele?

- Sim, do filme Tróia, e vimos também um documentário sobre a guerra de Tróia.

- Então mocinho inteligente, aqueles espartanos viviam brigando com os Atenienses, pois eles pensavam de forma muito diferente, enquanto os Atenienses eram pessoas inteligentes, que queriam saber do conhecimento, os Espartanos queriam apenas a guerra, veneravam a saúde do corpo, por que ele era uma arma. Por isso viviam em guerra, e uma das guerras foi aqui neste lugar que estamos.

- Que legal! Conta mais, tia.

Ele se aninhou em mim e continuei contando, respondendo várias perguntas do menino curioso, agradecendo muito o fato de amar história desde o colégio, principalmente história antiga, eu queria ser arqueóloga quando era criança, mas cresci e virei Engenheira. Só sei que ficamos ali, falando sobre várias lendas gregas.

- Achei vocês. – Cristiano se aproximou de nós e se jogou no pequeno colchão. - Estamos a arrumar os botes para ir mergulhar.

- Eu nunca mergulhei, Cris.

- Para tudo há uma primeira vez, sabes nadar muito bem, então pronto. Aqui é um lugar muito bonito, vamos, deixe de medo.

- Vamos, tia! Se ficar com medo, eu seguro a sua mão até entrar na água! – Falou Cristianinho.

- Tudo bem. Eu vou. Eu topo a aventura.

- Papa eu vou poder tomar banho de mar?

- Sim, mas só se ficares a usar o colete de salvação.

- Não se preocupe papa, a tia Maria é uma excelente nadadora, ela cuidara de mim. – O menino fala cheio de si.

- Viu, senhor Ronaldo? Eu, cuidarei dele. – Falei toda pretenciosa, tirando uma risada dele.

- Assim que tu estais a agir! Já estais a me trocar por ela? – Fala com falsa indignação.

- Vamos, Junior! Partiu! Bote! – Dou umas batidinhas na costa.

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