Capítulo 30: A Valentina

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Estava dormindo de exaustão, já que só conseguia dormir assim, pois a barriga imensa impedia que eu encontrasse uma boa posição para dormir. Até que senti uma pontada, parecia com cólica menstrual, só que muito mais forte. Mas certamente não era sinal de parto, por que falaram que era uma dor insuportável, como estava aguentando, respirei fundo e nem abri os olhos para não perder o sono.

Depois de algum tempo, voltou a dor de novo, passei a mão pela barriga e mentalmente enviei uma mensagem para a menina ficar quietinha, que mamãe precisava dormir. Cedo ela estaria na obra, estava indo para o último mês e isso sempre causava uma leve correria, até aquele momento Valentina tinha se comportado muito bem, tirando as vezes que chutou muito forte algum órgão do meu corpo, e eu era obrigada a amaldiçoar a genética do pai, que abria um sorriso brilhante de orgulho, por que não era a bexiga ou a costela dele que era chutada.

Mas Valentina estava inquieta naquela noite, ela já tinha dado falsos sinais. Já tinha me levado para a Emergência duas vezes em vão, uma até com um terrorismo básico devido a um pequeno sangramento. A médica empolgada disse que as vezes acontecia aquilo quando estava perto da hora, eu olhava para a barriga e pensava: "Nananinanão! Você tem que vir com 9 meses, como todas as crianças, nada de 8 meses e meio, ou algo do tipo, não seja uma afobada como o seu pai, siga o cronograma certinho como a sua mãe, eu dei 9 meses para que fique psicologicamente pronta para você, então não antecipe esse prazo, por favor! Ai ai!".

A menina se mostrou bem comportada, pois aquietou-se e lá se iam mais uma semana, tanto que organizei a obra toda para essa semana, por que seria certamente minha última semana livre para cuidar do Museu, deveria deixar tudo esquematizado para vir o mínimo ali nas próximas semanas. Foi uma obra longa, 7 meses, mas era isso que acontecia quando um prédio antigo estava em jogo e ele precisaria de uma repaginada completa. Deixamos somente as paredes externas, tudo dentro, os três andares foram feitos do zero, usando apenas a casca. Foi um trabalho primoroso, de dar orgulho.

Enquanto isso na França, como a casa do Neymar precisava apenas ser adequada para a vida do casal, em poucos meses, em apenas 3 estava entregue para um casal feliz e muito satisfeito, com a casa com uma mistura Franco-Brasileira. O velho mundo encontrando modernidade e brasilidade. Foi um projeto lindo, que já estava em muitos sites e revistas especializadas. E todos aguardavam ansiosamente pelo museu que prometia ser o mais moderno da Itália, se duvidar, da Europa. Eu e Hugo estávamos trabalhando incansavelmente para isso, um Museu a altura do Melhor do Mundo na sua nova casa.

- Merda Valentina!

Essa pontada foi forte, fazendo me encolher, senti movimento na cama ao meu lado, Cristiano estava exausto do jogo daquela tarde, tanto que ia tirar o domingo todo para descansar. Estava tão empolgado, o Juventus seguia em primeiro no Campeonato Italiano e fazendo um excelente caminho na UEFA. Nem fez questão de ir para o prêmio de Melhor do Mundo, ainda disse que já tinha prêmios suficientes para aquele ano. E um deles me fez sem querer acorda-lo preocupado.

- Estais bem?

- Só estou sentindo aquelas pontadas, mas estou aguentando. Acho que é alarme falso.

- Tens certeza? Não achas melhor ir ao hospital?

- Se acalma Campeão! – Dou um beijinho nele, mas a expressão preocupada não se desfez do rosto dele. – Vou jogar uma água no rosto.

Me levantei da cama e fui caminhando até o banheiro, mal pisei no piso frio, senti algo estranho no baixo ventre, como um certo alivio de pressão, não soube identificar, só sei que o líquido um pouco viscoso molhou minha calcinha e desceu pelas pernas.

- Ronaldo! – Chamei assustada. Eu olhava tremula para o líquido. – Ronaldo! – Chamei um pouco mais alto.

Ele sabia que quando usava o segundo nome, era por que a coisa era séria, logo ele apareceu no banheiro, apenas de short com a expressão aflita.

It's a man's world || CR7Onde histórias criam vida. Descubra agora