Capítulo 25: O Caminho

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Voltei do Brasil direto para o trabalho, mergulhei de cabeça na reforma do prédio histórico que receberia o Museu do CR7 em Turim. O primeiro dia de obra foi bem movimentado, com Hugo ficando a par de todo o projeto, Paula cuidando do planejamento, Marcelo Junior, o meu braço direito e mais conhecido como Cabeça, cuidando dos novos contratados e do alojamento dos funcionários de confiança dele, que ele trouxe da cidade do Porto diretamente para Turim. Nem preciso dizer que ele estava se sentindo todo importante.

Hugo depois de uma grande explicação de como andaria tudo, se sentiu muito confiante e participou de uma cerimônia interna, coisa da firma mesma, quando derrubávamos com a marreta, a primeira parte que seria demolida para a reforma. A primeira marretada sempre era minha, a segunda da Paula e a terceira desta vez, demos as honras ao Aveiro, era a primeira vez que um contratante participava deste momento.

- Lembrei-me dos meus dias em que trabalhei com construção. – Falou ele empolgado, enquanto andava pelos corredores.

- Está sendo maravilhoso trabalhar com você, Hugo. Explicar tudo para quem entende é tão mais fácil, que não fica achando que estamos a enganar, que de fato sabe como as coisas acontecem. – Abro um sorriso largo para ele.

- Confio em ti, são raros os Engenheiros que ficam cá, dentro da obra.

- Mais tarde você passa no escritório para assinar as documentações da Prefeitura? – Perguntou Paula interessada.

- Sim, passarei lá no escritório. Agora tenho que ir, preciso ver algumas coisas com a Juventus em termo de doação de peças para o Museu. – O Português se apressou em falar. – Fiquem bem raparigas! Até mais ver!

Nos despedimos dele, que saiu apressado. Dividir-se entre várias cidades, tornava a agenda dele bem corrida. Então assim que ele foi, caminhamos rumo ao escritório improvisado na sala onde seria o futuro escritório do próprio museu. O cabeça estava lá, terminando de organizar todos os papéis que tinha recolhido do pessoal. Ele tinha acabado de fazer o processo de seleção dos locais.

- Maria, acho que você deveria esclarecer isso com ele, chamar ele para conversar, dizer que a mídia está criando um mal entendido.

Paula começou o assunto do nada, me fazendo olhar para ela sem entender, até que resolvi dispensar com uma resposta direta.

- Não, ele que errou primeiro, então ele deveria vir até mim, pedir desculpas.

- Mas a mesma coisa que a mídia fez com você, fez com ele também, distorceu tudo. – Minha amiga ainda tentou argumentar.

- Vai dizer que até as mensagens foram uma distorção? – Olhei para ela desafiadora.

- Cabeça, me ajuda por favor! Convença essa cabeça dura a deixar o orgulho de lado! – Paula correu para pedir ajuda.

- Hãm? – Ele ergueu a cabeça tirando a atenção dos papéis. - Eu não vou é mesmo! Me tirem vocês duas dessas, eu não vou me queimar ficando do lado de uma de vocês ou saindo contra o Melhor do Mundo.

- CABEÇA! – Minha amiga reclama e eu abro um sorriso orgulhosa com meu braço direito.

- Não adianta dona Paula! Não vou tomar partido, a única coisa que eu posso dizer é a culpa é do Argentino.

Estreitamos as sobrancelhas, não entendendo o que ele queria dizer.

- Argentino? – Não resisti e perguntei.

- Sim, depois que começou a andar com ele, aquele que vocês não querem que eu diga o nome, - articulou com a boca "CR7" - só deu confusão. Era melhor quando o melhor amigo dele era o Marcelo. Argentino não é de Deus, não. Aquilo num é companhia que se preste e muito menos bom conselheiro.

It's a man's world || CR7Onde histórias criam vida. Descubra agora