Entro na sala de interrogatório seguida por Jorge, ele ficou em pé próximo a porta, braços cruzados, olhar intimidador. Me aproximei da mesa enquanto Daniel me olhava, atentamente, a espera de saber como eu iria agir. Me inclinei sobre a mesa que nos separava, apoiando as duas mãos sobre a superfície lisa, aproveitei que ele estava algemado, então olhei nos olhos dele, não sei de onde resgatei a coragem, ele foi a pessoa que mais temi na vida. Então falei entre dentes, com uma ira por tanto tempo reprimida.
- Finalmente a justiça será feita. 4 anos depois e a justiça será feita. E aqui não é o Brasil, que você vai usar seus amiguinhos políticos para te tirar da cadeia, aqui eles não aceitam o seu papel de vítima da sociedade.
- Meu amor, não é nada do que você está pensando. Eu te amo. O que você fez com a nossa relação? Você não liga para o nosso amor? - Ele choramingava como a pobre vítima.
Dei uma porrada na mesa que fez ele dar um pequeno pulo.
- VOCÊ ME ESTUPROU! VOCÊ ME HUMILHOU DE TODAS AS FORMAS! VOCÊ ME FEZ SENTIR A PIOR MULHER DESSE MUNDO, AINDA ME SINTO A PIOR MULHER DESTE MUNDO, A MAIS FEIA E BURRA DE TODAS DE TANTO OUVIR AS MERDAS QUE VOCÊ VIVIA ME FALANDO! EU VIVI O INFERNO! - Berro toda minha revolta sobre ele, agora baixo para um tom ameaçador. - Eu vivi escondida por medo de você, da sua loucura, eu não tive vida! Agora eu tenho. - Lágrimas surgiram no meu rosto, era libertador saber daquilo. - Eu posso viver agora, por que sei onde você está e vou mover céus e terras para que você apodreça. Mas infelizmente homens como você acabam saindo da prisão. Então aqui fica o aviso. Se você tocar em mais um fio de cabelo meu, eu te prendo de novo, por que isso aqui não é Brasil.
- Ele não vai mais poder entrar na Europa, Maria. Depois que tudo isto ficar registrado nas autoridades. - Jorge me lembra.
- Agora você se sente toda poderosa, só por que é amiga desse burguês egocêntrico. - Ele fala revoltado. - Mas ele vai te usar e jogar fora.
- Não tome todos pela sua régua, e outra, você não tem mais o DIREITO de me tratar como lixo. - Dou mais uma porrada na mesa. - Eu tenho meu valor. Sou dona da minha própria vida. Dona da Porra Toda, mais do que você pode imaginar. Amigos querem me ajudar por que eu sou uma pessoa que vale a pena ser amiga. Diferente de você, que as pessoas te suportam por que você é um puxa-saco desgraçado, mas na verdade é uma pessoa totalmente desagradável. Se achava o Rei da Verdade, mas era dono de conhecimento de jornaleco militante, informação meia boca, pseudointelectual, sempre foi um bosta, arrogante que falava merda se achando o fodão. E tentava me calar por que te doía saber que eu era muito melhor do que você. Muito melhor. Mais inteligente. Você bem que tentou se formar em Engenharia, mas eu me formei, prazer seu zero à esquerda. Eu me formei pela Universidade do Porto. Aquela que você disse que não ia a lugar nenhum está na capa dos jornais por lançar grandes empreendimentos, enquanto você é um merda, um ser pequeno, preso na sua psicopatia. Morra com isso, morra engasgado com isso. Eu sou mais forte agora. Você tirou a minha mãe, minha família, meu lar, mas agora estou começando a ter tudo isso novamente.
- Eu não tomei a sua mãe. - Ele tentou argumentar.
- Tomou sim, com a sua teia de mentiras, tornando ela sua amiguinha. - Falava irritada.
- Que amiguinha nada, aquela velha filha da puta morreu sem me dizer onde você estava, ela dizia que ia morrer defendendo a filha dela. Pressionei até os últimos minutos e ela não abriu o bico. Aquela velha desgraçada!
- Respeita a minha mãe! E você vai pagar por tudo isso, vai pagar!
Me afasto da mesa bruscamente, e caminho até a porta ouvindo ele choramingar pedindo perdão, se fazendo de vítima, quando passo pela porta, Paula que estava em pé do outro lado do corredor, deixou bem claro que ouviu tudo. Por que ela tinha olhos largos, acho que ela também não sabia de onde havia vindo a minha força. A investigadora me olhava com admiração, com a moral de mulher lavada. Se virou para um policial e mandou levar o preso para a cela. Enquanto Jorge repousava a mão na minha costa e falava cuidadosamente:
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It's a man's world || CR7
FanfictionMaria João Costa é uma Engenheira Civil que vive em um mundo completamente masculino, que acabou a deixando um pouco "diferente" das outras mulheres. E talvez isso tenha atraído Cristiano Ronaldo, ao conhecer essa mulher não se encaixa em nada no pa...