It's a man's world || CR7

Capítulo 26: O Orgulho

Assim que Cristiano passou pela porta do meu apartamento, ela a bateu violentamente.

- Ias me contar quando sobre o miúdo? Ou ia ser surpreendido por ele me procurando quando chegasse a maior idade? – Ele pergunta irritado.

Eu me virei e o encarei, em pé no meio da pequena sala de Estar-Jantar, no pequeno apartamento a fúria dele parecia imprensada entre os móveis. Em pé, ali, com seu 1 metro e 87 centímetros, parecia tomar todo o espaço, entre a mesa redonda com quatro cadeiras e o sofá. Mas não me intimidei, com meus poucos 1 metro e 63 centímetros, ao contrário, coloquei as mãos na cintura, empinei um pouco o queixo, naquela postura de puro desafio. Por isso tinha decidido ter aquela conversa ali, longe dos meus funcionários, para que ele explodisse sem alardes, naquela hora, certamente meus vizinhos estavam a cuidar das suas vidas. E eu poderia enfrenta-lo do alto da minha petulância.

Ele ruminou em silêncio aquela raiva durante todo o trajeto de 10 minutos. E cada vez que lançava um olhar para minha barriga, sua mandíbula parecia travar cada vez mais, os nós das mãos que seguravam o volante estavam brancos, parecia que ele ia trincar a qualquer momento com tanta pressão. Não deixei de perceber que Cristiano havia escolhido o Lamborghini para ir me ver, assim como as roupas selecionadas todas dentro do meu gosto que ele conhecia também. O terno preto, com a blusa preta por baixo, jeans que generosamente moldavam as pernas dele, e o sapatenis que era marca registrada dele, isso eu não conseguiria mudar, por mais que tentasse. Estava muito alinhado, dentro do esperado no outono Europeu.

E eu ali, com um macacão jeans tradicional e uma blusa branca por baixo e sapatilhas, sem casaco, parece que a temperatura do meu corpo aumentara com a gravidez e não conseguia sentir calor, mas sim um fogo eterno, acho que eram os hormônios. Mas agora eu estava ali, em pé no meio da minha sala, olhando para o olho do furacão, sem saber como enfrenta-lo. Até que ele quebrou o silêncio novamente, falando com uma enganosa calma.

- Quando soubeste que estavas gravida?

- Quando estava cuidando da minha mudança no Porto.

- Ou seja...Tu já sabias quando nos encontramos pela última vez e não me disseste nada? – A voz subiu mais um tom. Oh-ow! Acho que alguém está começando a perder a calma.

- Eu ia deixar para contar quando chegasse em casa, em um jantar romântico. Mas antes disso você resolver ter, como posso colocar?...Um momento de relembrar o passado com sua ex-noiva, namorada, sei lá! – Falo irritada, pois a melhor defesa é o ataque.

- Isso não justifica nada! Eu merecia saber!...E como tu tiveste coragem de mesmo gravida ter um relacionamento com outro homem? – Ele pergunta chateado, deixando bem clara a decepção, o ciúme e a irritação. Só faltou urinar em volta de mim para marcar território dizendo: "Mim ser pai, filho meu, mulher minha, ninguém pode pegar". Faça mil favores! E ele pode sair se agarrando por ai?

- Eu não tive um relacionamento com o Alexandre, é o meu primo, nada mais. Foi um beijo que ele deu em mim quando nos despedimos e eu nem retribui. Nem tenho um passado com ele. Diferente de você que tem um passado com a sua ex. Um passado com uma filha diga-se de passagem. – Continuo mantendo a estratégia de focar no ataque e deixar claro que ele não tem moral para dizer nada.

- E resolveste então punir-me não contando? – Perguntou de forma ácida.

- Não. Apenas achei que não era relevante para ti. Já que tens a tua família.

Um forte baque com no tampo da mesa assustou-me, seguido de um Cristiano esbravejando.

- NÃO ERA RELEVANTE! E QUEM TU PENSAS QUE EU SOU? UM MOLEQUE? NÃO PODES ME COLOCAR PARA FORA DE UM ASSUNTO COMO ESTE! – Agora sei muito bem como aquele juiz se sentiu na copa, e olha que um Cristiano Ronaldo foi pra cima dele, esbravejando a centímetros da cara dele. Mas mesmo de longe, ele conseguia ser intimidador, chega a artéria que passa pelo pescoço estufou, parecia o Incrível Hulk sem a cor verde, mas igualmente intimidador.