Diferente de todas as outras manhãs completamente comuns da minha vida, eu acordei com um peso nas minhas costas que de cara já sabia quem era. Lica tinha uma mania peculiar de sempre dormir em cima das minhas costas e eu não fazia ideia do porquê.
- Lica?- Sussurrei tentando acordar a morena.
- Não, Sammy. Me deixa dormir.
- Eu preciso ir no banheiro.- Eu disse baixinho novamente.
Ela se virou para o lado resmungando, se eu não estivesse com tanta vontade de ir no banheiro até teria ficado, mas aquele não era o caso então fui ao banheiro rapidamente e voltei para o quarto. Ao sair do banheiro não encontrei Lica na cama então assumi que ela estivesse na cozinha. Ela realmente estava lá, escutando Panic! At The Disco.
- O que você fez com a minha Lica?
- Oi? O CD é seu. Só dei play no que tinha no rádio.
Dei de ombros começando a cantar Dancing's Not A Crime. Ela riu e voltou a fazer o que quer que ela fazia.
- Quer ajuda?- Ofereci abraçando sua cintura finalmente reparando que ela usava minhas roupas.
- Não, só sente e aprecie.
Sorri maliciosamente e ela riu revirando os olhos, sentei na cadeira e esperei pacientemente escutando o toque suave de The Weeknd.
- Que tipo de CD é esse que tem um monte de artistas esquisitos?- Lica perguntou colocando a comida na mesa e sentando na minha frente.
- Esquisitos? Oxe, me respeite.- Reclamei brincando.- Vou colocar umas músicas esquisitas de verdade pra você ver. O que você está escutando agora é The Weeknd, meu bem.
- Aham, continuo não sabendo quem é.- Ela debochou.
- Por que eu gosto de você mesmo?
- Eu sou incrível, meu anjo. Todo mundo gosta de mim.- Lica brincou.
Rimos juntas e depois de termos terminado de comer eu lavei a louça e ela foi arrumar o quarto. Eu sorri sozinha imaginando como seria se morassemos juntas, talvez fosse daquele forma e aquilo soava perfeitamente bem em minha mente.
- Ei, já acabou?!- Lica exclamou surpresa vendo que eu já havia até mesmo secado a louça e a guardado.- Dessa forma eu não vou deixar você ir embora nunca mais. Vou te fazer de escrava do lar.
Eu ri e dei de ombros passando por ela e me sentando no sofá da sala.
- E você vai me pagar como?- Perguntei.
Lica sorriu e sentou no meu colo com suas pernas uma de cada lado da minha cintura.
- Sexo...- Sussurrou com a voz arrastada quase como um gemido.
- Acho que vou gostar de ser escrava do lar.
Ela riu e quando eu pensei em avançar a porta foi aberta bruscamente por uma Tina aparentemente atordoada.
- Ei, o que foi? Senta aqui.- Lica foi a primeira a levantar e fazer Tina sentar no sofá.
Fui até a cozinha rapidamente pegando um copo de água para ela e a entregando assim que voltei para a sala.
- Eu...- Ela ia dizer algo mas parou do nada e sua cabeça caiu para trás de olhos fechados.
Por um segundo achei que ela tinha desmaiado e ai o desespero já bateu, mas ela logo abriu os olhos e suspirou.
- Tina, só fale de uma vez. Tô nervosa já.
Ela respirou fundo várias vezes e quando levantou sua cabeça que estava abaixada por longos minutos Tina me encarou profundamente e depois encarou Lica.
- Eu não consigo contar isso para vocês. Na realidade nem sei o que eu estou fazendo aqui.
Minha cara foi de confusão completa, que porra estava acontecendo? Por que Tina estava tão estranha? Eu até abri a boca para dizer mais alguma coisa porém Lica foi mais rápida.
- Miga, presta atenção. Só fale, vai ser melhor assim e aí a gente pode te ajudar. Tem haver com o bebê?
- Não, deus me livre ser alguma coisa sobre meu filho.- Ela respondeu acariciando sua barriga.- Eu preciso de mais água.
Na mesma hora eu me levantei escutando Lica dizer várias coisas do que poderia ser. Fui até a cozinha e tremendo coloquei mais água no copo, toda a feição preocupada no rosto de Tina havia me deixado nervosa. Agora já se passam mil cenários na minha mente e todos eles eram horríveis. Na verdade, preferia nem pensar no que poderia ser. Caso ao contrario iria ficar louca antes da hora.
- Aqui.- Eu disse estendendo o copo para ela que ainda mexia a perna nervosamente.
- Tá eu vou contar, só tenham paciência.
Lica e eu assentimos e sentamos no chão de frente para o sofá de forma que pudéssemos ver o rosto de Tina.
- Eu fui no hospital, estava lá alguns minutos atrás ainda tentando digerir tudo que eu li.
- Céus, ninguém vai morrer né?- Lica a interrompeu. Tina se limitou a negar com a cabeça.
Eu fechei os olhos apertando-os e rezando para não ser nada tão ruim como eu imaginava.
- Agora chegamos na parte importante. Não surtem, mas....
CONTINUA
Heyo guys, não me matem. Pretendo voltar logo o próximo capítulo. Espero que estejam gostando, o que vocês acham que é? Obrigada pelos quase 700 views!! Vocês são incríveis. Bayy, love ya.
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Feel It Still 《Limantha》
RandomEu ainda sentia tudo aquilo. Aparentemente três anos não são o suficiente para esquecer um momento e tudo que eu mais queria era coragem pra me abrir ou então forças para seguir em frente... Seria ela capaz de me amar de volta?