Girlfriends

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Terceiro Mês

Três meses, faziam três meses que minha vida havia dado um giro de 360°. Lica já estava no seu terceiro mês de gravidez e seus hormônios estavam me deixando louca. Falar com ela era literalmente como falar com um campo minado, um passo em falso e bumm! Explodiu.

- Samantha. - Ao escutar meu nome ser pronunciado eu apertei os olhos virando na direção dela lentamente.

- Sim?

- Acha que vai ser um menino ou uma menina? - Respirei aliviada ao notar que era uma pergunta simples.

- Acho que vai ser uma menina, mas queria que fosse um menino. Sabe, pouco me importa eu vou amar de qualquer forma.

- Acho que vai ser um menino... - Ela sussurrou observando sua barriga.

Apesar de não ter completado nem 4 meses a barriga de Lica já estava bem gradinha para o que era e suas bochechas também, ela estava linda.

- Ai, amor... - Suspirei. - Eu nem ligo sabe? Se parecer com você eu já vou ficar apaixonada.

Ela riu baixinho e ajeitou sua blusa vindo até mim. Ela passou os braços pelo meu pescoço e eu sorri beijando sua bochecha.

- Você fica linda assim, sabia? - Eu ri negando, eu estava normal. Um jeans preto, uma blusa social chumbo e um vans novo. - Toda sexy e arrumada, como eu te deixo ir trabalhar assim?

Foi a minha vez de rir, um mês atrás eu finalmente havia começado a trabalhar em um escritório de psicologia, não fazia sessão nenhuma ou algo de genero. Mas ajudava a pagar as contas e a conta do hospital que Lica insistia em rachar comigo.

- Porquê eu tenho um apartamento que não se paga sozinho. - Eu respondi beijando sua testa e lhe dando um selinho me afastando lentamente. - E... eu estou atrasada, quer que eu compre algo na volta?

Ela negou e eu somente sorri mais uma vez na sua direção e sai do quarto, mas não sem antes repetir o processo e dar mais um beijo em sua testa e lhe dar um selinho. A gravidez havia deixado Lica um tanto quanto carente, mas eu já estava aprendendo a lidar com isso. Só esperava sobreviver até os 9 meses.

[...]

- Samantha, telefone pra você. - Ruby na mesa ao meu lado disse.

Peguei o telefone na minha mesa e esperei ela transferir a ligação.

- Alô?

- Sentiu minha falta, sapatonazinha?

- Felipe? - Meu corpo inteiro gelou.

- Surpresa! Achou mesmo que ia se livrar de mim tão facil?

- Achei que você já tinha era morrido. - Minha voz era de tédio e a dele era cortada e estranha, parecia até que.... Não, eu não acreditava que Felipe seria capaz de cair nas drogas daquela forma.

- Você se acha muito engraçada né? Esse é meu primeiro aviso, se afaste de Lica e tudo fica bem.

Não tive tempo nem de abrir a boca para responder, ele simplesmente desligou e eu fechei os olhos me jogando de costas na cadeira. Onde eu estava me metendo?

[...]

- Amor?! - Gritei entrando em casa.

Esperei e esperei por longos minutos mas não tive resposta, meu peito já apertou e eu corri escada acima não encontrando Lica.

- Lica?! - Gritei novamente.

Ela não respondeu, eu já estava desesperada. E se Felipe havia sequestrado ela? Ele chegaria a tal ponto, certo? Corri escada abaixo e finalmente encontrei ela do lado de fora da casa brincando com a água em seus pés.

- Meu deus, Lica. Não me assusta assim.

Ela virou me olhando confusa, sorri ao ver que ela estava bem e sentei ao seu lado sem me importar em estar molhando meu jeans.

- Mas eu não fiz nada, eu hein.

- Eu sei que não, é só que imagina meu desespero quando chamei seu nome quinhentas vezes e você não respondeu?

- Ah, desculpa. A porta estava fechada e ai eu não escutei nada.

- Você está se sentindo bem? Teve muitos enjoos de tarde? A Tina veio aqui?

- Deus, Sammy. Calma, eu não quero que minha namorada morra então respira. Sim, a Tina veio aqui e eu estou bem.

Eu fiquei encarando seu rosto sorrindo, então ela também chamava o que tínhamos de namoro. Era real demais, eu estava muito apaixonada.

- Sammy? Está me escutando?

- Oi? Sim, sim.

- E então que acha?

- Acho ótimo. - Eu disse sem nem saber o que era.

Ela sorriu e então riu de forma gostosa de se ouvir, talvez ela tivesse notado que eu não havia prestado atenção em nada.

- Então tá bom... - Não ligando para o momento ou assunto eu simplesmente a beijei.

Ela sorriu em meio ai beijo, naquele momento eu não ligava. Mas mal sabia eu que eu deveria ter debatido o assunto sobre o qual ela falava.

Feel It Still 《Limantha》Onde histórias criam vida. Descubra agora