What A Heavenly Way To Die

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Sexto mês

Já iriam fazer uns 15 minutos que somente observava a visão na minha frente, Lica babava no filho de Tina e eu babava nos dois. Nosso afilhado havia nascido na madrugada passada, ele era a mistura perfeita de Tina e Anderson.

- Amor, ele é tão pequenininho. - Sussurrou minha namorada segurando Samuel em seus braços.

Eu sorri me aproximando e passando meu braço pela cintura de Lica para que eu pudesse ve-lo melhor.

- Será que os nossos também vão ser tão pequenos? - Ela sussurrou ainda encantada.

Eu dei de ombros sorrindo largamente, Samuel era a coisa mais fofa.

-Ei, já tá bom de babar na minha criança né? Eu quero segurar ele também. - Tina reclamou.

Eu e minha namorada demos risada
entregando-o com cuidado. Ficamos mais um tempo com Tina e Anderson, mas logo saímos para que eles pudessem receber mais visitas.

- Podemos ir pra casa? Eu estou muito cansada. - Pediu a morena ao meu lado.

Eu nada disse somente me despedi de quem estava ali para ver Tina e esperei pacientemente enquanto minha namorada fazia o mesmo. Abri a porta para ela e em poucos minutos estava dentro do carro escutando Animal do Troye Sivan.

-Eu amo essa música.

- Eu também, me lembra você. - Eu disse acariciando sua mão que estava entrelaçada com a minha e apoiada em sua coxa esquerda.

De canto de olho pude notar Lica ficar coroada e sorrir largo, eu era trouxa até pelo sorriso daquela mulher.

- Eu amo o seu sorriso. - Soltei sem conseguir segurar.

- Eu odeio quando você faz isso.- Ela disse porém eu notei o sorriso em seu rosto.

- Faço o que?- Me fiz de sonsa.

- Me deixa com vergonha. - Ela disse ficando ainda mais vermelha.

Eu ri alto ao mesmo tempo em que parava o carro. Entramos no elevador e quando finalmente saímos dele, eu parei em frente a porta sentindo um calafrio estranho correr minha espinha.

- O que foi, Sammy?

- Eu não sei...Eu tô com esse pressentimento ruim de entrar no apartamento. 

- Não deve ser nada, amor. Mas segura isso. - Lica disse me dando uma chave de fenda.

- Eu deveria perguntar o porquê de você andar com um negocio desses na rua? 

- Não agora.

Eu suspirei e finalmente abri a porta, mesmo que tudo em mim dissesse o contrario. Tudo que encontramos atrás da porta foi a escuridão do frio apartamento, adentrei ele com Lica atrás de mim. Quando constatei que não tinha nada demais fui surpreendida pela luz se acendendo sozinha.

- Achei que não iam voltar pra casa hoje. - Merda. Felipe estava sentado no sofá, sua cabeça baixa.

De cara notei que ele tinha algo nas mãos e logo pensei em como tirar aquilo dele não importava o que fosse.

- Se eu fosse você não tentaria nada comigo, Samantha. - Sua voz estava cortante e esguicha. 

Olhei para minha namorada notando que ela segurava seu celular com força e parecia digitar nele, mas apesar disso sua mão estava baixa e mal se notava que ela tinha o aparelho em mãos.

- O que faz aqui, Felipe? - Perguntei decidindo que distrai-lo era a nossa melhor opção.

- O que faço aqui? Você já foi mais esperta, Samantha. - Dizendo isso ele se levantou.

Analisado seu rosto eu tive oportunidade de confirmar o que eu já esperava, Felipe estava tendo uma crise de abstinência. Do que era eu não fazia ideia, mas seu rosto cansado, magro e sujo denunciavam como haviam sido seus últimos meses. 

- Eu quero dinheiro, puta. - Me segurei com todas as forças para não avançar nele. - Solte essa chave de fenda e joga longe, antes que as coisas piorem. - Ele disse olhando para Lica que se encolheu. 

Diferente de um tempo atrás, Felipe não me assustava mais porém eu soltei a chave de fenda jogando ela longe . Lica sabia que ele não me assustava e ela sentiu que eu estava perdendo minha paciência pois logo segurou meu braço. 

- Eu não te devo nada, tudo que mais quero é te ver queimar no inferno, Felipe. 

Ele riu sarcasticamente e em um movimento rápido dele, eu estava prensada na parede com o metal gelado da faca em minha garganta. Eu engoli seco sentindo a faca se apertar em meu pescoço.

- Você acha muito durona, não é mesmo? Desde a Bahia, sempre se achando superior e marrenta. 

Eu teria dito algo, mas ao mover qualquer músculo da minha garganta ou pescoço sentia a faca mais pressionada na região. Então continuei calada encarado a feição de Felipe, seus olhos dilatados e opacos. Era arrepiante olhar para ele e apesar de ter me preparado meses para aquele encontro lá estava eu presa.  Eu fechei os olhos com força, não estava profundo mas eu sentia meu sangue começar a escorrer pelo  meu pescoço, ao abrir os olhos me assustei ao ver que Felipe mantinha uma arma apontada para Lica. De onde ele havia tirado aquilo? Minha namorada não estava mais em seu local de antes então ela devia ter tentando pegar a chave de fenda e agora estávamos nós duas de refém. Me perguntei qual era o nível de vicio de Felipe para ele ameaçar a mãe de seus filhos. Eu não tive muito tempo de pensar em tal coisa já que a porta do meu apartamento foi arrombada em questão de segundos. No susto Felipe soltou a faca me dando tempo de chutar o objeto longe. Eu tossia e já me sentia tonta, mas somente me acalmei ao ver que era a policia. Lica provavelmente havia dado um jeito de contatar eles na hora que ela digitava algo no celular. Eu escorreguei chão abaixo tossindo igual uma condenada. Sentei no chão e me surpreendi ao ver Anderson ali, ele devia ser quem havia chamado a policia. 

- Amor? - Meus olhos lutavam para se manterem abertos, escutava a voz de Lica e, mesmo estando tonta, eu sorri.

- Eu estou bem, babe. - Menti, eu não estava nem um pouco bem.

Meu pescoço ainda sangrava e eu sentia que cada vez que eu respirava saia mais sangue. Estava tentando mas eu não conseguia manter meus olhos abertos mais. Minha namorada mantinha meu corpo em seus braços e eu me sentia em paz apesar de toda a dor que estava sentindo. Eu não fazia ideia do que iria acontecer comigo, mas eu sabia que se fosse para morrer  a forma como eu estava, nos braços de Lica, eu iria em paz. Era a forma mais celestial de morrer.

E então? O que acharam? Particularmente eu não gostei muito, mas é isto. Eu espero que tenham gostado, não pretendo demorar pra voltar. MANOOOO VOCÊS VIRAM QUE A GENTE ATINGIU 2K? Eu amo vocês pra caralho, obrigada por acreditarem na fanfic e lerem ela. Bayy, love ya.

Feel It Still 《Limantha》Onde histórias criam vida. Descubra agora