Don't Lie

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Já iriam dar 20h30, eu estava pronta faziam algumas horas, o pai da minha namorada havia ligado para mesma afim de avisar sobre sua vinda, o que a deixou ainda mais nervosa. Me deixava incomodada o fato de saber o que meu sogro pensava sobre relacionamentos homoafeitvos e que ele provavelmente iria surtar.

- Está tudo bem? - Perguntei para Lica.

- Como se eu precisasse responder. - Foi sarcástica, é havia sido uma pergunta idiota.

- Vai ficar tudo bem tá? Eu estou aqui.

- Ele vai me matar, Sammy.

- Eu não vou deixar, Lica a gente já passou por muita merda pior. Relaxe, pensamento positivo. - Eu disse tentando passar uma calma que eu mesma não estava sentindo.

A campainha tocou me livrando de pensamentos distantes. Deixei um beijo no ombro nu de minha namorada e sai do quarto, os gêmeos estavam com ela.

Abri a porta com o sorriso mais falso que já tive. Edgar estava com seu estilo, aquele bigode de porteiro que meu sogro insistia em deixar crescer, seu terno slim e os cabelos perfeitamente arrumados.

- Boa noite. - Ele disse serio. Credo, sua voz era arrepiante.

- Olá... - Disse baixinho dando espaço para ele.

Pude notar Edgar analisar cada canto do apartamento, como se estivesse inspecionando. Eu respirei fundo antes de ir até o meio da sala que era onde ele se encontrava.

- O senhor aceita algo? Uma água, vinho...

- Um vinho. - Ele me cortou.

Sai dali rapidamente, minha vontade era de jogar tudo para o alto e mandar aquela canalha embora. Voltei para sala e entreguei o vinho em sua mão.

- Eu vou ver se Lica precisa de algo. -Declarei subindo rapidamente.

Felizmente nosso apartamento era de dois andares (amém herança). Abri a porta do quarto e encontrei minha namorada amamentando Aurora.

- Hey...

- Ele já está lá embaixo certo?

Assenti com a cabeça vendo Lica suspirar e colocar Aurora para arrotar. Peguei Arthur que logo levou suas mãos para o meu cabelo, ele tinha alguma coisa com minhas mechas, já tinha notado que o pequeno amava mexer em meu cabelo.

- Podemos descer? - Perguntei.

Ela concordou com a cabeça dando um beijinho na cabeça de nossa filha e me dando um selinho antes de sair andando na minha frente. Quando adentramos na sala novamente, meu sogro já estava sentando no sofá. Ele fazia algo em seu celular e parecia distraído.

- Edgar... - Sim, minha namorada não chamava o seu pai de pai.

- Heloisa, quanto... - Minha sogro parou sua fala ao notar os gêmeos em nossos braços. - Quem são? - Ele perguntou.

- Seus netos. - Minha namorada sussurrou.

Eu adorava a forma como não importava o tamanho do medo, Lica sempre acabava sendo direta.

- Meus o que?!

- Seus netos, Edgar. Quer que eu desenhe?

- Como...Como foi que...

- Ah, por favor. Você sabe como aconteceu. - Ela interrompeu ele.

- Quem é o pai? - Meu sogro perguntou já revoltado.

- Felipe. - Respondeu Lica, mais seria do que nunca.

- E cadê este imprestavel?

- Primeiro de tudo: Não é que eu não concorde, mas respeito as crianças. Segundo: Felipe não faz parte de nossas vidas.

Meu sogro parecia perdido. Não sabia se ele queria gritar, bater em minha namorada ou se jogar da janela.

- Não tem desemprego nenhum, não é mesmo?

- Não. - Respondi simples e categórica.

- Estão juntas não estão? - Edgar parecia desolado, mas pelo fato de ele não estar fazendo show eu já achava incrível. - Sua mãe não mentiu... Ela não...

- Minha mãe te contou?

- Quando ela soube que eu vinha te ver, Marta me contou tudo. Eu não acreditei mas agora vejo... Você foi convertida, minha filha.

- Eu fui o que?! Ah, mas você vai ver quem...

Interrompi Lica com um olhar, ela pareceu voltar me si e manteve sua falsa pose de plena.

- Não fui convertida, eu nasci assim. Você só me manteve presa demais com medo de que eu me libertasse.

Edgar respirou fundo, ele parecia não querer brigar acho que por conta das crianças.

- Quer saber? Eu não ligo, quando você estiver voltado a ser minha filha me ligue. Porquê essa garota na minha frente - Apontou para minha namorada - Não é minha filha e jamais vai ser.

Meu sogro não precisou gritar para assustar meus filhos, seu olhar e tom gélidos foram o suficiente para fazer os gêmeos chorarem. Ele olhou para nós duas mais uma vez antes de finalmente sair do apartamento batendo a porta. Eu não sabia dizer quem chorava mais, os gêmeos ou minha namorada. Respirei fundo tirando  Aurora do seu colo, coloquei-a no cercadinho junto com arthur e puxei a poltrona para perto deles. Subir rapidamente pegando meu violão. Havia pensado em uma maneira de fazer os três se acalmarem. Sentei minha namorada na poltrona e peguei um banquinho sentando no mesmo e começando a dedilhar Mountains do Message To Bears.

And we could run away
Before the light of day
You know we always could
The mountains say, the mountains say

And we could run away
(E nós poderíamos fugir)

Before the light of day
(Antes da luz do dia)

You know we always could
(Você sabe que nós sempre poderíamos)

The mountains say, the mountains say
(As montanhas dizem, as montanhas dizem)

And we could run away
(E nós poderíamos fugir)

Before the light of day
(Antes da luz do dia)

You know we always could
(Você sabe que nós sempre poderíamos)

The mountains say, the mountains say
(As montanhas dizem, as montanhas dizem).

Aos poucos eles se acalmaram e eu respirei fundo agradecida por ter dado certo. Quando menos vi já estávamos deitados (nós três) na cama que eu e Lica dividiamos prontos para dormir. E felizmente foi assim que aconteceu não levamos mais que 15 minutos e estávamos dormindo.

Hello guys, gente essa musica é um hino precisei colocar no capitulo kkkk perdão os erros não deu para revisar mas corrijo depois. Espero que tenham gostado. Caraaa tem 3k de leiturass, eu estou morta tipo muito, muito obrigada a todos. Love ya.

Feel It Still 《Limantha》Onde histórias criam vida. Descubra agora