Alguém como você.

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    Felipe é um homem bem sucedido, do tipo determinado a conquistar tudo o que quer, nunca foi acomodado, sempre correndo atrás de seus objetivos, por essa razão havia conquistado o coração de Luan a qual estava noivo, os dois já faziam planos para um casamento próximo, Luan era o grande amor da vida de Felipe e ele não via a hora de ser de fato o seu marido oficialmente.
O rapaz era simplesmente o maior fã de seu noivo, pois pessoa mais humana não existia, Luan era médico e havia criado uma campanha para doadores de órgão, com isso ele tentava convencer as pessoas a se conscientizarem a respeito da causa.
Ele e Felipe inclusive fizeram juntos a sua declaração de doadores.

Infelizmente as pessoas ainda eram muito desinformadas a respeito desse assunto e com isso muitas oportunidades acabavam passando, pois, os familiares não autorizavam a doação.

Era um domingo um rapaz havia sofrido um acidente, por mais que Luan tentasse salvá-lo isso se tornou inviável quando o rapaz teve a morte encefálica decretada.

A parte mais difícil daquela profissão era anunciar aos familiares a morte de algum ente querido, Luan entendia bem, porém, ao informar ele tocou no assunto sobre doação, em um ato de pura revolta, Luan teve seu rosto golpeado pela mãe do rapaz que lhe desferia um tapa.

A enfermeira assistente de Luan o levou ao seu consultório pois ele sem ação ficava ali na frente da família do falecido ouvindo ofensas se sentindo triste e frustrado.

Foi dessa forma que Felipe o encontrou naquela tarde, cabisbaixo, calado, eles haviam marcado o encontro para fazer o ensaio do casamento dos dois. Felipe logo percebeu que algo não estava bem, mas não se pronunciou, sabia que nesse momento Luan preferia ficar mais silencioso, Felipe queria respeitar esse momento do noivo.

Durante todo o percurso Felipe permaneceu em silêncio, vez ou outra levava a mão de Luan aos lábios a beijando, essa era a melhor forma dele mostrar que estava ali ao lado dele, mas lhe cortava o coração quando Luan começava a chorar e só então ele não resistia a dizer:

_ Amor, por favor não fique assim.

_ É triste como as pessoas ainda não conseguem entender Felipe, a morte não é o fim, quem doa um órgão tem a oportunidade de dar continuidade a vida nesse mundo em outro corpo, são vinte vidas que poderiam receber esses órgãos e não vão por que eu não fui capaz de convencer a família do meu paciente que veio a óbito, não foi somente ele que eu perdi... foi a oportunidade de ajudar essas vinte vidas.

_ Eu sei Luan, eu sei o quanto isso é importante para você, mas amor, você não pode se responsabilizar ...

_ Esse é o erro Felipe, as pessoas pensam exatamente assim, que não são responsáveis, é um ato de amor... Uma pessoa que doa o seus órgãos está exatamente salvando outras vidas e distribuindo amor.

_ Luan, eu sei, não interprete minhas palavras erradas, mas... você não pode dar a notícias da morte de alguém a seus familiares e em seguida dizer que ele pode salvar vinte vidas, as pessoas não estão preparadas para isso entendeu?


_ Eu não tinha escolha, aquele era o único momento que eu tinha para falar com eles, eu não podia desperdiçar nem mais um minuto, se os familiares dessem o consentimento iríamos fazer todo o procedimento rapidamente para salvar essas vidas, mas a mãe dele não entendeu.


Eles estavam parados em um sinal fechado, Felipe então aproveitou para abraça-lo retirando o cinto de segurança de Luan para puxá-lo para um beijo, por essa razão, por esse momento de distração ele não reparou que uma carreta vinha em sua direção, exatamente ao lado em que Luan estava.
Uma carreta desgovernada vinha em alta velocidade, para cima de seu carro, ele apenas teve tempo de arregalar os olhos quando o impacto fez com que o seu carro fosse arrastado pela estrada.

Levados ao hospital, Willian logo foi contatado.

***

No mesmo hospital em ala diferente se encontrava Michael, um jovem enfermeiro, o rapaz passava a maior parte de seu tempo cuidando de seu irmão que estava adoentado, quando não estava no hospital estava ajudando a mãe ou a amiga Liliane no orfanato.
O que Michael ganhava como enfermeiro ele pagava o tratamento do irmão, os remédios eram caros e muitas vezes Liliane complementava com um pouco de dinheiro, Michael não gostava muito pois sabia que a moça também tinha os seus problemas para se preocupar com os dele.

Michael namorava Kennedy a dois anos eles eram muitos apaixonados e faziam planos para um casamento próximo, o rapaz lhe jurava amor eterno e lógico Michael se sentia extremamente feliz ao seu lado, os momentos mais felizes que ele sentia era os momentos em que estava com Kennedy e aquele dia os dois iriam a montanha para presenciar um evento que só acontecia a cada dois anos.

Kennedy abraçava Michael pela cintura se colocando atrás de seu corpo, o moreno apoiava a cabeça no peito do outro enquanto emocionado fazia um pedido quando visualizava o primeiro meteoro cair sobre a terra.

_ Eu peço que todas as vezes que esse evento acontecer eu esteja ao seu lado.

Depois ele se virava para Kennedy perguntando:

_ Promete, que todas as vezes viremos aqui para presenciar isso Kennedy, promete que daqui a dois anos nós dois estaremos aqui vendo a chuva de meteoros?

_ Prometo que todas as vezes que acontecer viremos ver, a próxima e a próxima e a próxima....

Nesse momento Kennedy beijou-lhe os lábios demoradamente serpenteando a língua em sua boca, o abraçando em seguida, eles dormiram em uma cabana que Kennedy havia armado, mas antes ficaram abraçados a luz do luar, os beijos trocados, as carícias compartilhadas deixava Michael ainda mais apaixonado.

Kennedy tinha o poder de fazer Michael esquecer de todos os problemas que enfrentava, e vivenciar aquele momento mágico ao lado do homem a qual amava era simplesmente um sonho para ele.

Kennedy também estava feliz, havia sido contratado pelo shopping The Peak, um dos líderes de venda, equivalente a ele só existia um concorrente do mesmo porte que vendia tanto ou mais que o The Peak que era o Big City.
O bom dessa concorrência era sempre as promoções que eles lançavam, Liliane vivia aproveitando todas elas.
***


Dois anos depois: