Dois anos depois:
O trauma sofrido por Felipe ainda era difícil de aceitar, a morte de Luan ainda mexia com os seus sentimentos, e por essa razão ele se recusava veementemente a ser submetido a uma cirurgia de transplante de córnea, ele deixou-se consumir pela tristeza e nada do que Willian, seus pais e Thalia falasse o fazia mudar de ideia. Ele dizia que era injusto ele enxergar o mundo quando havia sido o responsável pela morte do seu grande amor.
Felipe se sentia culpado e não se perdoava por ter se distraído naquele momento, mesmo que o motorista da carreta estivesse alcoolizado e havia dormido no volante se ele estivesse atento ele teria recuado ou avançado o carro e Luan ainda estaria ali ao seu lado, tudo o que ele queria era ter evitado aquela batida:
_ Felipe, você não pode ficar sempre se consumindo por esse sentimento meu amigo, infelizmente o Luan se foi e como era a sua vontade seus órgão foram doados, vidas foram salvas pelo seu ato de amor, ele morreu mas você não, você sobreviveu Felipe – dizia Willian com cuidado _ entretanto você se recusa a viver, meu amigo eu não estou pedindo que o esqueça, isso eu sei que é impossível, mas você não pode ficar só nessa cama, você prometeu ao Luan que seria um vitorioso que colocaria o Big City no topo da lista – apelava o rapaz sabendo que Felipe se preocupava mais com os outros do que consigo mesmo _ meu amigo desde que o Luan morreu você não reage, sabe quantas pessoas dependem de você, dependem daquele emprego mais de dez mil funcionários, dez mil Felipe.
_ Eu sei Willian, já fazem dois anos que você vem me falando isso, você não consegue entender, como eu posso viver, como eu posso ver o mundo como eu via, agora sem o Luan?
Willian sofria junto a dor de Felipe, pois desde a morte do Luan ele se transformara em uma outra pessoa, ansioso, sôfrego, calado, diferente daquele Felipe alegre e confiante que sempre foi.
_ Quem sabe se você aceitasse a fazer a cirurgia...?
_ Não, não recomece essa história Willian, eu não farei a cirurgia e ponto final, não insista mais nesse assunto.
_ Eu não irei desistir de você Felipe, seu nome está na lista até lá eu darei um jeito de convencê-lo. Eu não aceito te ver assim, acha que o Luan ficaria feliz em ver você assim?
_ Willian, eu sei que quer o melhor para mim e eu agradeço, mas não é justo... não é justo você falar do Luan depois de tudo o que sabe que aconteceu, ele morreu por minha causa.
_ Você não foi responsável Felipe, o motorista dormiu por que estava bêbado, ele veio em alta velocidade para cima de vocês.
_ Se eu estivesse atento... eu não podia ter me distraído, eu quis consolar o Luan e não reparei quando ele vinha para cima de nós.
Ele tinha tanta dor, tanta culpa no tom de sua voz que Willian não prosseguiu o assunto.
Eram poucos os que sabiam que Felipe não enxergava, ele mantinha isso em secreto pois como chefe executivo oficial do Big City os acionistas poderiam duvidar de sua capacidade e acabar se associando ao shopping concorrente que só estava esperando uma oportunidade para prejudica-lo.
Durante seis meses depois que fechava o shopping, Felipe, Willian e Cindy uma das funcionárias ficavam treinando milimetricamente cada passo que Felipe teria que dar da entrada do shopping ao salão principal pois haveria um evento promocional e esse evento reuniriam muitos jornalistas e desde o acidente eles estavam curiosos para descobrir se as especulações em torno de sua deficiência era verídico ou apenas boatos.
Felipe treinava cada passo, os nomes das lojas, e até quem supostamente poderiam encontrar por lá, mas isso se tornava fácil quando fazia só entre os três, mas o grande desafio aconteceria no grande evento que se aproximava.
***
Já fazia alguns meses que o irmão de Michael havia deixado o hospital, embora ele tivesse a saúde fragilizada ele resolveu se dedicar ao sacerdócio então Michael só o via raramente quando ele vinha visita-los, quem não havia gostado dessa história era a mãe deles que sempre teve o sonho de ter netos, e via esse sonhos ficar cada vez mais longe de acontecer, afinal Michael era gay e João resolvia se tornar padre.
Durante dois anos as mudanças que ocorreram na vida de Michael não foi apenas a saída de João do hospital mas também o seu relacionamento com Kennedy havia se esfriado e muito, embora o rapaz não quisesse enxergar essas mudanças atribuindo o jeito frio e esquivo de Kennedy ao cansaço do trabalho, Liliane era a que mais tentava abrir os seus olhos dizendo que o namoro dos dois era um namoro abusivo, Kennedy só o procurava quando queria algo, quando precisava que ele limpasse o seu apartamento que havia ganho do shopping em uma campanha, e apesar de namorá-lo por tanto tempo, Michael não recebeu uma cópia da chave, e toda vez que vinha ao apartamento de Kennedy tinha que ser anunciado para saber se podia subir.
Como sempre Liliane reclamava dele por mais um encontro desmarcado e para compensar Michael ela lhe oferecia um cupom para uma sessão de massagem que havia ganho em uma das compras que fizera no Big City.
Esse cupom estava marcado para aqui dois dias o dia em que aconteceria o grande evento anual promocional no Big City.
Logo na entrada estava um alvoroço pois jornalista de tudo quanto era emissora estava presente para televisionar o grande evento.
Liliane fazia o rapaz parar em cada loja para ver o preço de uma coisa aqui outra ali e assim foram seguindo.
Um aglomerado de pessoas fotografava um rapaz que Michael não conseguia ver quem era mas deveria ser alguém importante por que vários flash e todas as câmeras estavam voltados a ele, só sabia dizer que era um rapaz por causa das conversas das pessoas que diziam _"Ele chegou, ele chegou".
Independente de quem fosse, Michael estava alheio a esse fato se preocupando na conversa com Liliane que tagarelava ao seu lado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Alguém como você.
RomanceBaseado no drama Taiwan Someone Like You (auto recomendo é uma ótima história eu simplesmente me apaixonei, infelizmente retiraram do youtube e agora vocês só encontrarão no drama fever farei a minha versão gay, tentarei manter o teor da história...