Alguém como você.

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Felipe e Michael compartilhavam momentos maravilhosos, Felipe não se envergonhava de apresentá-lo como seu namorado a quem quer que fosse, o levava para o cinema, para  o shopping, andavam de mãos dadas, e até se beijavam em público, coisa que jamais fizeram com Kennedy, o contraste entre Felipe e Kennedy ficava a cada dia mais evidente. 

Até cozinhar para Michael,  Felipe cozinhava. O namoro dos dois estava ficando mais sério a cada dia que passava, ambos mais apaixonados. 

Na cozinha Felipe não aceitava a ajuda de Michael que fazia bico:

_ Vai Felipe, deixa eu te ajudar.

_ Não!

_ Por que?

_ Por que eu sou o responsável pelo jantar hoje. 

_ Mas é tão tedioso ficar assistindo você cozinhar sem fazer nada.

Michael circulava a mão na cintura de Felipe reclamando:

_ Vai, por favor. Me deixe ser o seu assistente, eu prometo que não roubarei  o seu papel principal. Por favor....

_ Certo - ele entregava a faca para ele cortar os legumes _ cuidado que essa faca está afiada.

Michael cortava os legumes, dessa vez era Felipe que o observava, e foi também ele que o abraçava a colar seu corpo por trás do dele, o jantar foi totalmente negligenciado pelo beijo que se seguiu.

Felipe invadia com a mão a deslizar pelo corpo de Michael por baixo de sua blusa, a sentir a pele nua por sobre o contato, obedecendo ao próprio instinto o moreno virava o corpo ainda preso ao seus braços e deixava ser beijado de forma avassaladora,  dominado pelo desejo que os consumiam, suas roupas foram sendo retiradas e logo os dois estavam deitados ali mesmo no sofá da sala onde Felipe tinha o peso de seu corpo por sobre o de Michael.  Com suas bocas a procura um do outro as carícias tiravam toda a sanidade que ainda possuíam, os gestos mais tímidos de Michael deixava sua Felipe a flor da pele  o abrasamento de seu corpo impulsionavam a explorar ainda vez mais o corpo de Michael, sem nenhum pudor seus corpos foram se colando entre os beijos e os abraços se moldando até que se conectasse em plena uniam. O calor que emanava  de seus corpos revelavam todo o tesão que um sentia pelo outro, gemidos clamorosos eram entoados durante o ato, a transpiração de seus corpos, o arrepios causados pelo explorar de suas bocas, a respiração ofegantes eram os sinais de que tanto Michael quanto Felipe estavam preste a chegar ao êxtase do prazer, Michael foi o primeiro a expelir o espesso líquido seguido de Felipe que deixou o peso do corpo tombar para o lado após chegar ao auge do seu deleite, selando aquele momento com mais um beijo. Ambos ficaram ali abraçados, em silêncio até que suas respirações se normalizasse pois ela estava irregular. 

Eles passaram a noite toda juntos, namorando. Felipe era tão carinhoso que Michael não queria deixá-lo, mas a obrigação os chamava e por essa razão foram ao shopping no dia seguinte e encontraram André por lá: 

_ Felipe quero te agradecer pela última vez, quando o André passou mal você o ter levado ao hospital, felizmente você o levou a tempo. 

  O pai de André que o acompanhava agradecia Felipe por ter ajudado o filho a última vez o levando para o hospital:  

_ Foi o Michael que o acompanhou. 

_ De qualquer maneira, obrigado.

_ E como ele está agora?

_ Agora ele está bem. Mas as pessoas que fazem um transplante de coração, tendem a serem mais fracos.

_ Transplante de coração?

_ Sim.

_ O André fez um transplante de coração?

_ Sim, pensando nisso agora, sua operação quase deu errado, ele teve muita sorte.

_ Muita sorte?

_ Eu nunca esquecerei aquele dia, era vinte de novembro, a dois anos atrás, toda a cidade teve uma falha na energia, naquele dia o André estava esperando o coração doado de um rapaz que havia falecido em um acidente, mas devido a falha de energia, eu pensei que eles não teriam como eles terminar a operação, felizmente o hospital tinha um fornecimento de energia reserva, isso realmente me assustou. 

 Felipe começava a pensar  e de repente tudo aquilo começava a fazer sentido, o que antes parecia coincidência como o biscoito Eldevais, as familiaridades que o próprio André dizia sentir, tudo isso se explicaria se o coração de Luan estivesse batendo no peito de André:

_ Posso te perguntar algo?

_ Claro que pode.

_ Qual é o tipo sanguíneo do André?   

_ O mesmo que o meu, AB.

Felipe teve que  sentar por um momento  pois sentia suas pernas tremerem. 
*** 

Enquanto os quatro almoçavam no restaurante, Felipe estava silencioso, ele não conseguia parar de pensar que o coração de Luan batia no corpo de alguém que estava bem a sua frente, ele lembrava da promessa que fizeram que enquanto aquele coração batesse, eles dariam um jeito de se encontrarem e ficariam juntos para toda a vida. 

Apesar dessa promessa feita a Luan, Felipe somente sentia carinho por André, ele era alguém que despertava em Felipe uma forte emoção, mas de uma coisa Felipe tinha absoluta certeza não era amor. 

Michael logo percebeu que Felipe estava distante, aéreo, por essa razão sussurrou próximo ao seu ouvido:

_ Felipe algum problema?

_ Nenhum.

Ele por mais que tentasse disfarçar não conseguia esconder o desconforto, deixando tanto Michael como André preocupados:

André acabou lhe falando em um tom mais baixo do que o natural:

_ Você parece mesmo bastante cansado. 

_ Eu estou bem, não se preocupem. 

Ainda preocupado Michael colocava a mão no braço de Felipe:

_ Você ficou mesmo acordado até tarde a noite ontem. 

Felipe sorriu para Michael, ele bem sabia que os dois haviam dormido tarde:

_ Querem saber de uma coisa, o Felipe é mesmo viciado em trabalho, mesmo em casa ele sempre inventa alguma coisa para fazer. 

André observava a mão de Michael sobre o braço de Felipe, e foi inevitável que Felipe reparasse nesse detalhe. 

Apenas para confirmar a suas suspeitas Felipe pediu que Willian buscasse informações da operação de André e a doação do coração de Luan:

_ Você me pediu  todas as notícias relacionadas ao dia em que o Luan faleceu, para que exatamente?

_ O dia em que o Luan faleceu teve uma falha na energia de fato. 

_ Sim, e daí?

_ Willian, você pode pensar que eu estou louco, mas... realmente acho que o André recebeu o coração do Luan. 

_ Você está maluco Felipe, você nem brinca com isso.

_ André foi levado a sala de operação dia vinte de novembro ás 23:00, enquanto Luan morreu ás 23:10, então é possível que o seu coração tenha sido entregue no hospital em que André...

_ Mesmo se for esse o caso. Você ainda não pode ter certeza.

_ Eles tem o mesmo tipo sanguíneo AB. E também André pensou aleatoriamente nesse biscoito e eles deram o mesmo nome.

Espantado Willian tentava encontrar as respostas:

_ Você está dizendo que o André tem o coração do Luan em seu corpo, então é por isso que ele fez o mesmo biscoito Eldevais... ? _ Então esse coração ainda deve sentir algo por você...

Felipe arregalou os olhos:

_ Ainda sentir algo por mim?