Alguém como você.

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Após o aniversário da mãe de Felipe e a suposta semelhança entre Michael e Luan, Felipe ordenou a Willian que fizesse uma investigação sobre o caso, mas descobriu-se que essa investigação já estava sendo feito. Willian já estava correndo atrás disso sem que os dois rapazes soubesse.

Quem não gostou nenhum pouco de saber sobre isso foi Thalia, que ficou ainda com mais raiva do rapaz, como sempre fazia quando se sentia sozinha ela correu para a igreja afim de confessar-se, e ali diante do padre desabafava os seus segredos mais recônditos:

_ Quando eu tinha 14 anos, meu irmão me deu um cachorrinho, ele era branquinho e soltava muito pelo, por essa razão eu comecei a passar mal, tive uma crise de asma e fui parar no hospital, quando eu voltei para casa, durante os dias em que eu fiquei de cama, meu irmão cuidou de mim, ele segurava a minha mão, se manteve ao meu lado, desde então eu me apaixonei pelo Felipe, e agora aparece esse rapaz que é igual ao noivo dele que morreu, isso não é justo. 

Padre João ouvia atentamente o relato de Thalia se sensibilizando com a moça, ela não era uma pessoa má, era apenas uma garota perdida e solitária que se apegou ao carinho do irmão, mas que não tinha nenhuma esperança de um futuro com ele. No fundo tudo o que ela precisava era de alguém que lhe estendesse a mão.

Ela não percebeu que Padre João a observava enquanto deixava a igreja, impelido por uma força maior ele a seguia e um incidente obrigava-o a tomar partido na confusão a qual ela se metia.

Um pouco mais a frente um cãozinho vinha pela estrada e quase havia sido atropelado só não foi pela intervenção de Thalia que correu ao seu encontro o salvando, ela acabava no meio da corrida machucando os joelhos. Mas a dona do animal não a via como a benfeitora, ao contrário ela lhe acusava de ter roubado o cãozinho e ameaçava a jovem de chamar a polícia, Padre João que observava toda a cena percebeu que Thalia começava a passar mal, com certeza a asma havia atacado, ele então foi o intermediador daquela situação:  

_ Calma, calma isso deve ser um mal entendido, não precisa chamar a polícia, ela não quis roubar o seu cão, não está vendo que ela está passando mau, deve está tendo uma crise de asma por conta do pelo do cachorro.

_ Por essa eu vou deixar passar, mas nunca mais, quero você perto do meu cachorro entendeu?

Padre João levou Thalia para um hospital onde ela tomou uma injeção, ela já se sentia bem melhor ao sair de lá:  

_ Obrigada, alias eu sou Thalia.

_ João.

Eles já se distanciavam indo por caminhos opostos quando ela o chamava:

_ João?

_ O que? - ele se voltava para ela.

_ Como sabia que eu estava tendo uma crise de asma?

_ Não sei, acho que eu adivinhei.  

Padre João não se revelou a ela, nem ele mesmo sabia o que o levou a seguir. Talvez fosse por ver aquela menina tão perdida, ele sentia vontade de protegê-la. 

***

Do outro lado da cidade naquele mesmo dia, Vanessa passava por um interrogatório de seus pais por conta do que havia feito, para eles era um absurdo o contrato que beneficiava apenas um lado e esse lado não era destinado a The Peak. Eles exigiam explicações, do por que ela assinou aquele documento redigido e outorgado em cartório, ainda mais quando sabia que para aquelas marcas já haviam assinado com a Big City, mesmo sendo o concorrente os pais de Vanessa sempre agiu com dignidade mantendo a ética nos negócios, o que Vanessa havia feito fugia totalmente dos seus conceitos de visão profissional e por isso eles estavam ali pedindo explicações:

_ Se acham que eu fiz um mal negócio simplesmente me demitam.

_ Acha mesmo que faríamos algo assim, você é nossa filha, mas alguém deve arcar com essa responsabilidade, esse foi o seu primeiro negócio, um negócio mal feito diga-se de passagem, mas por trás de você havia uma pessoa que deveria te dizer que esse era um mal acordo, por isso mandei chamá-lo aqui Kennedy - o velho Lee agora se voltava a Kennedy que até então se mantinha calado:

_ Senhor me desculpe... mas terei que discordar do senhor... Essas marcas estão em ascensão e com o auxílio da The Peak acho que geraremos muitos lucros através desse acordo, se concordei com a senhorita Vanessa é por que acreditei no seu lado visionário e me responsabilizarei por qualquer coisa que saia errado.

_ Está me dizendo que se esse acordo absurdo que minha filha fez com esses gerentes é algo lucrativo e se não for da maneira como imagina se responsabilizar por isso?

_ É isso mesmo, dou a minha palavra que trabalharei para colocar essas marcas no mais alto patamar no shopping The Peak, trabalharei duro nisso pessoalmente.   

_ Sendo assim já sabe quem responsabilizarei caso esse absurdo não saía como o esperado, não é mesmo Vanessa?

Vanessa olhava para Kennedy, mas logo abaixava a cabeça.

Ao sair de lá Kennedy pensativo em tudo o que havia feito, precisava fazer algo que viesse alavancar essas marcas, sabia bem que Felipe e Willian deveria ter uma carta na manga e precisava saber o que eles tinham em mente, lembrou-se imediatamente que havia visto Michael com ele, e aí estava o que ele precisava. Ligou imediatamente ao namorado:  

_ Alô, Michael, pode vir me ver?

_ Agora.. eu estou no meu trabalho baby.

_ Só por um instante, eu preciso mesmo te ver.

_ Está bem.. mas não posso me demorar.

Em meia hora eles já estavam juntos na praça central da cidade, Michael todo feliz nem percebia as verdadeiras intenções do outro:

_ Eu não posso me demorar baby, eu dei uma fugidinha rápida do meu trabalho.

_ Você me disse que estava trabalhando como enfermeiro 24h por dia.

_ Isso mesmo.  

_ Você trabalha para Felipe Richter?

_ Sim, como sabe?

_ Eu te vi no shopping com ele, mas o serviço de um enfermeiro  não é só para quem está doente?

Kennedy viu aí a grande chance de desmascarar Felipe Richter, ele só teria que jogar as cartas certas:

_ Sim...

_ Não me parece que Felipe Richter esteja doente.

Inocente Michael lhe respondia:

_ Ele não está doente, tudo o que ele precisa é que eu fique de olho nele e o ajude na casa.

_ E por qual razão ele precisa de um enfermeiro?

_ Eu não posso dizer.

_ Nem mesmo para mim... ?

_ Não baby, desculpa mas é que eu assinei um contrato de sigilo, não posso contar a ninguém.

_ Eu não pensei que fosse ninguém para você.

_ Não é isso baby, sabe que eu contaria a você se eu pudesse, mas é que...

_ Não Michael, eu quem peço desculpas, não deveria te pressionar, mas é que eu me preocupo com você. 

_ Não precisa, sabe que eu jamais deixaria alguém tirar vantagem de mim.

_ Só eu não é?

_ Baby, sabe que eu amo passar tempo com você, mas eu tenho mesmo que ir, o Felipe está me esperando.

Kennedy se viu sozinho tentando digerir tudo aquilo, será que era verdade que Felipe não enxergava, mas se não fosse isso para que ele precisaria de um enfermeiro, era isso o que ele iria descobrir de um jeito ou de outro.