Alguém como você.

30

Ansioso Felipe esperava Michael no lugar marcado, ele havia preparado uma surpresa para ele, fez uma trilha no caminho com velas para Michael chegar até onde ele estava.
Com um sorriso no rosto o moreno seguia por aquele caminho com a iluminação difusa, até que avistou o rapaz bem a sua frente a sua espera:

_ Felipe... o que significa tudo isso?

Michael perguntava simplesmente fascinado:

_ Você lembra o que me disse? _ Que quando os meus olhos se recuperasse, eu deveria correr atrás da minha felicidade.

_ Sim!

_ Acho que eu encontrei a felicidade a qual me disse, conheci uma pessoa, ele é muito sincero e generoso, quando ele está por perto a vida se torna mais alegre e cheio de calor, de felicidade, não importa os contratempos, os desafios que encontra, ele os enfrenta, e não deixa os derrotar. Por causa dele, o gelo em meu coração se derreteu, a escuridão foi iluminada, eu recebi coragem e confiança para recomeçar, então Michael...

Felipe segurava a mão de Michael que o olhava sem desviar o olhar dos dele:

_ Você quer me ajudar a realizar o meu sonho de felicidade?

Como resposta Michael sorriu o abraçando fortemente, depois o beijou, entreabrindo  os lábios para receber os de Felipe que serpenteava a língua em sua boca. 

Felipe havia preparado um jantar para os dois para comemorar o inicio do namoro, depois eles ficaram abraçados observando as estrelas, trocando beijos e carícias, já era tarde quando Felipe levou Michael para casa. 

A felicidade de ambos era tão evidente que a mãe de Michael logo percebeu:

_ Michael Fernandes por acaso você tem algo a me dizer?

_ Não!

_ Humm! não né, e esse sorriso no seu rosto significa o que? _ Vamos me conte agora o que está havendo.

_ Tá eu vou dizer, mãe, o Felipe e eu nós estamos namorando.

_ Mesmo, desde quando?

_ Ele confessou os seus sentimentos hoje. E eu aceitei namorá-lo. 

Ao ver a felicidade de seu filho, a senhora sorria, mas no fundo estava preocupada, pois desde que confrontada por Felipe com aquela fotografia das duas crianças idênticas, tivera que confessar que Michael era adotado, ela havia descoberto aquele dia que Michael e Luan eram gêmeos, e agora ao saber que Felipe e Michael estavam juntos o medo da mãe de Michael era que Felipe estivesse procurando uma réplica do noivo que havia morrido e com isso o seu filho se machucasse com aquela história, resolveu procurar Felipe  para terem   uma conversa. Na manhã seguinte logo ao amanhecer o procurou em seu escritório: 

_ Felipe, podemos ter uma conversa séria?

_ Aconteceu alguma coisa?

_ Eu serei direta, Michael me contou sobre vocês dois, eu sei que serei um pouco rude ao perguntar isso mas... como mãe dele me sinto na obrigação de perguntar, então por favor não se importa.

_ Vai em frente, por favor apenas pergunte.  

Constrangida a mulher soltava a pergunta:

_ Você realmente gosta do Michael, ou o vê como um substituto do Luan?

_ Eu entendo a sua preocupação, mas em meu coração, o Michael nunca foi um substituto do Luan, ele é o Michael.

_ Mas a relação do Michael e Luan...

_ Mesmo assim eles são pessoas diferentes, eu nunca os confundi. Eu sei que nada do que eu diga, fará você acreditar em mim, então só peço que me dê uma chance de provar o quanto quero fazer o Michael feliz. 

_ Não ache que o Michael é forte e otimista, na verdade ele é frágil e se entrega ao choro facilmente, ele não quer preocupar os outros então...

_ Ele se esconde para chorar - completou Felipe o que ela tentava lhe dizer _ Quando ele está triste ele gosta de comer, quando gosta de alguém ele fará de tudo para tratá-lo bem, mesmo que esteja sofrendo, cuida dessa pessoa antes mesmo de cuidar dele mesmo. 

_ Isso mesmo, ok estou convencida, mas olha, se não cuidar direito do meu menino, você não sabe do que eu sou capaz ouviu bem.

_ Por favor não se preocupa, e acredite em mim, se um dia eu magoar o Michael, prometo não fugir da sua ira. 

Convencida por ver a sinceridade estampado no olhar apaixonado e em cada palavra com que Felipe recitava sobre Michael, não tinha mais o que argumentar e enfim pode relaxar da tensão que sentia, o filho estava feliz com alguém com sentimentos verdadeiros em relação a ele. 

Tudo o que desejava era que Michael e João fossem feliz, e pelo sorriso no rosto do moreno sua mãe não tinha o que contestar: 

_ Quando o Luan faleceu, eu nunca pensei que voltaria a sentir algo tão forte novamente.

_ Se é assim, eu fico aliviada, pois sei que o Michael merece alguém que o ame na mesma proporção em que ele vai amar, o meu filho é a pessoa mais leal ao sentimento que existe, se ele aceitou namorá-lo é por que de fato isso é real. 

_ Tenha certeza de que eu não decepcionarei. 

_ Certo, mas tem algo me preocupando com tudo isso. 

_ O que?

_ Quando ele descobrir que são irmãos, quando o Michael descobrir que ele e o Luan são irmãos gêmeos, como acha que ele vai encarar tudo isso?

_ Eu ainda não pensei sobre isso, mas tenha certeza de que encontrarei um jeito de mostrar o meu amor por ele, e fazê-lo entender que ele e o Luan são pessoas diferentes para mim. 

Era difícil até mesmo para Felipe definir o amor que sentiu por Luan com o que sentia agora por Michael, era sentimentos diferentes mas que se complementavam, mas de uma coisa ele tinha certeza, Luan era Luan o seu primeiro amor, Michael era Michael e o sentimento que tinha por ele cresceu a medida em que foram se conhecendo, a medida em que sentia seus cuidados, apesar de serem sentimentos fortes e semelhantes, um era diferente do outro, um era um amor passivo pois assim era Luan, sua personalidade sempre centrada, sempre calma causava um sentimento como o sussurro calmo da onda de um mar, já Michael era avassalador, como um trovão no meio de uma tempestade e assim também era o sentimento que Felipe sentia pelo rapaz, querer compará-los era o mesmo que querer misturar água e óleo era algo impossível de acontecer. 

Os dois sentimentos em suas complexidade  trazia um equilíbrio na vida de Felipe.