É no pagode

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Hoseok amava Yoongi, isso era fato e ninguém ousava discordar. Seus amigos nunca entenderam como que ele pôde trocar a Luana do Chapadão por um magricelo da zona Sul, mas havia acontecido e Hoseok gostava de carregar Yoongi para todos os cantos. O problema é que Yoongi não sabia bem como socializar, pois seus rolés - com acento agudo, porque aqui é Rio de Janeiro - eram sempre uma coisinha meio cult, meio hipster que rendiam fotos conceituais, mas nada interessante de verdade. A solução que o loirinho achou para conseguir pelo menos conversar com as pessoas nos pagodes que ia com Hoseok, era se alcoolizando.

E era aí que morava o perigo.

Yoongi era fraco com bebida, muito fraco. A noite sempre acabava com Hoseok carregando um Yoongi bêbado-pra-caralho-totalmente-alucicrazy para casa. Já havia perdido as contas de quantos vômitos teve que limpar e de quantas surras livrou Yoongi, se isso não era amor de verdade, Hoseok não sabia o que era. Só que não saber beber, não impedia Yoongi de tomar todas e fazer vergonha, o que rendia algumas discussões entre eles.

Naquela noite teria um “pagode de cria”, como Hoseok havia dito, com música ao vivo e tudo. Era na casa de um amigo importante de Hoseok - Yoongi preferiu não perguntar o porquê dele ser importante, pois Hoseok tinha amizade com todo tipo de gente - e como Namjoon não poderia ir, era Hoseok quem iria ficar no cavaquinho e o rapaz estava um pouco preocupado com a segurança e dignidade de seu namorado.

Assim que chegaram, Hoseok já foi sendo cercado por pessoas que Yoongi provavelmente já tinha visto antes, mas não fazia esforço nenhum em gravar nomes ou rostos. Não teve nem tempo de dar um beijo no namorado, já sendo puxado, pois aparentemente só faltava ele para começar o pagode.

ㅡ ‘Tá perdido, bonitinho? ㅡ Yoongi nunca ficou tão feliz em ouvir a voz chata de Jimin.

ㅡ Ainda bem que você tá aqui, dessa vez não me deixaram nem dar um beijinho nele. ㅡ Jimin rolou os olhos e agarrou o braço de Yoongi, o puxando até a mesa que estava com Jungkook.

ㅡ Achei que você já estava acostumado… Agora vem, Jungkook ‘tá aí e hoje eu consigo tirar esse moleque do armário.

ㄴㄱ

ㅡ Jimin, vem aqui. ㅡ Yoongi já estava consideravelmente bêbado pra caralho e ainda era meia-noite. Depois de ter cantando os pagodes que os amigos de Hoseok tocavam, gritando “gostoso” para o namorado nas pausas, Jimin havia conseguido finalmente fazer o amigo sentar e tirar o copo de sua mão.

ㅡ Que foi, viado?

ㅡ Tem uma mulher ali que não para de olhar pra mim, você acha que eu passo imagem de hétero? Porque eu não acho que isso seja possível. ㅡ Yoongi apontou o mais disfarçadamente que sua embriaguez permitia e Jimin quase engasgou com a própria cerveja ao ver quem era.

ㅡ Tá de sacanagem que tu não sabe quem é? ㅡ Jungkook perguntou e Yoongi negou com a cabeça, fazendo uma careta quando tudo começou a rodar.

ㅡ É a Luana, ex do Hoseok. Ela provavelmente te odeia agora, mas é só mais uma piriguete, ignora. ㅡ Jimin deu de ombros, tomando mais um gole da cerveja e fazendo biquinho ao ver que tinha acabado a da garrafa. ㅡ Busca mais uma lá pra mim, Kookie?

ㅡ Tenho cara de empregado, Gracyanne? ㅡ Jimin bateu a mão na mesa, apontando o dedo para Jungkook.

ㅡ Escuta aqui, amorzinho, por acaso eu ‘tô de peruca agora? Por acaso eu ‘tô montado? Não, então é Jimin pra você, senhor Jimin. ㅡ Jungkook rolou os olhos. ㅡ Mas eu bem vi que você não parava de olhar pra minha bunda quando eu tava dançando… ficou interessado, lindinho?

ㅡ Vem cá, você não tem namorado não?

ㅡ Tenho sim, ele ia adorar te conhecer melhor também… ㅡ Jimin passou os dedos pelo rosto de Jungkook, que afastou com um tapa. ㅡ Ai!

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